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Análise | Dark Souls 3

Dark Souls 3 é o 5º jogo da franquia “Soulsborn”, da From Software e distribuído pela Namco Bandai, que engloba os jogos Demon Souls, Dark Souls 1 e 2, e Bloodborne. A história, como sempre, segue um Hollow (morto vivo) que tem o destino de se tornar o próximo Lord of Cinder, que traduzindo livremente é o Senhor das Cinzas, o rei do mundo praticamente. Com mais agilidade em seu gameplay e com os gráficos mais lindos da franquia, não vai ter descanso para os jogadores.

O Ciclo e a Narrativa

A história dos Dark Souls anteriores é a mesma que esse na superfície. A franquia se baseia na ideia de um ciclo interminável, onde um Senhor das Cinzas é ursurpado por um morto vivo, este se torna o novo rei, até o momento que um novo morto vivo apareça para tomar seu lugar, e assim por diante, até a eternidade. Nesse caminho, o “kingslayer” enfrenta diversos desafios e servos do atual rei, se tornando uma verdadeira máquina de matar.

A narrativa funciona mais como um pano de fundo, o jogador nem precisa se preocupar muito com ela, mas há a possibilidade de se aprofundar. O jogo não tem “cutscenes” de explicação, o jeito de descobrir a narrativa como um todo é conversar com os diversos NPCs do jogo, ler todos os avisos e todas as descrições de todos os itens. A From Software criou um lore magnífico para a série, aonde até mesmo a descrição de um anel pode contar uma grande história. Mas, a franquia Soulsborn consegue agradar gregos e troianos, pois se o jogador só quiser ir matando os chefes, sem se importar com a história, ele pode faze-lo sem maiores problemas.

Dark Souls traz uma grata opção, onde o jogador pode definir o final de sua jornada. A conclusão conta com 4 versões diferentes, e cada uma tem um grande impacto no mundo do jogo. Pode-se escolher tomar o lugar do Senhor das Cinzas ou renunciar ao ciclo, vai de cada um.

Além disso, temos as side quests. Muitos dos NPCs as fornecem para o jogador, que pode escolher faze-las ou não, mas vale a pena investir em cada uma delas. Algumas até podem modificar o final do jogo. Tudo isso e muito mais por volta de 60 horas de pura luta medieval.

A Beleza da Destruição

A família Soulsborn tem como ambiente lugares devastados, marcados pela guerra e por pragas, mas é ai que os gráficos brilham. O avanço da From Software pode ser notado em Bloadborn, mas como o jogo se passa a noite o tempo todo não foi possível para os desenvolvedores mostrarem do que são capazes.

Em Dark Souls 3 temos inúmeros cenários, uma mais bonita graficamente do que o outro. São catacumbas, castelos, florestas, vilas devastadas, entre outros.

Os itens, armas e armaduras são o que já se via anteriormente, mas com muito mais beleza. Mas o maior ponto vão para os inimigos. Novos monstros marcam presença, principalmente os chefões. A criatividade dos desenvolvedores sempre surpreende em cada novo jogo, e aqui temos belos e aterrorizantes inimigos.

O mapa é imenso e possui pouquíssimas telas de carregamento entre as localidades, e elas são bem rápidas. O bom é que tudo é interligado, um lugar está sempre perto do outro, por mais longe que eles pareçam, e ainda dá para se telestransportar entre os checkpoints, que são o único local onde você está 100% seguro. Lá você recupera sua vida e alguns de seus itens

A Raiva e o Prazer de Jogar Dark Souls

Inegavelmente, Dark Souls tem a fama de ser um dos jogos mais difíceis já feitos, e essa fama é a mais pura verdade. Porém Dark Souls 3 marca mais um ponto no declínio da dificuldade, que vem constante desde Demon Souls, mas não é e todo ruim. A cada novo Soulsborn, os jogos ficam um pouco mais acessíveis, com implementação de novas mecânicas, assim ampliando um pouco seu público.

O combate ficou muito mais ágil, sendo isso tirado de Bloadborn, jogo com o gameplay mais veloz da franquia. Temos também a inclusão de ataques especiais, que variam para cada arma, diferente de antes que o ataque era dividido em apenas forte e fraco. Com mais jeitos de jogar e se atacar você expande seu público.

Mas é claro que o jogo ainda continua difícil. Isso deve a uma nova mecânica dos chefões. Agora eles possuem duas ou mais “fases”, que mudam dependendo da quantidade de vida deles, cada fase possui padrões de ataques diferenciados, ou seja, quando você acha que já entendeu o movimento do inimigo, ele muda tudo e você tem que repensar sua estratégia.

A estratégia de combate, no geral, continua a mesma para quem já é velho de guerra na franquia. Suas principais armas são: o rolamento, a defesa e a paciência. O rolamento é sua esquiva, é o que mais se usa no jogo. Um escudo sempre é bem vindo, apesar de há jogadores que não usam. Mas o mais importante é manter a calma e não ser super confiante, pois esse é pior erro de quem vai jogar. Por exemplo: se você está quase matando um inimigo com o sistema “rola pro lado, seguido por dois ataques, rola pro lado, seguido por dois ataques…”, acrescentar um terceiro ataque pensando que “vai dar” pode ser fatal. Então o segredo é se manter na segurança.

Morrer em Dark Souls 3 é como morrer nos outros jogos, você perde toda a experiência/dinheiro, que são as almas, com a adição de ficar corrompido, o que pode dificultar certas ações no jogo.

O sistema de humanidade agora é feito com as “embers”, que quando consumidas dão humanidade ao personagem, além de um bônus de vida. Em forma humana você pode destravar ações novas, como poder jogar o multiplayer. Porém, se morrer, perde-se a humanidade e seus privilégios, e que já fique avisado, morrer é o que todos mais fazem nesse jogo, então se prepare.

Dark Souls 3 tem alguns dos chefões mais fáceis da franquia, como os Abyss Watchers, mas tembém tem uns dos mais difíceis de todos os tempos, como Pontiff Sulyvahn e Nameless King. Cada um com mecânicas únicas e extremamente divertidas e irritantes, tanto os fáceis quanto os difíceis. E não há nada mais prazeroso do que matar aquele chefe que te destruiu mais de 15 vezes. Digamos que esse é o jogo mais “balanceado” de todos os Soulsborn.

Dark Souls 3: O RPG Hardcore

Dark Souls 3 continua sem facilitar em seu sistema. Não se pode pausar o jogo para respirar, o que aumenta o desespero de quem joga. Não há mapa e não há nenhum indicador para onde seguir. A série Soulsborn não tem mapas vastos como The Witcher 3 ou Skyrim, mas ainda é possível se perder constantemente durante a jogatina, até o momento que você decora a região.

Como todo RPG têm diferentes classes para o personagem, DK 3 não é diferente. E a classe escolhida no começo do jogo não prende o jogador a seguir com ela até o final, dá para investir livremente o jogo. Por mais que ele aparenta ser um jogo bruto, aonde magos e ladrões não bem vindos é bem pelo contrário. Todas as classes têm coisas boas e ruins, mas as classes mágicas conseguem ter uma facilidade, por lançar feitiços de longo alcance.

O que torna Dark Souls 3 tão desafiador é a perda da experiência, que não foi usada, ao morrer, como já foi falado anteriormente. Evoluir de nível é a principal obrigação para se zerar qualquer RPG, e perder tudo que você conquistou depois de muita dor é frustrante. Porém não entenda errado, isso é algo muito positivo, pois causa o medo de morrer no jogo. A Amioria dos jogos hoje em dia, por mais que você morra, não há muitas consequências, mas Dark Souls não perdoa a morte, e é isso que torna o jogo único.

Tudo no jogo culmina para matar o jogador. Tem certos lugares que tem risco de cair, e a possibilidade de ser empurrado por um inimigo é gigante. Inimigos surgem da onde você menos espera, e se não reagir a tempo a morte é quase certa. Cada golpe de um chefe destrói a sua vida se não for defendido. Certos mapas possuem lugares para se pular de um lugar para o outro, e a mecânica de pulo não é fácil, principalmente durante uma luta.

Mas claro que nem tudo é um campo minado, e o modo online está ai para lhe ajudar. Ele funciona num sistema de visitação de mundos, por exemplo: o jogador deixa um selo no chão em qualquer lugar, podendo ser invocado por outro em seu mundo, assim ajudando ele a matar o próximo chefão. Porém tem como invadir outros jogadores, como inimigo, onde seu objetivo é matar o invadido, e vice versa. Essas invações podem acontecer a qualquer momente, desde que esteja em forma humana, e acredite quando eu falo, a maioria delas ocorrem nos piores momentos, menos em Boss Fights, pelo menos isso.

Conclusão

Dark Souls 3 é um excelente jogo, que deve ser jogado por todos. Seu gameplay está mais leve e mais fácil de pegar o ritmo e apesar de disso, ainda é um grande desafio para qualquer um, jogador hardcore ou não. Claro que nem tudo é perfeito, gliths e bugs acontecem frequentemente, tem momentos que ataques que não deveriam acertar acertam, mas tudo isso pode ser relevado. Mas fiquem avisados, em um jogo onde um pulo pode ser fatal, não se pode esperar moleza, mas a diversão é garantida, mesmo que acompanhada de frustração.

Texto escrito por Daniel Sodré 

Dark Souls 3 (Japão, 2016)
Desenvolvedora: From Software, Bandai Namco

Gênero: RPG de ação, Fantasia, Medieval
Plataformas: PC, PS4, Xbox One

Redação Bastidores

Publicado por Redação Bastidores

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