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Análise | South Park: A Fenda que Abunda Força – Piada de Super Heróis em um Jogão de RPG

Estamos a apenas poucos dias para o lançamento de mais um filme de herói; Thor: Ragnarok (confira nossa crítica). O quinto filme de um total de seis filmes de super-heróis lançados em 2017. A quantidade de recursos e dinheiro indo para esse nicho cinematográfico é espantoso e, apesar de um fraco ano de bilheterias para Hollywood, até o momento todos estes filmes foram sucessos de público e de bilheteria. Portanto, mantendo o tom da série que aponta diversas críticas para diversos setores e comportamentos da sociedade, não é surpresa que South Park: A Fenda que Abunda Força, o jogo mais recente da Ubisoft em parceria com South Park Studios, tenha como seu tema principal justamente super-heróis e suas mega franquias de universos compartilhados.

Ao se afastar da temática medieval fantástica comum a games de RPG de The Stick of Truth, esta sequência mantém ainda alguns elementos do game anterior. Ainda estamos acompanhando as aventuras do New Kid (o Novo Garoto). Dessa vez, no entanto, o estamos criando como um super-herói, com a ajuda de Cartman e outros personagens famosos da série de televisão que já conta com mais de 280 episódios em um total de 21 temporadas.

Seja com detalhes em cena ou comentários de personagens famosos pela série de televisão, A Fenda que Abunda Força é um jogo hilário. Ao primeiro contato, é um pouco difícil enxergar a dinâmica da série, com suas animações em duas dimensões e humor escatológico, respeitando as estruturas convencionais de um jogo de RPG. Contudo, é nessa mistura de universos que o jogo encontra seu maior trunfo; um jogo leve, bem humorado e altamente divertido.

Uma Rica South Park

Com diversas missões secundárias que brincam com a fórmula de RPGs, vamos nos divertir com minigames pelas privadas da cidade, coleta de pôsteres para Craig, selfies com personagens andando pela rua e até mesmo acompanhar postagens de outros NPCs no Coonstagram, a paródia de Instagram para o jogo. Seja entrando em casas e espiando pelos quartos ou simplesmente caminhando pela cidade e entrando em lojas ou prédios que referenciam episódios da série, você encontrará ricos ambientes com itens, easter eggs e piadas. Sentindo-se como em um episódio de South Park que está livre para sua criação e exploração. O interior das casas dos personagens, no entanto, deixa um pouco a desejar. Como elas são exatamente todas no mesmo estilo de construção e estrutura, a impressão é que os ambientes tiveram apenas as cores mudadas de casa para casa. Mesmo que as construções das casas sejam semelhantes, poderiam existir outros ângulos dos corredores, cozinhas e sala de estar, dando um diferencial realmente distinto de casa para casa.

No campo da missão principal, tudo gira em torno da nova brincadeira das crianças: se tornar um super-herói. E nós, os jogadores, acompanhamos a imaginação deles ao darmos golpes que parodiam o especiais do jogo de luta Injustice (confira nossa crítica aqui) e outros do gênero. Se você é fã dos recentes filmes e games de super-heróis lançados recentemente, A Fenda que Abunda a Força é um prato cheio de referências. Veremos momentos referenciando Capitão América: Guerra Civil, Batman vs Superman: A Origem da Justiça e diversos outros filmes que ainda estão frescos no consciente popular.

Combates Estilo Final Fantasy

O sistema de combate sofreu alterações com relação ao primeiro. Ao invés de termos os jogadores divididos em cada lado do mapa, lançando golpes por turnos e emulando o clássico estilo popularizado pelos primeiros jogos da série Final Fantasy, agora os temos dispostos por um mapa quadriculado, que os permite se movimentar um certo número de casas para realizar a ação. Este modo é mais conhecido por ser um pouco mais tático e interativo e é muito bem-vindo ao estilo do jogo. O único problema é, devido às duas dimensões da animação, diversos golpes não podem ser executados em direção vertical, somente horizontal. Ou seja, se eu me mover para a esquerda e a direita, eu posso atacar os personagens à frente do meu boneco, no entanto, ao mover o boneco para cima e para baixo, o ataque continua disponível somente para as casas à minha esquerda ou direta. Essa limitação gera algumas frustrações durante o combate, pois o posicionamento é restrito pelos passos que podemos andar e perdemos a total liberdade para realizar ataques.

Jogabilidade

Outro grande acerto é manter um estilo de jogabilidade fácil e que não perca a atratividade. A melhor ideia foi a de usar o celular como o menu de interação do personagem. É ali que podemos acessar o já comentado Coonstagram e também o mapa da cidade, alterar nosso boneco fisicamente ou com equipamentos novos e outros detalhes. Um deles, o sistema de criação, se sobressai. Em games de RPG geralmente esse item acaba sendo muito complexo para jogadores casuais ou com uma curva de aprendizado muito íngreme. Em A Fenda que Abunda a Força, o sistema de crafting é intuitivo, interessante e divertido.  Itens criados referenciam detalhes dos episódios com piadas e existe animações especiais para quando você usa alguns deles em batalha.

Vale um comentário também sobre o quanto o jogo garante entretenimento de qualidade. As missões sempre têm algo de novo para apresentar ao jogador, seja com novos combos, aliados poderosos ou animações irreverentes, a sensação é de algo constantemente inédito. Enquanto as horas se passam é difícil senti-las dentro de South Park.

Conclusão

Uma excelente mistura do humor irreverente da série homônima com elementos fantásticos de Final Fantasy. É dessa forma que South Park: A Fenda que Abunda Força consegue mais uma vez marcar uma entrada positiva da Ubisoft e South Park Studios no mundo dos games de RPG, trazendo coisas novas ao gênero que espero poder ver em outros games no futuro.

Confira nosso artigo com dicas para o jogo aqui!

A análise foi feita em PS4 a partir de uma cópia gentilmente cedida pela Ubisoft.

South Park:  The Fractured but Whole

Desenvolvedora: Ubisoft

Plataforma: PS4, Xbox One, PC

Gênero: RPG

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Publicado por Lucas Voltolini

Eu escrevo sobre filmes, jogos e dou uns pitacos sobre a indústria do entretenimento sempre que posso

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