Durante algum momento de 1973, o cineasta David Lynch, responsável por clássicos como Eraserhead, ou a série Twin Peaks, costumava sentir muita raiva de tudo. Foi dessa energia negativa contida que surgiu, então, o Angriest Dog in the World, uma série de tirinhas que foi publicada entre 1983 e 1992 em jornais como LA Reader, Creative Loafing, New York Press e Westworld.
O formato consiste na iteração como princípio (explicada melhor no blog sobre quadrinhos, Balbúrdia), a repetição como forma de exercício criativo, como no caso das tirinhas semanais Malvados, de André Dahmer, publicados semanalmente na Folha de S. Paulo.
Em Angriest Dog, os quadros permanecem os mesmos – o quintal de uma casa com um cão amarrado do lado de fora –, só o que difere são os balões de fala que vêm de dentro da casa. Neles, a família que habita exprime comentários banais que deixam o cachorro cada vez mais nervoso.
A seguinte introdução sempre acompanha as tiras:
O cão que é tão nervoso. Ele não mexe. Ele não come. Ele não dorme. Ele mal rosna… Preso tão apertado com tensão e raiva, ele se aproxima do estado de rigor mortis
Quando questionado sobre o porquê do Cão mais Nervoso do Mundo ser tão nervoso, Lynch respondeu de sua forma habitual: “É um mistério. Algumas pistas vêm do mundo em volta dele”.
Mais tiras do “Angriest Dog” nesse link ou nesse aqui.
Escrito por Rodrigo de Assis