Rian Johnson gostaria de dirigir um episódio de The Mandalorian
O diretor do polêmico Star Wars VIII, Rian Johnson, quer retornar à franquia para dirigir um episódio de The Mandalorian.
No entanto, para que a participação do diretor desse certo, seria preciso alinhar sua agenda com a da série — o que não aconteceu até agora.
“Eu perguntei ao Rian se ele já considerou dirigir um episódio de The Mandalorian. Ele respondeu que tinha muita vontade, mas que teria que ver seu calendário para dar certo. Rian está escrevendo [o roteiro de Entre Facas e Segredos 2] e vai dirigir o filme logo em seguida”, explicou Wilson no Twitter. “Então seria questão de encontrar um tempinho. Ele até já conversou com Dave Filoni [produtor e diretor da série] sobre isso”.
O que você acha da ideia? Ansioso pelo retorno da mente por trás de Os Últimos Jedi?
Falcão e o Soldado Invernal e Loki podem ganhar mais temporadas, diz executivo da Marvel
Parece que o sucesso das séries no MCU através do Disney+ está encorajando os executivos da Marvel para realizar novas temporadas.
A revelação foi feita pelo vice-presidente de produção e chefe de desenvolvimento da Marvel, Nate Moore que afirmou que Falcão e o Soldado Invernal e Loki podem receber mais temporadas em breve.
Em entrevista ao Indie Wire, Moore explicou que WandaVision é um título que só pode ser feito uma vez. “Não é possível voltar para aquela realidade”, diz.
Quando questionado se alguma das produções que ainda serão lançadas podem receber mais uma temporada, Moore comentou sobre Loki.
“Acho que há muita narrativa a ser contada em Loki e que pode ser bastante irreverente, inteligente e legal. E também pode se estender por diversas temporadas, de uma maneira não única.”
Loki chegará ao Disney+ apenas em junho. Já Falcão e o Soldado Invernal terá o seu último episódio exibido a partir desta sexta-feira (23).
Netflix pretende investir US$ 17 bilhões em conteúdo em 2021
A Netflix é uma das maiores empresas a investir pesado em seu conteúdo original. O orçamento anual sempre supera a marca do bilhão e com 2021 isso não será diferente. A plataforma pretende investir US$ 17 milhões só neste ano.
O serviço de streaming revelou o valor junto com os resultados financeiros do trimestre (via Deadline):
“Apesar de a distribuição de vacinas ser muito desigual ao redor do mundo, nós estamos retornando e produzindo com segurança nos principais mercados, com exceção do Brasil e da Índia. Presumindo que isso continue, nós vamos investir mais de US$ 17 bilhões em dinheiro em conteúdo neste ano e nós continuaremos a entregar uma variedade incrível de títulos para nossos membros com mais originais neste ano do que no anterior.”
Em 2019, a empresa gastou cerca de US$ 15.3 bilhões em conteúdo original.
Netflix avisa novamente sobre restrições de compartilhamento de senha
Qualquer streaming sempre sofrerá com o compartilhamento de senhas entre usuários. Entretanto, a Netflix está empenhada em resolver essa questão que diminui significativamente sua margem de lucros anuais.
O cofundador e CEO, Reed Hastings, respondeu a um jornalista do THR que perguntou por que decidiram “colocar pressão” no assunto de compartilhamento de senhas agora.
"Testamos muitas coisas, mas nunca implementaríamos algo que passa a impressão de que estamos ‘colocando pressão’. Tem que fazer sentido para os consumidores, eles precisam entender”, afirma Hastings.
O COO, Greg Peters, completa dizendo que a ideia é garantir que a pessoa que está usando a conta tenha permissão para fazê-lo:
Vamos continuar fazendo isso, continuar trabalhando em acessibilidade em todos os países em que atuamos. Mas enquanto fazemos isso, queremos nos assegurar de que as pessoas que estão usando uma conta da Netflix, que estão acessando-a, tenham permissão para tal — e este tipo de testes é para isso.
Quando será que isso começará a ser aplicado na prática?
Veja o que estreia na Netflix em maio
Maio será um mês arrebatador na Netflix! Diversos novos conteúdos chegarão à plataforma, incluindo a 2ª temporada de Love, Death and Robots e a temporada final de Castlevania, uma das produções mais elogiadas da plataforma.
Confira:
01/05
- Death Note
- Death Note II – O Último Nome
- Death Note: Iluminando um Novo Mundo
02/05
- Operação Overlord
04/05
- Selena: A Série (Temporada 2)
- Zé Coleta (Temporada 2)
05/05
- O Legado de Júpiter
- Os Filhos de Sam: Loucura e Conspiração
07/05
- Garota de Fora (Temporada 2)
- Monstro
- 500 Mil Quilômetros
08/05
- The Bold Type (Temporadas 1, 2, 3 e 4)
10/05
- Boi Neon
11/05
- Outlander (Temporada 5)
- Explicando… Dinheiro
12/05
- Família Upshaw
- Oxigênio
- Peter Tatchell: Do Ódio ao Amor
13/05
- Amor, Casamento e Divórcio
- Castlevania (Temporada 4)
14/05
- Love, Death & Robots (Temporada 2)
- Eu Vi (Temporada 3)
- A Caminho do Céu
- A Mulher na Janela
- Ferry
15/05
- Sicario: Dia do Soldado
- Irmã Dulce
- Kuroko no Basket
19/05
- Quem Matou Sara? (Temporada 2)
- The Last Days
20/05
- Special (Temporada 2)
21/05
- O Vizinho (Temporada 2)
- Army of the Dead: Invasão em Las Vegas
- Jurassic World: Acampamento Jurássico (Temporada 3)
22/05
- Olá? Sou Eu!
26/05
- O Divino Baggio
- Atentados em Londres
- Da África aos EUA: Uma Jornada Gastronômica
27/05
- Milagre Azul
- Soy Rada: Serendipia
- Eden (Temporada 1)
28/05
- Lucifer (Temporada 5, Parte 2)
- O Método Kominsky (Temporada 3)
- EncrenCão
29/05
- O Mito de Sísifo
31/05
- Imóveis de Luxo em Família
Sem data
- Ragnarok (Temporada 2)
- Halston
- Loucos Um Pelo Outro
- Racket Boys
Ray Fisher voltaria a viver o Ciborgue se a Warner pedir desculpas
O ator Ray Fisher voltou novamente aos holofotes por conta da estreia de Liga da Justiça de Zack Snyder que traz muito mais conteúdo para o personagem Ciborgue. Com isso, fãs já especulam um retorno do ator para viver o personagem.
Durante o evento Justice Con (via Comic Book), Fisher disse que poderia até mesmo voltar ao personagem em The Flash – filme do qual o herói foi retirado –, mas para isso, seria necessário que a Warner se pronunciasse.
“Eu não estou esperando nada demais, sabe? Até porque, estamos lidando com grandes corporações. Eles encontrarão maneiras de desafiar qual expectativa que você possa ter. Mas, acredito que possamos começar com um reconhecimento e um pedido de desculpas sobre algo que se tornou público e não é verdade. E então, podemos ver para onde vai depois.
Podemos ter essa conversa, mas acho que esse é o ponto onde a responsabilidade começa. É chegar um para o outro e dizer: ‘Essas foram as coisas que aconteceram, vamos seguir e tentar…’. Parece existir um tipo de narrativa, não sei, mas que se desculpar faz você parecer fraco, e eu tenho que pedir desculpas pelas coisas o tempo todo, certo? […] Eu quero muito falar sobre isso se as pessoas estiverem dispostas a darem o primeiro passo. Mas, como eu disse, não tenho expectativas quanto a isso.”
Liga da Justiça de Zack Snyder em breve estará disponível na HBO Max no Brasil.
Nova temporada de No Limite ganha data de estreia na Globo
O reality No Limite está voltando para a programação da Globo com uma nova temporada contando com 16 participantes membros de temporadas passadas do BBB.
Segundo informações do BuzzFeed Brasil, a estreia está marcada para o dia 11 de maio.
Ao todo serão 11 episódios que serão exibidos às terça-feiras; o capítulo final vai ao ar no dia 20 de julho. No entanto, o reality show pode ganhar mais episódios ao decorrer da temporada, com exibições feitas no domingo, após o Fantástico.
A cada capítulo serão realizadas duas provas, uma para conseguir ferramentas e utensílios que possam auxiliá-los na jornada, e outra que definirá quem poderá ser eliminado.
Análise | Marvel's Spider-Man: Miles Morales - Uma comemoração ao PS4 e um brinde ao PS5
Quem imaginaria que a Sony mudaria radicalmente de postura entre a geração do PS3 para a do PS4? Após coroar a geração do PS3 com o lançamento de The Last of Us, o console ficou totalmente sem novos exclusivos após o lançamento do PS4 poucos meses depois.
Entretanto, agora na virada de geração para o PS5, felizmente a evolução tecnológica não significou o final completo dos exclusivos da Sony para o PS4. Quem achava que Ghost of Tsushima seria a despedida derradeira se enganou, pois Spider-Man: Miles Morales veio para provar dois pontos: o console está mais vivo do que nunca e também para brindar a estreia da nova geração.
O melhor de tudo? O game é excepcional e eleva o padrão de qualidade absurdo que já havia sido alcançado com Marvel’s Spider-Man de 2018 provando mais uma vez o talento inesgotável da Insomniac Games.

Um Conto de Natal
Assim como o game original, Miles Morales conta com um roteiro de respeito. Ainda que não chegue aos patamares de ser uma das melhores histórias já contadas com o personagem, a Insomniac dedica a mesma atenção no texto do game para trazer algo novo e de qualidade.
Evitando os spoilers ao máximo, os eventos do jogo se passam um ano depois do término da campanha de Spider-Man. Agora Peter já treinou Miles por uma quantia significativa de tempo e, para aproveitar uma viagem de trabalho com Mary Jane, deixa toda Nova Iorque aos cuidados do novo Homem-Aranha.
Sozinho, Miles se encontra em uma verdadeira enrascada. Em época das festividades de Natal e em plena campanha eleitoral de sua mãe Rio Morales, uma nova gangue criminosa surge na cidade: os Undergrounds. Mirando na empresa energética bilionária Roxxon, a trupe deseja roubar fontes de energia para fins escusos.
Seguindo a trilha de migalhas, Miles investiga o grupo e descobre detalhes de uma conspiração perigosa e outros segredos que abalam profundamente a sua própria vida.
Tendo em mente que se trata de um jogo derivado, é compreensível que como o foco narrativo seja muito mais linear e ligeiro que o do original. Entregando por volta de oito horas de entretenimento, Miles Morales consegue nutrir uma identidade narrativa bastante própria, explorando novos personagens e oferecendo um tratamento distinto para construir o protagonista.
Miles, felizmente, é bastante diferente de Peter Parker, embora compartilhe os mesmos valores altruístas. O protagonista tem sim seus espelhamentos óbvios à Parker, mas se sustenta bastante como um indivíduo nada genérico. Por ser um Homem-Aranha muito mais jovem e inexperiente, os diálogos não contam em geral com as tiradas clássicas do personagem e são um pouco mais “afobados” em desespero já que Miles se esforça ao máximo para não decepcionar Parkers e os nova-iorquinos.
Aliás, é justamente por essa constante autocrítica que o personagem realiza revelando uma infinidade de inseguranças que ele se torna tão interessante. Mesmo que Parker seja vulnerável, Miles transparece muito mais essa característica. Ele é imprudente com algumas regras básicas do vigilantismo e é ingênuo em demasia.
O apoio coadjuvante também é bem formado, embora não haja uma atenção muito especial nisso. Os elementos mais importantes se concentram na relação de Miles com outros dois personagens, incluindo o grande vilão da trama que possui uma boa motivação, ainda que nada original. O maior problema da narrativa é a previsibilidade absurda da história.
Quase todas as reviravoltas já são notadas horas antes de acontecerem. Talvez falte uma maior sutileza, não apenas no texto, mas bem como nas atuações e dublagens que, mesmo assim, seguem muito acima da média e impressionam.
A escala, um tantinho menor que a do game original, também é bem-vinda. Agora finalmente estamos com um Homem-Aranha que realmente é o “amigão da vizinhança”, já que muito do foco da história está na proteção e carinho de Miles com Harlem, seu novo bairro onde a avó morava. Interações com pedestres, artistas de rua e comerciantes locais oferecem um sentimento bastante consistente de unidade e heroísmo.

Roupa nova do Aranha
Em 2018, era difícil imaginar o que a Insomniac poderia aprimorar na jogabilidade de Spider-Man. Com exploração e combate fluídos e muito divertidos, a fórmula praticamente já era perfeita. Na mecânica do jogo, apenas os minigames envolvendo circuitos em um design clássico de “canos” ficavam devendo devido à estrutura já muito datada na época.
Felizmente, o que podia ser corrigido, foi. As mudanças já estão na apresentação do estilo de luta de Miles que é bastante diferente do de Peter, lançando socos improvisados e um jeito mais desajeitado e despojado de lutar. Tanto na movimentação de luta quanto na exploração da cidade se balançando nas teias. É algo de encher os olhos de tão bonito e impressionante.
Os combos e novos inimigos estão presentes, além de nova linha de habilidades aprimorar a mecânica de combate obrigando o jogador a se lembrar das regras do esquema “pedra, papel e tesoura” que acontece para driblar inimigos prevenidos contra as novas habilidades de miles batizadas como Venom oriundos totalmente dos seus poderes bioelétricos.
O stealth também foi aprimorado com a inclusão da camuflagem, permitindo que Miles seja mais sorrateiro na abordagem para confrontar inimigos que estão aos montes em cada nível “arena” projetado pelos designers que seguem de parabéns. Os espaços são enormes e bastante originais repletos de luzes neon e efeitos de sombras elaborados para apresentar os efeitos de iluminação muito melhorados presentes aqui.
Nesses estágios, também estão presentes novos minigames de quebra-cabeça que agora recebem melhor detalhamento se tornando mais divertidos, pois aproveitam diretamente os novos poderes do personagem.
Mesmo na versão de PS4, a apresentação do jogo não deixa de impressionar. Ainda que não receba as melhorias de ray tracing ou modos opcionais de 60 quadros por segundo, o console original ainda dá conta do recado elevando a barreira impressionante já estabelecida por Ghost of Tsushima e The Last of Us 2. Aliás, até mesmo o tempo de carregamento do jogo está extremamente mais curto. É impressionante!
Trazendo uma nova paleta de cores, repletas de contrastes bonitos e vibrantes, além de toda a recriação de Manhattan toda decorada para o Natal e o clima de inverno, Miles Morales é um manjar para os olhos. Com os efeitos combinados de HDR em televisores compatíveis, o que já era bonito, fica ainda melhor.
Mesmo que a grande maioria da apresentação visual do game seja incrível, nota-se algumas coisas interessantes que não chegam a incomodar, mas revelam uma certa pressa no desenvolvimento do jogo. Bugs visuais, congelamentos e carregamentos de texturas atrasadas estão presentes aqui - algo praticamente inexistente no jogo original.
Há, também, reciclagem de modelos e cenários para inimigos e fases secundárias. Porém, assim como no original, ainda é muito divertido cumprir os objetivos opcionais. Seja para aprimorar seus poderes, liberar ainda mais trajes - destaque para o uniforme sensacional de Homem-Aranha no Aranhaverso, e conhecer mais da relação entre outros personagens importantes de MIles.
Além destas fases secundárias, o game também possui um app que Miles usa para ajudar a comunidade. Algumas dessas missões possuem pequenas histórias elaboradas que valem a pena conferir. Diante de todo esse conteúdo opcional, além da campanha principal, há um potencial de rejogabilidade imenso em Miles Morales.

Presente para todos
Spider-Man: Miles Morales é uma carta de respeito da Sony à sua base consumidora extremamente fiel. Lançar o exclusivo como um cross-gen, um dos primeiros da História do estúdio, foi uma decisão acertadíssima, pois se trata de mais um título exclusivo primoroso que muita gente não poderia ficar de fora, afinal são milhões de PS4 vendidos ao redor do mundo ao longo destes sete anos.
Ainda que curto, Miles Morales vale muito a pena. Não só para os fãs do Cabeça-de-Teia, mas para todos os que apreciam um bom jogo muito bem pensado, criado com bastante carinho e cuidado para trazer uma experiência única que consegue se desprender o suficiente do título original sem causar qualquer estranheza.
De fato, é um jogo para todos.
Agradecemos à Sony Interactive Entertainment pelo envio do jogo para a análise.
Marvel’s Spider-Man: Miles Morales (Idem, 2020)
Estúdio: Sony Interactive Entertainment, Insomniac
Gênero: Ação, Aventura, Mundo Aberto
Plataformas: PlayStation 4, PlayStation 5
Análise | Assassin's Creed Valhalla - Uma novidade incrível que peca pela duração absurda
É difícil acreditar, mas a franquia Assassin’s Creed já possui mais de dez anos de história. Nascida em 2007, revolucionando todo o gênero stealth, a saga conquistou uma legião de fãs fiéis que acompanharam até agora todas as transformações que o jogo passou nas mãos da Ubisoft.
Com edições anuais explorando diferentes civilizações e também mitologias, era questão de tempo até que os vikings fossem o alvo da vez e isso finalmente aconteceu agora em 2020. Lançado entre gerações, Assassin’s Creed Valhalla já é histórico e realmente apresenta aprimoramentos necessários na fórmula que foi criticada na iteração passada com Odyssey.
Porém, isso não significa que Valhalla está livre dos pecados da pretensão surreal da Ubisoft que parece ouvir sempre seus fãs, menos uma parte importantíssima das críticas.

Uma jornada de liberdades criativas
A narrativa de Valhalla é seu pilar central. Não há dúvidas disso. Encarnamos Eivor, um ou uma viking do ano 873, no século IX, durante as incursões vikings à Inglaterra. No game, somos o braço direito do líder do Clã dos Corvos, norueguês, liderado pelo irmão de guerra Sigurd.
Descontente com os rumos da unificação dos clãs sob um só rei norueguês, Sigurd decide migrar com seus aliados para a Inglaterra pretendendo criar um novo assentamento e conquistar alianças para depois, quem sabe, expandir seus territórios.
Logo, depois de um prólogo de quatro horas para fechar a história de origem de Eivor e o jogador compreender sua personalidade, o verdadeiro game começa e cabe totalmente à nós trabalharmos arduamente para conquistar aliados ao longo de todo o país dividido em quatro reinos: de Mércia, Ânglia Oriental, Wessex e Nortúmbia.
Por mais que o game ofereça um contexto histórico satisfatório, é curioso como o povo viking é retratado em uma versão muito diluída para não ofender parte alguma. Um exemplo disso é que durante as incursões, missões especiais optativas para obter recursos para expandir seu assentamento, Eivor não pode matar camponeses ou cristãos se não o jogo cancela a incursão automaticamente. Algo bastante bizarro já que o povo viking não é muito lembrado por sua delicadeza em invasões.
Aliás, por mais que Eivor seja um protagonista interessante e conte com uma das melhores dublagens originais da franquia - o ator Magnus Brunn consegue carregar arcos inteiros do game apenas com seu trabalho excepcional, os traços mais rudez do personagem contrastam diretamente pela suavidade de sua fala, praticamente um poeta.
Isso, embora não te retire da atmosfera do game, torna as coisas um tanto estranhas. Aliás, mesmo contando com o assentamento para mostrar mais como uma aldeia viking funciona, rapidamente os costumes e hábitos desse povo é deixado de lado para a história prosseguir, aos trancos e barrancos.
O problema da narrativa de Valhalla não reside por si em sua qualidade. A história é boa, mas não é ótima e isso custa caro. O jogo é planejado em forma fragmentada. Quando chegamos à Inglaterra, temos diversas regiões do mapa para explorar e forjar alianças possíveis no momento, limitadas ao seu nível de poder - em breve chegaremos a essa parte da análise.
O que se sucede, então, é uma sequência de pequenos episódios que variam entre duas a quatro horas de duração com missões centralizadas em um arco narrativo para selar a aliança e expandir sua influência no país. De primeiro momento, é tudo fantástico. As primeiras horas de Valhalla são excepcionais e realmente achei que a Ubisoft tinha finalmente retornado à boa forma com a saga.
Já quando estava fazendo a mesma coisa pela oitava vez, algo por volta da metade da campanha que pode durar mais de 60 longas e repetitivas horas, repensei meu entusiasmo. As histórias e personagens coadjuvantes novamente são bons, mas nada muito significativos.
Algumas narrativas se tornam mais cativantes que as outras como as centradas nos filhos de Ragnar Lothbrok, Ivarr e Ubba, ajudando a depor um rei traiçoeiro, enquanto outras simplesmente são totalmente esquecíveis.
O jogo é tão longo e massivo que, por conta de sua natureza fragmentada e dos personagens coadjuvantes sumirem por pedaços expressivos do game, quando finalmente há os preparativos da batalha final, você mal consegue se lembrar exatamente qual aliado pertence à qual história.
No meio disso tudo, o Credo dos Assassinos finalmente retorna à saga através de dois personagens importantíssimos que vão definir o futuro da franquia. Através deles, a narrativa principal do jogo se desenrola trazendo mais detalhes da relação de fidelidade extrema entre Eivor e Sigurd até que diversas outras coisas começam a acontecer.
Aliás, pontos positivos pelo retorno das clássicas cenas de assassinato que marcam o diálogo final entre Eivor e o vilão caído da vez. Todas são bastante interessantes e motivam o jogador a procurar todos os integrantes da Ordem dos Anciões.
Como disse, a narrativa de Valhalla é boa, mas está longe de alcançar a qualidade de outrora. Ao menos, desta vez, a história situada no presente consegue resolver todas as pontas e confusões provocadas em Odyssey e Origins, além de apresentar uma nova proposta para a franquia e para o uso de Layla Hassan nos próximos games. Certamente é um futuro promissor, mas que pode se tornar uma confusão gigantesca mais uma vez.
Já a parte envolvendo Eivor, infelizmente não há nada que justifique a dilatação temporal inacreditável da campanha. É apenas satisfatório, mas a sensação de tempo perdido angustia. Ao menos, dessa vez, suas escolhas realmente importam e podem originar dois desfechos distintos de belezas diferentes.

Um novo mundo medieval
Desde o começo de Valhalla, o jogador é impressionado pela qualidade visual do game. Usando o motor gráfico AnvilNext 2.0, engine usada há bem mais de cinco games principais, não há dúvidas que aqui está seu ápice mesmo que apresente as limitações tradicionais de um motor antigo.
A começar, a Noruega e seus alpes nevados com enormes lagos congelados e toda a identidade arquitetônica, além da sempre presente aurora boreal simplesmente são mais que o suficientes para cativar qualquer jogador curioso. O cenário é tão belo que nos motiva a explorar e entender as novidades mecânicas que a Ubisoft apresenta no game que remove boa parte dos problemas que amaldiçoaram Odyssey.
Podendo ser acessada a qualquer momento, a Noruega é apenas a ponta do iceberg já que o trabalho de apresentação visual continua incrível na Inglaterra. Em uma época histórica tão pouco representada no audiovisual como o século IX, com certeza o game se torna referência.
Aqui é possível ver as fundações de uma antiga Inglaterra decadente de monumentos romanos abandonados após a queda do Império Romano como a ascensão da arquitetura tradicional inglesa entre os diferentes reinos, afinal cada região tem sua própria cultura e costumes.
Com a civilização ainda tão tímida, grandes centros são raros e a vida selvagem permeia o mapa que esconde pântanos, planícies cinzentas e vales floridos para a exploração que continua necessária para adquirir recursos (esses se tornam muito importantes no final do jogo quando é preciso aprimorar seu equipamento).
Em cada região, inúmeras atividades livres e programadas estão disponíveis ao jogador. Os segredos do mundo, como são chamadas as quests secundárias totalmente optativas que nunca vão travar o seu progresso para avançar na campanha, são interessantes e na maioria das vezes valem a pena conferir.
Historinhas curtas com drama, romance e piadas dão vida à população inglesa trazendo histórias interessantes. Algumas são bonitas como a da menina que aguarda o retorno do pai que prometeu voltar da guerra antes de uma última folha do carvalho cair no outono. Outras são totalmente infantis como a que precisamos auxiliar uma senhora a soltar o peido mais fedido da vila.
Então nota-se que é uma caixa de surpresas. Felizmente, a maioria diverte, mas revela o caráter desconjuntado de Valhalla evidenciado pela campanha segmentada com diversas nuances de qualidade. Felizmente também esses pontos de interesse agora são muito menos invasivos, convidando o jogador a explorar mais o terreno.
De resto, há tesouros e artefatos espalhados no mapa. O loot, por exemplo, é um ponto polêmico de Valhalla. Como em Odyssey o jogador tinha uma vastidão exageradíssima de equipamento, a Ubisoft decidiu cortar em MUITA quantidade esse conteúdo chegando até mesmo a ser um tanto prejudicial. Foi literalmente de ir para um extremo ao outro.
É uma tarefa inglória conquistar um jogo completo de armadura já que as peças podem estar espalhadas em diversas regiões fora que um jogo novo nunca será tão bom quanto outra peça de equipamento já aprimorado.
Aliás, elevar seus equipamentos de nível também é uma tarefa dificultada pela raridade dos itens necessários no mapa. É preciso separar uma boa parte do seu tempo para adquirir os ingredientes certos.
Um dos maiores destaques do game é o tão falado assentamento que permite aprimorar sua vila recém inaugurada na Inglaterra. Ao longo do jogo, conforme a reputação do lugar cresce, novos edifícios ficam disponíveis para a compra que é feita através de matérias-primas e recursos adquiridos nas incursões.
Esses modos de jogo divertem e são o que tornam Valhalla bastante único. Chegar com seu dracar totalmente sem aviso e soar a corneta enquanto seus companheiros começam a tocar o terror nos monastérios é bastante divertido.
Logo, como uma coisa alimenta a outra, há um vínculo saudável que motiva o jogador a progredir e aprimorar o assentamento, além disso liberar missões secundárias para conhecer seus compatriotas exilados.
Nas cidades e vilarejos, temos os tradicionais mercados, um joguinho de dados muito bem feito e curioso que peca pela duração exagerada de cada partida e também alguns NPCs dispostos a duelar nos repentes que ficaram conhecidos como “batalhas de rap vikings” sendo que na verdade é algo um pouco diferente.
O repente é um duelo de palavras floreadas repletos de rimas inteligentes que aprimoram Eivor e seu carisma no jogo. Vale a pena duelar sempre que possível, pois esse talento libera novas opções de diálogo muito úteis.

Mecânicas reformadas com um grande porém
O que é se sentir como um viking no século IX? Provavelmente ninguém sabe dizer isso e eu honestamente não faço a menor ideia se Valhalla consegue replicar esse sentimento abstrato, mas com certeza há a tentativa.
O sistema de combate de Assassin’s Creed passou por uma reformulação completa desde Origins e aqui atinge um novo capítulo. Agora deixando as habilidades mais restritas, assim como a esquiva através de poucas barras de adrenalina e stamina, pode-se acreditar que Valhalla é desafiador, mas isso é coisa de primeiro momento.
O game na verdade se trata de um dos mais fáceis da franquia até então o que é bastante curioso. Como o jogo visa retratar Eivor como um guerreiro quase mitológico, o cenário é rapidamente tomado por inimigos que revelam a natureza mais hack n’ slash do título.
Os combates com machados, martelos, lanças, porretes, espadas gigantes, entre diversas outras armas de uma ou duas mãos, são relativamente rápidos e potentes, até mesmo bastante violentos. É bastante divertido jogar com Eivor enquanto arruinamos vinte NPCs inimigos em questão de poucos minutos, além de observar finalizações realmente brutais.
Porém, como o game realmente te torna bastante poderoso, é preciso estar em um nível de poder muito abaixo do recomendado para que qualquer inimigo se torne um desafio e te force a pensar em uma estratégia. O nosso cérebro é bastante esperto então obviamente procurará sempre a saída mais facilitada possível que no caso é ficar apertando os botões de ataque igual um animal treinado.
O stealth finalmente agora retorna de verdade no jogo permitindo até mesmo que os alvos sejam assassinados do modo clássico que coroou o gameplay da saga. Porém, para que ser furtivo e gastar milhares de minutos na sutileza quando é 10x mais fácil simplesmente chegar em qualquer acampamento, castelo ou vila inimiga através da porrada bruta? Logo, ele fica completamente de lado, apesar da opção ser bem-vinda deixando esse game tão diferente com uma cara mais tradicional de Assassin’s Creed.
Através do mapa e da exploração, o jogador encontrará livros que presenteiam com habilidades tanto para combate próximo quanto para à distância. No total, podemos equipar oito habilidades que gastam as barras de adrenalina. Fora isso, o sistema de nível de poder dessa vez funciona para comprarmos atributos. A cada novo nível conquistado, ganhamos dois pontos de atributos.
A árvore de atributos é enorme se dividindo em três vertentes: combate físico, stealth e combate à distância. Em cada “constelação”, geralmente há um atributo de maior utilidade como desacelerar o tempo em uma esquiva perfeita ou diminuir o dano de queda, mas infelizmente esses novos jogos de atributos ficam escondidos até você conquistar um atributo próximo.
Além disso, trata-se de um sistema de elevação de níveis a la “formiguinha”. Subir de nível em Valhalla não se traduz em se tornar mais poderoso imediatamente. Cada atributo melhora algumas características do personagem como força e vitalidade através de pontos minúsculos. Logo, vai demorar horas até você realmente sentir a diferença das horas investidas no game durante o gameplay.
Então, se o sistema é interessante e funcional, o que há de tão errado? Bom, apesar de algumas características mecânicas quebrarem a funcionalidade de certas abordagens como o stealth, o jogo só perde pontos por conta de sua duração absurda.
É divertido fazer incursões, arrebentar meio mundo em uma invasão à um castelo protegido ou entrar em brigas tradicionais contra vinte inimigos ao mesmo tempo. É divertido por algumas horas assim como todo jogo. O que torna tudo enjoativo, cansativo e repetitivo é justamente essa dilatação intensa da campanha.
Em uma projeção otimista, você terá que investir 50 horas para encerrar a história principal e isso não significa que você terá conquistado os finais verdadeiros que também requerem a completa destruição da Ordem dos Antigos e conquistar mais um mapa inteiro de nível de poder recomendado em 320. É simplesmente insano.
Não tenho nada contra jogos grandes, mas às vezes menos é mais. Assim como The Last of Us Part 2 foi criticado por seu tempo excessivo, o mesmo se aplica a Valhalla. Este seria um jogo perfeito e redondo, satisfatório e divertido na marca das 30 horas de duração para encerrar a campanha e as linhas secundárias importantes, mas não é o que acontece.
Como sempre se trata dos mesmos objetivos sem apresentação alguma de evolução de mecânica ou um evento narrativo de alto impacto como acontece em Red Dead Redemption 2, ou com qualidade narrativa excepcional como a de The Witcher 3, você simplesmente fica sem motivação para continuar. Logo, o que era um prazer, vira um esforço e isso é simplesmente imperdoável.
O mesmo acontece na dinâmica do parkour e das criptas que finalmente retornaram. As fases são mais elaboradas, mas a movimentação de Eivor é tão repetitiva e sem fluidez que esses pontos ficam contrastantes. Principalmente quando se trata de uma caverna com armadilhas para adquirir algum bom equipamento em um baú. Quando finalmente o desafio é superado, descobre-se que precisa de uma chave para abrir o bendito cofre e ela sempre está convenientemente distante.
Aliás, localizar chaves se torna praticamente o único ofício da ave, um corvo, que nos acompanha na jornada. Em Origins e Odyssey, a águia certamente era mais funcional e ajudava a economizar um bom tempo para localizar alguns pontos de interesse no mapa.

Eterno jogo de perdas e ganhos
É difícil compreender exatamente o que acontece dentro dos estúdios da Ubisoft. Já fazem mais de quatro anos que os produtores se esforçam em ouvir a comunidade e solucionar os problemas que criam, mas ao mesmo tempo que algumas coisas são resolvidas, outros desafios totalmente novos aparecem no caminho. É bizarro.
Aqui, a calibragem do combate, do visual mais arrojado, apresentação de cutscenes muito mais aprimorada, da ausência da obrigatoriedade de quests secundárias genéricas para avançar na campanha, animações faciais e dublagem vastamente superiores a outros títulos da franquia são pontos muito positivos.
Entretanto, enquanto se acerta nisso, a repetitividade de objetivos, a falta significativa de equipamentos, o controle de qualidade deficitário que deixa escapar uma montanha de bugs visuais e sonoros e a duração prolongada além do necessário prejudicando ativamente a narrativa com arcos totalmente inúteis retornam a se tornar verdadeiras pragas no game.
Esse problema em jogos de mundo aberto está mais presente do que nunca e em particular, a Ubisoft por investir em tantos jogos nesse formato, acaba como um dos estúdios mais prejudicados por essa característica. Ainda assim, é impressionante o empenho dos produtores e desenvolvedores em conseguirem finalizar um jogo dessa magnitude em pouco mais de dois anos. Isso chega a ser quase que surreal.
Assassin’s Creed Valhalla é um game que mostra o empenho da Ubisoft em tentar realizar o melhor possível, mas ao mesmo tempo também revela uma enorme teimosia. Valhalla é o fim adequado da trilogia iniciada em Origins e deixa um novo caminho para a saga se reinventar na próxima iteração que com certeza virá muito em breve.
Agradecemos profundamente à Ubisoft pela cópia gentilmente cedida para a realização da análise.
Assassin’s Creed Valhalla (Idem, 2020)
Desenvolvedora: Ubisoft
Gênero: RPG em 3ª pessoa
Plataformas: PC, Stadia, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5
O que Tempesta (Stormfront) falou no final da 2ª temporada de The Boys?
Passado algum tempo desde a season finale de The Boys, não há momento mais oportuno para comentar alguns detalhes importantes com spoilers. Se ainda não terminou a temporada, leia o artigo depois!
No clímax de toda a temporada, um impasse entre Bruto, Becca e Tempesta acontece em meio a uma densa floresta. Bruto, incapacitado, não consegue deter Tempesta de estrangular lentamente a paixão de sua vida. Para piorar toda a situação, o filho bastardo de Homelander com Becca, Ryan, assiste a tudo horrorizado.
Com raiva, o menino consegue usar sua visão de calor que, embora acabe matando a própria mãe por acidente, também neutraliza quase fatalmente a vilã nazista.
Enquanto todos ficam em choque e Homelander chega ao local da tragédia, Tempesta parece alucinar e fala inúmeras frases em alemão. Os internautas traduziram tudo para que você possa entender o que ela estava falando.
Confira:
"Você se lembra daquele dia, Frederick? Os braços de Chloe para fora da janela do carro. Encontramos o local perfeito à beira do rio, à sombra de uma macieira. Foi a primeira vez que Chloe comeu maçãs frescas. Foi tão maravilhoso, eu queria que nunca acabasse."
Curioso notar que em seu leito de morte, Tempesta resgate uma das memórias mais doces de sua vida enquanto seu marido e filha ainda estavam vivos, embora todos seguissem uma ideologia mortal de exclusão que amaldiçoou o séc. XX.
The Boys tem duas temporadas disponíveis na Amazon Prime. A 3ª temporada deve chegar em 2021.
