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Blu-ray | Dunkirk – Edição Steelbook

 

Distribuição: Warner
Duração: 106 min
Discos: 2
Embalagem: Steelbook
Luva: Não
Preço: R$ 99,90

Vídeo

Razão de aspecto: 1.78:1, 2.20:1
Resolução: 1080p
Codec: MPEG-4 AVC (33.26 Mbps)

Áudio

Inglês: DTS-HD Master Audio 5.1 (48kHz, 16-bit)
Espanhol: Dolby Digital 5.1 (448 kbps)

Português: Dolby Digital 5.1 (448 kbps)

 

Análise

O Filme

★ ★ ★ ★ ★

O melhor filme de 2017 enfim chega ao home video. Com Dunkirk, o cineasta Christopher Nolan entrega seu filme mais intimista e experimental, com um épico de guerra comprimido em uma experiência sufocante e original, onde seu olhar se divide em três para contar múltiplas histórias em linhas temporais diferentes, todas envolvidas com a famosa evacuação na praia de Dunkirk, um dos eventos decisivos na Segunda Guerra Mundial. É um filme ao mesmo tempo assustador, tenso e belo, com lindas imagens captadas por Hoyte Van Hoytema, uma trilha sonora arrebatadora assinada pelo infalível Hans Zimmer e um elenco afiado que conta com performances memoráveis de Kenneth Branagh, Mark Rylance e Tom Hardy, além de lançar uma nova geração de grandes atores britânicos – até mesmo Harry Styles faz um bom trabalho em sua estreia como ator. Um filme sensacional, que merece ser visto e revisto. Crítica

DISCO 02

Criação

★ ★ ★ ★ 

O que temos no segundo disco é um grande making of de Dunkirk, que se aproxima das 2 horas de duração e traz uma divisão tão clara como a estrutura da história. No primeiro deles, a seção de Criação concentra-se na ideia de Christopher Nolan e porque ele achou importante contar a história da evacuação de Dunkirk, assim como uma justificativa interessante para a estrutura não linear do projeto. Vemos trechos de entrevistas com veteranos da Segunda Guerra que estiveram na praia francesa, muitos depoimentos do historiador Joshua Levine e o obrigatório featurette onde vemos a paixão de Nolan e da equipe pelo IMAX e a captação de alto formato – com Hoyte Van Hoytema sofrendo para carregar as pesadíssimas câmeras em seu ombro. Além disso, vemos o impacto do evento na cidade de Dunquerque, assim como o apoio do governo local em permitir que a equipe filmasse boa parte do longa ali.

Terra

★ ★ ★ ★ ★

Focado no setor “terrestre” do filme, temos três featurettes aqui. O primeiro deles nos leva ao lado do designer de produção Nathan Crowley, que explica a criação do píer do Molhe, o set prático mais importante da produção, e como a equipe teve trabalho em construí-lo sobre o atual píer de Dunquerque, onde o molhe realmente foi utilizado. Vemos então o trabalho de comandar cenas com milhares de figurantes (onde o diretor revela influências do cinema mudo na forma do “movimento de massas”), para as tomadas com os soldados na praia, e fiquei verdadeiramente chocado com a revelação de que Nolan usou cartolinas com desenhos dos soldados para preencher alguns quadros – o homem realmente não se rende ao CGI com facilidade, como fica bem explícito nessa técnica rudimentar. Por fim, o figurinista Jeffrey Kurland fala sobre a criação dos uniformes e trajes do período, e da dificuldade em produzir um número tão alto de peças; gosto do truque de envelhecer um pedaço de lã nova com maçarico, para conferir o aspecto de desgaste aos casacos, calças e botas.

Ar

★ ★ ★ ★ ★

Definitivamente o setor mais esperado do disco, e que eu já sonhava em ver desde que saí da sessão do filme nos cinemas. Dividido em dois featurettes, vemos aqui a criação das espetaculares cenas aéreas de Dunkirk, que contaram com aviões spitfires reais, onde Nolan e Van Hoytema encararam o desafio de acoplar câmeras IMAX nos ângulos mais estratégicos das poderosas máquinas de guerra – e até experimentar alguns voos para pesquisa. Chega a assustar o comprometimento de todos ali em atingir o resultado mais prático e on camera possível, onde até mesmo alguns membros do elenco decolaram na cabine dos spitfires para algumas tomadas, que facilmente poderiam ter sido realizadas com o auxílio de green screen, mas Nolan é fiel a seus princípios. Um extra de se fazer cair o queixo.

Água

★ ★ ★ ★ ★

Seção mais longa do disco, vemos agora todas as sequências que envolvem água – sempre um motivo para fazer diretores, produtores e atores gritarem em desespero. Assim como Tom Cruise é louco para fazer suas próprias stunts, Nolan é louco para realmente filmar grande parte das cenas ali no Canal da Mancha, no mar, com diversos figurantes, embarcações e efeitos especiais. Há um destaque para a procura e modificação do barco Moonstone, principal veículo marítimo do longa, e também um impressionante relato de alguns dos barcos que realmente estiveram na evacuação da praia, e que aparecem no filme durante uma emocionante sequência; familiares e descendentes britânicos falam do orgulho em mostrar os barcos para o mundo, assim como o cuidado da produção em preservá-los. Mas, claro, nem tudo pode ser feito de verdade. Temos ainda um featurette concentrado nas filmagens em estúdio, no gigantesco tanque de água da Warner Bros em Los Angeles, palco das cenas de naufrágio e da apavorante sequência do navio torpedado.

Conclusão

★ ★ ★ ★ ★ 

Setor final do disco, temos dois featurettes bem distintos. O primeiro é centrado no processo de pós-produção do filme, em especial o trabalho suado de Lee Smith na montagem. Vemos com o colaborador de longa data de Nolan organizou e separou as três linhas narrativas diferentes, explicando como seu trabalho precisava ser realizado em simultâneo com o de Hans Zimmer na trilha sonora, frisando a sincronização absoluta de imagem e som. Zimmer, inclusive, ganha um bom destaque com o uso do Shepard Tone em sua música assombrosa – tanto Smith quanto Zimmer são bem merecedores de um Oscar, diga-se de passagem. Por fim, o último featurette traz uma conclusão geral dos temas discutidos no filme, com elenco e equipe oferecendo suas opiniões pessoais sobre o significado da expressão “Milagre de Dunkirk”, com muitas palavras bonitas sendo ditas sobre a atual condição humana e a importância de se lembrar da História.

 

Quer você goste ou não de Christopher Nolan, é inegável que o material extra de Dunkirk seja uma verdadeira aula de cinema. Não traz nada além do extenso documentário fragmentado, mas há pedaços e trechos ali que deveriam ser assistidos por todos aqueles que se interessam em saber mais sobre a produção de um longa-metragem, especialmente um feito de maneira tão tradicional e sem o auxílio de imagens computadorizadas. Só queria que a Warner enviasse todos essas extras para os votantes da Academia, assim o merecido Oscar de melhor direção talvez pudesse realmente ir para seu real vencedor.

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Publicado por Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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