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CCXP | Painel 20th Century Fox

A Fox demonstrou que não brinca em serviço. Seu painel da CCXP praticamente cumpriu todas as expectativas do público e dos jornalistas sobre o conteúdo programado com direito a muitos vídeos exclusivos! Como o painel não contaria com nenhuma celebridade ilustre de peso para preencher tempo com entrevistas, a Fox caprichou no conteúdo audiovisual que contou com diversas surpresas reais no auditório Cinemark.

Painel de Fé

O começo do painel não poderia ser outro: Assassin’s Creed. A Fox preparou três clipes realmente exclusivos. Os dois primeiros são trechos tirados do filme. Ambos mostram duas cenas de ação cheias de correrias. A primeira mostra Aguilar, o protagonista, salvando uma companheira de ser morta queimada viva pela inquisição espanhola. A sequência define o tom do visual que veremos no restante da obra: cores puxadas para o marrom de fotografia escura.

A coreografia da ação e da correria é realmente muito similar a do jogo. Tão simular que o segundo clipe mostra novamente outra cena de ação, mas com direito a alguns pulos em telhados e assassinatos de guardas patrulhando por ali – igualzinho ao game. Enquanto Aguilar luta, vemos como o Animus deixa de ser um aparelho passivo de simulação como no game.

No trecho, vemos Fassbender preso a um braço mecânico gigantesco em uma enorme sala vazia que permite todo tipo de movimentação que é sincronizada com a simulação das memórias do antepassado do protagonista. É um conceito mais interessante, violento e conectado do Animus. Totalmente aprovado.

O terceiro vídeo era um clipe de Bastidores mostrando Damien Walters, o dublê de Fassbender, realizando o icônico Salto de Fé, literalmente. O homem pulou a altura de 38 metros para permitir a captação do salto real, fugindo dos tradicionais bonecos em CGI para compor a ação. Mais espetacular ainda foi quando Borgo anunciou a chamada do dublê para o palco.

O simpático Walters selecionou uma convidada da plateia e ensinou alguns truques de quedas para ela e para a plateia inteira. Arrancou risadas e aplausos.

Rugrats da Máfia

O segundo destaque do painel foi a exibição de dois clipes da animação da Dreamworks de O Poderoso Chefinho prevista para estrear no primeiro semestre do ano que vem. Sem revelar muito da história, os vídeos se concentravam na descoberta catártica do protagonista Tim ao ver que seu irmão, ainda bebê, consegue falar e conspirar para restituir a importância que os bebês tinham anteriormente nas famílias. É hilário ver o desempenho de Alec Baldwin e da estupenda animação inteligente cheia de variações de expressão para darem vida ao Bebê inspirado em figuras canastronas de filmes de máfia como O Poderoso Chefão e Os Bons Companheiros.

Os diálogos que sucedem têm qualidade e mostram as muitas divergências entre Tim e o Bebê que tenta contaminar a mente do pequeno garoto de 7 anos *e meio* inferindo que seus pais deixarão de amá-lo pela chegada do irmão. O filme parece seguir conflitos clichés, porém os clipes mostram uma direção muito criativa e enérgica de Tom McGrath que brinca com diversos estilos de linguagens cinematográficas transgredindo gêneros a todo momento.

Pixar Brasileira

Aproveitando o gancho da animação, Borgo convida o diretor Rafel Ribas para falar da animação nacional Lino que possui estreia prevista para 2017 também. Ribas e sua equipe apresentaram o trailer do longa e argumentaram sobre o potencial da história, afinal é um filme inteiramente animado em computação gráfica, utilizando os mesmos softwares que a Pixar usa para animar e “texturizar” seus filmes.

O diretor expôs as enormes dificuldades que o setor de animação brasileira para longas metragens sofre, já que o mercado não conta com grandes títulos ou de expansão. Ele diz que a motivação vem para conseguirem realizar algo verdadeiramente grandioso e para provar que o Brasil também consegue dominar o campo de animações de qualidade.

Lino captou mais de 4,5 milhões de reais através das leis de incentivo e renúncia fiscal.

Nave Covenant, Planeta CCXP

Um dos momentos mais aguardados da noite era a exibição de algum material do aguardado Alien Covenant, filme previsto para o próximo mês de maio. E as preces foram atendidas. Em um featurette de Bastidores, o público teve a oportunidade de conhecer a sinopse do filme e com um passeio guiado pelo próprio Ridley Scott em alguns sets.

Covenant se passará dez anos depois de Prometheus. Acompanharemos outra equipe de expedição em busca de um planeta desconhecido para iniciar o processo de colonização. Acreditando terem estacionado em um planeta deserto, a equipe será confrontada com criaturas inesperadas que trarão a completa dizimação da tripulação da nave.

Com locações sinistras em meio a pântanos sem árvores, Scott promete “This movie will scare the shit out of you!”. Pelos conceitos que vimos traduzidos em cenários, storyboards, jogos de iluminação e locações, não temos a menor dúvida disso.

Depois da exibição do vídeo, houve um bate papo com Afonso Solano sobre a biologia do xenomorfo e da inspiração de Giger e Scott em traduzir a criatura como um misto dos maiores medos do homem: sexo e insetos. Nada mais apropriado.

Kingsman, A Guerra pelo Planeta dos Macacos e A Cura

O penúltimo segmento foi marcado pela dedicação em trazer muitos trailers para começar o encerramento do painel. Primeiro, Pedro Pascal mandou um vídeo cumprimentando os brasileiros e afirmando que o novo filme Kingsman é a obra mais divertida que ele teve o prazer de trabalhar.

Logo depois, tivemos dois vídeos destinados à Planeta dos Macacos: A Guerra. O primeiro vídeo mostrava a criação dos efeitos visuais pela Weta, exibindo comparativos e dedicando atenção especial para a atuação de Andy Serkis. Então conferimos o novíssimo 1º trailer do filme que ainda situa poucas coisas da narrativa, mas mostra que Woody Harrelson será o comandante a liderar os humanos restantes para vencer a guerra contra os macacos.

O interessante foi notar que ainda há interação pacífica entre homens e macacos em certas cenas.

Um dos conteúdos mais interessantes da noite foi o novo trailer de A Cura, thriller psicológico/horror que marca o retorno de Gore Verbinski na cadeira de diretor desde 2013 com O Cavaleiro Solitário. É certeza de que se trata de um longa de extrema acuidade plástica e visual. Pode ser a melhor obra da carreira de Verbinski, principalmente por se valer de clichês excelentes causadas pela normalidade de um ambiente inóspito e perigoso que possui uma rotina que omite seus horrores com perfeição.

É preciso assistir a ao menos o 1º trailer para entender o que digo:

A narrativa acompanhará a ida do protagonista sem nome a esse hospital isolado referência em tratamento de diversas doenças. Porém, após tentar sair de lá e se acidentar, o protagonista é levado novamente ao lugar e terá que descobrir como abandonar esse terreno aparentemente normal, mas que guarda segredos amaldiçoados que colocarão sua vida em risco.

Era uma vez Wolverine

O momento mais esperado era a revelação do que a Fox tinha preparado para Logan, filme que estreia em março de 2017 que marca o fim de Hugh Jackman encarnando seu papel de longa data.

Após vermos o maravilhoso teaser trailer, foi chegada a hora tão esperada. E a Fox não decepcionou. Mostrou em primeira mão um trecho de uma cena do filme. Justamente aquela que vemos os três personagens: Logan, X-23 e Xavier jantando e se divertindo.

No trecho, é revelado que o trio está hospedado em uma casa de humanos comuns, jantando e trocando histórias sobre o passado distante, mas sem revelar sobre a real natureza de serem mutantes. O lance de ouro da cena é mostrar a selvageria de X-23 para comer enquanto Logan tenta corrigir sua postura, se comportando de modo menos excêntrico.

É um contraste interessante mostrar a jovem selvagem e um Logan mais racional, lento e civilizado. Basta lembrar dos diversos flashbacks que mostravam Wolverine totalmente irracional após os procedimentos traumáticos da Arma X. Foi uma cena longa, boa e que conseguiu estabelecer bons fundamentos para desenvolver seus personagens.

Agora resta ver se Logan será esse incrível filme de estudo de personagem que está prometendo ser porque a Fox cumpriu muito bem seu contrato para com o público presente. Até agora, é, sem sombra de dúvidas, o melhor painel da CCXP desse ano.

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Publicado por Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema seguindo o sonho de me tornar Diretor de Fotografia. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas.

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