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Cine Vinil #06 | Lado A: Por que Amei Mulher-Maravilha

­O CONCEITO

Dia vs Noite, TWD vs GOT, DC vs Marvel, BvS vs Guerra Civil, Xbox vs Playstation, Flamengo vs Fluminense, Android vs iOS, McDonalds vs Burger King, Nerd vs Nerd, Fanboy vs Fanboy.

O multiverso nerd é pautado por discussões intermináveis e, geralmente, extremamente redundantes. Mas com toda a certeza a gente adora aquela treta cósmica para provar que um lado é melhor que o outro – mesmo que o único convencido na discussão seja você mesmo. Analisando essa treta tão peculiar, decidimos trazer um pouco desse espírito “saudável” de discussão para o nosso site.

Sejam bem-vindos ao Cine Vinil! Calma, antes de soltar os cães nos comentários, entenda nossa proposta. Os discos de vinil foram um dos itens mais amados para reprodução de arquivos sonoros. Sua grande peculiaridade eram os lados A e B. O lado A era utilizado para gravar os hits comerciais das bandas, músicas mais populares. Enquanto o Lado B era mais voltado para canções experimentais ou mais autorais.

No caso, nos inspiramos pelos lados opostos do mesmo “disco” – de uma mesma obra. Serão dois artigos: o Lado A, que contém a opinião positiva, e o Lado B, com a versão negativa. Os autores, obviamente, serão distintos, e escolherão 5 pontos específicos da obra para justificar seus argumentos.

Explicado o conceito, nós lhes desejamos aquela ótima discussão para defender o seu lado favorito! Quem ganhou? Lado A ou Lado B? Que a treta perfeita comece!

Atenção aos spoilers. 

LADO A

Por Raphael Klopper


Gal, A Mulher-Maravilha

Me lembro como se fosse ontem o estardalhaço quase infantil e birrento de quando a jovem atriz apenas conhecida por um breve papel na franquia Velozes e Furiosos, fora contratada para interpretar a heroína titular no famigerado Batman vs Superman e agora aqui! E mais uma vez, como ela roubou completamente a cena no filme anterior, Gal Gadot aqui torna o papel completamente dela! Pode-se sim discutir que ela não é A MELHOR atriz dramática da década, mas ela possui um charme e carisma tão únicos que a fazem marcar tanta presença em cena. E traz uma pureza e docibilidade para a personagem tão rara em um filme de super-herói onde é impossível não se encantar e torcer por ela. E no final ficar desejoso por muito mais da personagem no futuro!

 

Segue fórmula, mas não A fórmula! 

Muito se notou o quanto Zack Snyder quis dar um novo sabor e frescor ao gênero com suas decisões visuais e narrativas ousadas e um tom mais adulto em Batman vs Superman. Já Esquadrão Suicida foi uma ré derrapante nisso se tornando mais um filme genérico da Marvel dentro do visual sombrio DC. E Mulher Maravilha pode ser facilmente confundido em fazer parte desse trade de trazer piadinhas para deixar tudo mais leve e apenas querer estabelecer a personagem para a vermos em filmes futuros de Liga da Justiça e afins. Mas não! Tem piadinhas e se trata sim de uma bem conhecida história de origem, mas o humor soa de forma TÃO natural e integrada como parte dos personagens dentro da história que toma seu tempo em querer construir a história de sua personagem de forma adulta e coesa! Isso sim é tão refrescante poder se divertir vendo um filme e poder se sentir investido na jornada da heroína!

Divertido e maduro!

É nessa coesão muito bem realizada pelo roteiro que notamos o quanto a DC está se reformulando aos poucos, ainda se mostrando querer ser diferente de outros filmes de heróis de hoje, Marvel e afins. Não só por evitar colocar uma cena pós-créditos gratuita, mas sim por manter um tom adulto e maduro na forma que lida com a sua história e personagens ao mesmo tempo que não é isento de humor, esse que é construído de forma natural e inteligente. Onde tudo se mistura e forma um filme que lembra muito as aventuras matinê clássicas de filmes como Indiana Jones. E que remete fortemente aos tempos áureos da DC quase capturando com perfeição a pureza e o encanto do primeiro filme do Superman de Richard Donner com Christopher Reeve quando vemos as motivações tão puras e até emocionantes da heróina título. Será que a DC está finalmente encontrando a sua voz?!

Coadjuvantes de luxo

Pare agora e me diga um filme da Marvel (MCU) etc que apresentem, além de seus heróis, personagens coadjuvantes interessantes ou memoráveis! Pode com certeza existir algum, mas é imensamente notável o bom elenco que é aqui reunido e que dividem o show com a Diana de Gal Gadot. Só demonstrando o esmero que Patty Jenkins dirige seu elenco onde nenhum ator é desperdiçado e todos os personagens servem à um propósito final na jornada de Diana! Desde a confortante figura materna da rainha Hippolyta de Connie Nielsen e da figura de força e superação de uma breve mas excelente Robin Wright como Antiope; o carisma e charme inabaláveis de um sempre ótimo Chris Pine; e os alívios cômicos nada irritantes de Lucy Davis, Ewen Bremner e Saïd Taghmaoui, e talvez algumas surpresas a mais!

Patty Jenkins, a diretora maravilhosa!

O sucesso do filme se deve sim muito ao brilho de Gadot, mas nada seria o mesmo sem a presença de Jenkins na direção! Muito cheguei a ouvir sobre como a direção dela chega a ser completamente sem nenhuma marca autoral própria, e possuindo diversos traços de Zack Snyder em seu visual quadrinhesco e o uso constante de câmera lenta nas ótimas cenas de ação. Isso pra mim está longe de ser verdade! Em um filme tão longo e rebuscado, vemos a diretora realmente se preocupando em criar constantes pequenos momentos de interação humana entre os personagens, onde os diálogos soam tão naturais e as relações são construídas de forma tão palpável como o tocante romance entre Diana e Steve Trevor. A marca de Jenkins aqui é exatamente em saber cuidar aqui da humanidade tão forte do filme, que deixa tudo muito mais encantador e até emocionante em sua direção tão classicista em construir as cenas com tantas sutilezas e um charme visual. Ao mesmo tempo que cria a sensação de excitação e vibração em seu púbico quando vemos a nossa heroína explodir em toda sua glória na tela, com cada momento sendo completamente memoráveis! Uma diretora perfeita para essa personagem que mostra conhecer e admirar tão bem num filme simplesmente excelente!

Clique AQUI para ler o Lado B

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Publicado por Raphael Klopper

Estudante de Jornalismo e amante de filmes desde o berço, que evoluiu ao longo dos anos para ser também um possível nerd amante de quadrinhos, games, livros, de todos os gêneros e tipos possíveis. E devido a isso, não tem um gosto particular, apenas busca apreciar todas as grandes qualidades que as obras que tanto admira.

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