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Cine Vinil #09 | Lado A: Por que Amei Liga da Justiça

O CONCEITO

Dia vs Noite, TWD vs GOT, DC vs Marvel, BvS vs Guerra Civil, Xbox vs Playstation, Flamengo vs Fluminense, Android vs iOS, McDonalds vs Burger King, Nerd vs Nerd, Fanboy vs Fanboy.

O multiverso nerd é pautado por discussões intermináveis e, geralmente, extremamente redundantes. Mas com toda a certeza a gente adora aquela treta cósmica para provar que um lado é melhor que o outro – mesmo que o único convencido na discussão seja você mesmo. Analisando essa treta tão peculiar, decidimos trazer um pouco desse espírito “saudável” de discussão para o nosso site.

Sejam bem-vindos ao Cine Vinil! Calma, antes de soltar os cães nos comentários, entenda nossa proposta. Os discos de vinil foram um dos itens mais amados para reprodução de arquivos sonoros. Sua grande peculiaridade eram os lados A e B. O Lado A era utilizado para gravar os hits comerciais das bandas, músicas mais populares. Enquanto o Lado B era mais voltado para canções experimentais ou mais autorais.

No caso, nos inspiramos pelos lados opostos do mesmo “disco” – de uma mesma obra. Serão dois artigos: o Lado A, que contém a opinião positiva, e o Lado B, com a versão negativa. Os autores, obviamente, serão distintos, e escolherão 5 pontos específicos da obra para justificar seus argumentos.

Explicado o conceito, nós lhes desejamos aquela ótima discussão para defender o seu lado favorito! Quem ganhou? Lado A ou Lado B? Que a treta perfeita comece!

Atenção aos spoilers. 

LADO A

Por Raphael Klopper

Algo para o agrado de todos

Se há uma coisa que não pode se reclamar de Liga da Justiça, é sua falta de coesão; tanto narrativa quanto ao seu tom estabelecido, críticas essas feitas à Batman vs Superman por exemplo. Se as refilmagens de Joss Whedon serviram para algo, foi em prol do filme, no intuito de torná-lo algo agradável a todos. Podemos encontrar um texto coeso em sua trama simples e direta na luta do heróis contra o mal. A obra consegue apresentar os novos personagens e integrá-los aos já pré-estabelecidos, destacando todos ao longo do filme, tanto na ação quanto no drama. Isso sem falar nas boas tiradas cômicas, sem exageros, mantendo um ritmo constante, mas nunca apressado e sim constantemente divertido. Uma aventura à la Jack Kirby para se assistir do início ao fim com um sorriso no rosto.

Estilos distintos em harmonia

Quando se ouviu a noticia de que Joss Whedon cuidaria das refilmagens do filme, muitos pensaram que a visão de Zack Snyder seria totalmente descartada em prol de um filme mais leve e genérico. De fato, temos sim um filme mais descontraído e divertido, que já era a intenção inicial de Snyder, que ainda tem, sim, seu apurado visual quadrinhesco mantido. Mais dosado, mas ainda ricamente destacado nas belíssimas cenas de ação do Flash e na invasão de Themyscira ou nas breves cenas em que vemos a aura soturna e gótica de Gotham. Brincando, ainda, com as palhetas de cores diferentes para cada cena individual dos heróis e quando estão finalmente juntos. Graças a Whedon, temos um texto que consegue ricamente destacar a personalidade individual de cada um dos membros da Liga e bons diálogos entre eles na construção do espírito de equipe e amizade, sem se esquecer do drama individual de cada um, mesmo no meio de tanto humor. Deveria ser um sonho para todos verem um filme com o apuro visual de Zack Snyder e a narrativa prosaica de Joss Whedon!

A Equipe perfeita

Não devo me alongar tanto em dizer do quanto temos aqui o elenco perfeito para a maior super-equipe de todos os tempos. Onde, mais uma vez, vemos Ben Affleck e Gal Gadot demonstrando serem excelentes intérpretes do Homem-Morcego e a semi-deusa amazona, mostrando novas camadas dramáticas e de personalidade aos heróis. Com uma Mulher-Maravilha mais madura e conflito de seu papel como heroína e símbolo de esperança e um Bruce Wayne com olhar mais esperançoso e heroico. Junto disso, ainda temos uma revitalização do personagem de Aquaman, com a performance de “fodão” silencioso, de coração puro, de Jason Momoa; já o Ciborgue de Ray Fisher em conflito interno de sua natureza humana e robótica e o Flash de Ezra Miller divertido nostálgico e um jovem gênio. Onde cada uma de suas personalidades são exploradas, não só através do (hilário) humor, mas também nos sutis toques dramáticos empregados em cada. E também na grande química presente entre cada ator, que dão uma rica e promissora vida ao supergrupo.

O Melhor Superman em anos!

Sinceramente, quem liga e implica desnecessariamente com um bigode escondido por CGI, como se fosse o pior efeito especial que já viram em um filme, quando temos um Superman esbanjando carisma e heroísmo como não se via há anos no cinema?! Depois de ter divido opiniões fortemente com seu Superman mais humanizado e cheio de falhas em Homem de Aço e Batman vs Superman, finalmente vemos Henry Cavill brilhando no papel como ele sempre deveria e merecia. Esbanjando um charme e carisma que, ouso dizer, deixaria Christopher Reeve orgulhoso. Agora encarnando um Super mais heroico, otimista, extremamente bondoso e cheio de humor, que vai deixar a todos ansiosos para a sua próxima aparição nesse universo da DC!

A DC clássica renascida

Isso, na verdade, vem de um processo já iniciado anteriormente no excelente Mulher-Maravilha e criando forma novamente aqui, a DC resgatando aos poucos sua aura clássica, tanto dos quadrinhos quanto do cinema, de volta para seu universo. O otimismo, a vibe de aventura, os símbolos de heroísmo e perfeição que os heróis, deuses entre humanos, se tornam frente à humanidade que juram proteger. O Superman agora bem-humorado e otimista e até a presença da trilha sonora orquestral tão classicista de Danny Elfman, trazendo os temas clássicos do Superman de Richard Donner e do Batman de Tim Burton, são sinais de como, aos poucos, eles estão se afastando do tom sombrio e realista dos primeiros filmes de Snyder, optando agora por um tom leve, aventuresco e espirituoso na reunião de seus heróis, mas ainda sabendo destacar seus dramas individuais. Uma “Marvelização” para alguns, mas na verdade, é o verdadeiro espírito da Detective Comics sendo trazido de volta à vida e se estabelecendo em seu rico e promissor universo.

Clique AQUI para ler o LADO B

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Publicado por Raphael Klopper

Estudante de Jornalismo e amante de filmes desde o berço, que evoluiu ao longo dos anos para ser também um possível nerd amante de quadrinhos, games, livros, de todos os gêneros e tipos possíveis. E devido a isso, não tem um gosto particular, apenas busca apreciar todas as grandes qualidades que as obras que tanto admira.

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