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Cine Vinil #11 | Lado A: Por que Amei Vingadores: Guerra Infinita

O CONCEITO

Dia vs Noite, TWD vs GOT, DC vs Marvel, BvS vs Guerra Civil, Xbox vs Playstation, Flamengo vs Fluminense, Android vs iOS, McDonalds vs Burger King, Nerd vs Nerd, Fanboy vs Fanboy.

O multiverso nerd é pautado por discussões intermináveis e, geralmente, extremamente redundantes. Mas com toda a certeza a gente adora aquela treta cósmica para provar que um lado é melhor que o outro – mesmo que o único convencido na discussão seja você mesmo. Analisando essa treta tão peculiar, decidimos trazer um pouco desse espírito “saudável” de discussão para o nosso site.

Sejam bem-vindos ao Cine Vinil! Calma, antes de soltar os cães nos comentários, entenda nossa proposta. Os discos de vinil foram um dos itens mais amados para reprodução de arquivos sonoros. Sua grande peculiaridade eram os lados A e B. O lado A era utilizado para gravar os hits comerciais das bandas, músicas mais populares. Enquanto o Lado B era mais voltado para canções experimentais ou mais autorais.

No caso, nos inspiramos pelos lados opostos do mesmo “disco” – de uma mesma obra. Serão dois artigos: o Lado A, que contém a opinião positiva, e o Lado B, com a versão negativa. Os autores, obviamente, serão distintos, e escolherão 5 pontos específicos da obra para justificar seus argumentos.

Explicado o conceito, nós lhes desejamos aquela ótima discussão para defender o seu lado favorito! Quem ganhou? Lado A ou Lado B? Que a treta perfeita comece!

Atenção aos spoilers.

LADO A

INTERAÇÕES ENTRE OS HEROIS

Alardeado a tempos pelos diretos e roteiristas, uma das coisas mais esperadas pelos fãs era justamente como funcionariam as interações entre os heróis mais distintos uns dos outros em Vingadores: Guerra Infinita. E, como comentado por eles, o objetivo era justamente associar personagens que em tese não teriam muito em comum, buscando dinâmicas e ângulos diferentes para cada um. E o resultado não poderia ter sido melhor: temos insultos e sarcasmo entre Dr. Estranho e Tony Stark, amizade e sacrifício com Thor, Rocket Racoon e Groot, Homem Aranha morrendo de medo da Mantis, o incrível team-up  da Viúva Negra, Okoye e Feiticeira Escarlate contra Proxima e até detalhes pequenos como um comentário entre Shuri e Bruce Banner. Sendo que este último, por sinal teve seu tão aguardado retorno e reencontro com outros personagens importantes. Acima de tudo isso, no entanto, é a entrada dos Vingadores no reino de Wakanda que marcou sucesso recentemente no filme de Pantera Negra.

THANOS, O MELHOR VILÃO

O grande vilão da Marvel finalmente chegou, após seis anos de sua primeira entrada neste universo cinemático. Levantando grandes questões da audiência na época, o vilão ainda apareceria duas vezes mais, em Guardiões da Galáxia no ano 2014 e Vingadores: Era de Ultron  em 2015, com a promessa de que ele mesmo iria atrás das gemas do infinito. Em Vingadores: Guerra Infinita, toda essa espera é recompensada com bônus em cima de bônus. Thanos não só ganha foco maior do que os heróis, ele também é o centro desta história. Além disso, temos no vilão de Josh Brolin um personagem interessante, carismático e que rouba a cena. Um inimigo que pode ser compreendido pelo público, que não é unidimensional como a grande maioria dos antagonistas da Marvel e que conquista a posição número um de melhor vilão deste universo cinemático. Deve ser a primeira vez onde o espectador realmente sente a ameaça de um inimigo tão forte quanto sentimos com Thanos, que já desde o início da película mostra que não veio para brincadeira. Um acerto na mosca da Marvel e dos irmãos Russo!

HUMOR E DRAMA EQUILIBRADOS

Uma das maiores crítica do Universo Cinemático Marvel é o humor mal colocado, as famosas piadas fora de hora. Estas que já atormentaram as primeiras fases da empresa, em filmes como Thor: O Mundo Sombrio e Homem de Ferro 3 . Mesmo melhorando neste quesito, a Marvel sempre teve dificuldade em balancear seu humor com cenas dramáticas, não permitindo ao espectador sentir a emoção do momento com uma piada mal posicionada. Com os irmãos Russo, no entanto, é diferente. Mostrando já um desvio do tom usual da companhia em seu filme de estreia Capitão América: O Soldado Invernal , que recebeu elogios por possuir um tom mais sério, em Vingadores: Guerra Infinita os diretores mostram destreza ao administrar cargas pesadas de drama e humor, sem se atrapalhar. Com um background excelente por dirigir as duas temporadas iniciais de Arrested Development, os diretores conduzem cenas realmente hilárias se utilizando das características dos personagens e seus atores. Em outros momentos, com cenas realmente dramáticas e de seriedade, não temos a sensação interrompida com alguma costumeira piadinha de mal gosto. Os momentos sérios são sérios, os tristes são tristes e os engraçados são engraçados. Perfeitamente equilibrados. Thanos aprova isto.

AÇÃO FRENÉTICA E INVENTIVA

Depois de Vingadores: Era de Ultron mostrar algumas cenas legais aqui e ali, mas realmente pouca inventividade na hora de usar os poderes de todos os heróis (dentre ele o maior pecado, nerfar Thor, o deus do trovão) finalmente temos um filme dos Vingadores mostrando porque eles são os heróis mais poderosos da Terra. Vemos todos os personagens sendo utilizados e tendo seu momento de glória, seja individual ou trabalhando em equipe. Além disso, a CGI do filme está espetacular, sendo que toda a película foi filmada com câmeras IMAX para total aproveitamento e qualidade cinemática. As lutas e combates são claros, com poucos cortes e representados de forma limpa. Para um filme com ação sem parar do início ao fim, manter o espectador investido na tela e entretido com tudo o que está acontecendo em cena é um desafio imenso, dificilmente obtido em diversos blockbusters por aí. Nestes filmes, o momento em que começa a ação geralmente é o momento onde nos desligamos do que está acontecendo em tédio e indiferença. Em Vingadores: Guerra Infinita, é o contrário. A história é contada através destes espaços e temos uso de habilidades especiais que mostram todo o poder dos heróis. É realmente um deleite visual, quadrinhos sendo transformados em realidade perante os olhos que mantém o espectador preso à tela.

FINAL MAIS OUSADO

E o que falar deste final? Thanos venceu! Os heróis foram derrotados, um A um, pouco a pouco. A esperança foi calmamente e constantemente desvanecendo, enquanto o titã louco conquistava seu plano e todas as gemas do infinito iam parar em sua manopla. Em uma cena de apertar a cadeira e parar o coração, a maioria dos heróis foi apagada da existência. Perante uma audiência perplexa, os heróis favoritos dos últimos dez anos de UCM iam desaparecendo. Thor deveria ter mirado na cabeça, afinal de contas. Sim, todos sabemos que esta é a parte um de dois. Mas o fato da Marvel ter permitido um final assim triste, sem nenhuma chance de esperança é realmente um trunfo e um dos motivos pelo qual Vingadores: Guerra Infinita será lembrado ainda por muitos anos. O sorriso que Thanos deu à seis anos atrás ao ouvir que desafiar os Vingadores era cortejar a morte, se repete aqui na cena final, com o vilão, vitorioso, sorrindo ao refletir sobre sua conquista. Uma conquista de Thanos, uma conquista da Marvel, que permitiu um dos primeiros filmes deste porte ter um final assim deprimente e massivamente satisfatório. O gancho que vai arrastar milhões de fãs para as primeiras exibições da parte dois em Maio de 2019.

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Publicado por Lucas Voltolini

Eu escrevo sobre filmes, jogos e dou uns pitacos sobre a indústria do entretenimento sempre que posso

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