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Cobertura | Exibição Especial de Doutor Estranho

Ontem, dia 11, a Disney organizou um evento para convidados a fim de exibir 15 minutos de cenas presentes em seu vindouro Doutor Estranho, último filme da Marvel programado para este ano.

Evidente que o evento foi para nutrir hype para a estreia do longa em 3 de novembro. E claro, conseguiu elevar minhas expectativas para o longa completo. Conferimos com exclusividade um trailer linear mostrando trechos de cenas específicas do filme desde o acidente automobilístico de Strange, seu contato com o mundo espiritual através das lições com a Anciã e os breves conflitos com o antagonista, Kaecilius, incluindo uma perseguição inacreditável no clímax do longa.

Já afirmo aqui e agora que Doutor Estranho tem o potencial de ser o melhor filme da Marvel em anos, fugindo do lugar comum de encenação e fotografia que só foi quebrado por Homem-Formiga após uma longa sequência de filmes com aspecto de “enlatados milionários”.

O trailer que vimos foi especialmente construído para o evento, com todos os recursos psicológicos para causar êxtase no espectador – o efeito IMAX colabora, e muito! As imagens sempre eram apresentadas com a roupagem ideal: som alto, música licenciada, montagem ritmada e cheia de energia. É o efeito catártico no espectador, mas nada disso valeria caso não houvesse um conteúdo espetacular para ser apresentado.

Sorte a nossa que as sequências são plasticamente avassaladoras. Scott Derrickson conseguiu criar toda a viagem alucinógena cheia de efeitos caleidoscópicos com inúmeros fractais, fluidos e texturas coloridas para apresentar as “infinitas impossibilidades” do terreno mágico que a Marvel apresentará com a história de Strange. Essa sequência é absolutamente fenomenal e visualmente soberba.

O 3D é inserido com tal precisão que conseguiu me causar vertigem entre tantos planos que aproveitam a profundidade de campo pulsante e dos cenários que constantemente se transformam, assim como o personagem que vaga nesses universos matematicamente irracionais. Destaco aqui como Derrickson se inspira nas concepções visuais de Stanley Kubrick em 2001 e nas brilhantes construções de Christopher Nolan em A Origem e Interstellar. Há muita coisa similar sim, mas digamos que Derrickson aprimora tudo, apresentando versões mais extrapoladas e corajosas dos trabalhos visuais dos conceituados diretores.

Logo depois, o trailer se dedica a mostrar um dos conflitos entre Kaecilius e Strange – creio que teremos pelo menos três ao longo do filme. Também é uma cena ótima exibindo Strange tentando controlar o tempo, “rebobinando” após pausá-lo em um slow motion. Novamente, é um espetáculo visual de realização complexa.

Porém nada supera a terceira cena de ação que conferimos: a grandiosa perseguição entre as dimensões paralelas de Manhattans simultâneas em um mesmo espaço. Algo tirado diretamente da arte de Steve Ditko, Derrickson elabora uma encenação totalmente fora do convencional onde a gravidade é uma regra quase esquecida, criando mais sensações vertiginosas. A câmera participa ativamente dessa encenação através de movimentos de mutação assim como as cidades que se alteram a todo momento.

Kaecilius persegue Strange e Mordo enquanto eles tentam fugir através de portais. Como toda a ação é quase desregrada, atingindo diversos níveis e construções visuais, além de ter alguns quebra-paus cheios de magia, afirmo que essa sequência tem o potencial de ser a melhor de perseguição que já vimos nos cinemas em questão de décadas. É algo do nível das excelentes perseguições da rodovia em Matrix Reloaded e da insana e brilhante corrida em Paris presente no medíocre primeiro filme G.I. Joe.

Em questão da história, pouco material relevante foi apresentado por questões óbvias: todo spoiler tem de ser evitado. Apenas posso afirmar de que se trata sim da mesma jornada do herói de Joseph Campbell que já vimos inúmeras vezes, em particular uma mistura das jornadas de Matrix e Batman Begins. As piadas tão inerentes à esses filmes, continuam presentes – algumas meio sem nexo, mas a maioria é engraçada.

O filme ainda reserva muitas surpresas, nós garantimos isso. Aliás, até não mencionamos participações muito interessantes de uma entidade vilanesca que deve mostrar sua função na narrativa completa. Até agora, impossível afirmar sobre a qualidade do nosso antagonista – é bem possível que tenhamos outro vilão pálido para a coleção da Marvel. Porém, é inegável, Cumberbatch É Stephen Strange, uma personificação tão marcante e divertida que todos poderão conferir no próximo dia 3.

Dito isso, Doutor Estranho é um filme imperdível no qual a Marvel tem a chance de fazer História mais uma vez.

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Publicado por Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema seguindo o sonho de me tornar Diretor de Fotografia. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas.

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