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Crítica | Estrangulado – Não acerta nem nos usos dos clichês

*Este filme foi visto na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

O filme Policial é um gênero – que como muitos outros – repleto de regras e clichês. Se seguir a receita do bolo certinho, consegue fazer pelo menos um filme envolvente. Mas se errar ou não saber construir um mistério, não estará fazendo um filme, mas um exercício de paciência. Aí chegamos a essa produção húngara chamada Estrangulado, que deixa duas duvidas no final: se devemos estrangular a nós mesmos ou o diretor?

O longa se passa na Hungria socialista nos anos 60, onde um serial killer está a solta em um pequeno vilarejo, matando e estuprando mulheres. Quando um jovem oficial é mandado para investigar o caso, ele descobre que pode haver uma ligação entre as mortes atuais e de um homem que foi considerado culpado de um assassinado sete anos antes.

A trama tem vários elementos que podiam resultar em algum material interessante, mas absolutamente nada se salva. Os personagens são todos muito mal construídos e burros; nenhum dos arcos dramáticos convence ou é bem trabalhado; e o mistério se torna extremamente clichê e óbvio. Isso que ele divide em várias sub-plots: o assassino escolhendo suas vítimas; o policial mais velho relembrando o caso; o mais novo indo atrás; e o suspeito na cadeia. Nenhumas delas funcionam ou tem química. Isso se deve ao péssimo roteiro e principalmente à montagem criminosa fazendo cortes péssimos e não construindo nenhum tipo de coerência narrativa, apenas um amaranhado de cenas.

Nem tecnicamente o longa se salva, tendo uma direção pífia que não consegue criar tensão nem nos ataques do assassino. Isso se dá em razão da péssima fotografia que não consegue criar nada, só utilizando filtros para tentar emular alguma sensação. O ponto máximo da incompetência está na cena em que um dos suspeitos é interrogado e a luz da lâmpada que está em cena muda de temperatura do nada, no meio do interrogatório. Além disso, a direção de arte é pouco inspirada, a trilha, genérica, e nenhum dos atores se salva.

Dos filmes que vi nessa Mostra, diria que Estrangulado é disparado o pior. Um filme que poderia esperar para passar na Globo depois do programa do Serginho Groisman.

Estrangulado (A Martfui Rém, Hungria – 2016)

Direção: Arpad Soptis
Roteiro: Arpad Soptis
Elenco: Péter Bárnai, Károly Hajduk, Zsolt Anger, Gábor Jászberényi e Zsolt Trill
Gênero: Suspense, Policial
Duração: 123 Minutos

Trailer:

Redação Bastidores

Publicado por Redação Bastidores

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