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Crítica | Guerra Civil 2 #1

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Aviso: esta crítica contém uma análise da edição número 1 de Guerra Civil 2, lançada nos Estados Unidos em junho, portanto, haverão spoilers e detalhes da história sendo discutidos abaixo.

Em 2007, fomos agraciados com uma das melhores mega sagas da história recente da Marvel. Guerra Civil, escrita por Mark Millar e desenhada por Steve McNiven, chegou ao topo de sucessos de crítica e vendas, recebendo uma versão cinematográfica (mesmo que completamente diferente do material base) agora em maio deste ano.

Neste quadrinho de 2007, encontramos os personagens Tony Stark e Steve Rogers divididos sobre uma questão política se os heróis deveriam ou não revelar suas identidades secretas e servir ao governo. Uma saga que envolveu todos os personagens do Universo Marvel (com ausência dos X-Men, infelizmente) de forma íntima e particular. O tema era também algo que chamava a atenção por ser relevante com o período nos Estados Unidos. O quadrinho abordou muito a questão política e como as pessoas enxergavam os heróis. Não é à toa que o incidente mostrado no quadrinho como catalisador para o registro dos heróis era justamente um erro de um grupo de heróis inexperientes durante gravação de um reality show que detalhava a rotina dos mascarados.

Tendo em vista esses detalhes sobre a HQ de 2007 e como ela foi marcante dentro da Casa das Idéias, não estava gerando nenhuma expectativa para a “sequência” de Guerra Civil. Além de existir somente para angariar lucros com o filme de Guerra Civil no cinema, não enxerguei a Marvel preparando terreno para esta saga da mesma forma que preparou para a excelente Guerras Secretas do ano passado, que foi a conclusão do arco de histórias de 4 anos dos Vingadores e Novos Vingadores, escritas por Jonathan Hickman.

Guerra Civil 2

Escrita por Brian Michael Bendis (que admitiu só aceitar escrever a HQ se Mark Millar não fosse a pessoa que a escrevesse) e desenhada por David Marquez, não temos um gibi ruim. E quero deixar isso claro antes de seguir com a resenha. Guerra Civil 2 de modo algum se inicia como uma história fraca ou pouco promissora. Ela é diferente da Guerra Civil número 1, sim. Falha em criar o mesmo impacto também. Mas se analisarmos ela como uma história fechada e nova, sem desenhar muitas comparações com sua antecessora, encontram-se coisas positivas.

A história começa com os Vingadores todos unidos contra um Celestial que está invadindo New York. E quando eu digo os Vingadores, eu quero dizer uma página inteira mostrando em torno de 40 personagens, dentre eles Deadpool e Garota Esquilo. Mas não se preocupe, o objetivo com essas aberturas é mostrar o escopo que a história tem, afinal, temos em mãos mais uma mega saga da Marvel e é óbvio que todos os personagens tem que estar juntos, não é?

Após vencerem o Celestial, os heróis todos se reúnem no apartamento de Tony Stark para um brinde de celebração. E quem oferece um brinde é justamente o anfitrião, em agradecimento aos Inumanos, que deram o alerta sobre a invasão do Celestial. Alerta esse vago, afinal, como os Inumanos sabiam do ataque iminente?

A pergunta fica no ar ao longo da festa e Tony Stark, juntamente com Capitã Marvel e outro punhado de heróis confrontam os Inumanos pra saber como que eles tinham essa informação. A resposta é Ulysses. Um inumano recém transformado graças a bomba de terrígeno lançada sobre a Terra, alguns meses atrás. Ele tem visões sobre o futuro e viu o Celestial atacando e destruindo o planeta.

Ao saber dessa informação, Tony Stark e Carol Danvers discutem sobre a situação. Carol comenta estar trabalhando para evitar desastres e com o Ulysses em sua equipe isso finalmente funcionaria. Stark vê nessa situação um problema. Como confiar em um inumano que diz prever o futuro e com base nisso prender pessoas ou atacar entidades cósmicas? Nesse momento, vale enfatizar que a abordagem que Bendis traz para Tony é muito mais sarcástica que o normal. Isso já tem sido mostrado desde que Bendis assumiu Invincible Iron Man após a conclusão das Guerras Secretas onde temos Tony Stark pedindo um “high five” do Mago Supremo por eles serem mustache bros.

Sim. Um high five.

Enfim, com essa nova abordagem de sua personalidade, Tony faz comparações do tipo “Poxa, então se ele disse que o Hulk e Ultron estavam se beijando e tiveram filhos que querem destruir a humanidade nós devemos prender o Dr. Banner?”

O engraçado é que essa frase vem justamente da pessoa que, juntamente com Raio Negro, Dr. Estranho e Reed Richards, enviaram o Hulk pro espaço porque ele era um risco muito grande pra Terra.

O que mais me incomodou nessa cena é que a participação de Steve Rogers se resume a absolutamente duas frases. O Steve Rogers, um ídolo, um líder dos Vingadores e quem era o contra-ponto da Guerra Civil 1 se resume a meramente um figurante com dois balões de fala. Totalmente apagado, neutro na discussão. Lamentável ver a atitude de Bendis com o Capitão América e espero mesmo que isso mude nas próximas edições.

Portanto, não espere ver essa cena nessa edição:

A discussão acaba aí, todos voltam pra casa e vão dormir. No entanto, Ulysses têm uma nova visão e alerta os Inumanos, que por sua vez ligam pra Carol Danvers.

O quadrinho corta para horas depois com Tony Stark recebendo uma ligação sobre Rhodes. Ele está morto.

Assim, dessa forma abrupta, Bendis nos entrega a morte de um personagem muito querido do Universo Marvel e um dos maiores amigos de Tony Stark. O objetivo, creio eu, foi nos passar a notícia de forma tão abrupta e de certa forma criar uma empatia com o sentimento que Tony teve ao saber de sua morte. Achei uma idéia interessante, mas como sabemos que são quadrinhos, as chances dele continuar morto são ínfimas e acaba não tendo o peso que deveria.

Tony, ao saber da notícia e de como aconteceu, corre ao encontro de Carol Danvers, que está no hospital cuidando da Mulher Hulk, esta por sua vez à beira da morte. Carol então explica que a visão de Ulysses mostrava  um ataque de Thanos e eles foram deter o Titã.

James Rhodes participou da missão voluntariamente e teve seu corpo atravessado por um golpe de Thanos:

Nesse momento quero abrir um parênteses para elogiar a arte de David Marquez eJustin Ponsor. Eu já tinha observado o trabalho dessa dupla (desenhista e colorista, respectivamente) no primeiro arco de Invicible Iron Man pós Guerras Secretas e achei sensacional. A capacidade de desenharem expressões faciais e sentimentos é digna de nota. No último quadro desta edição, temos Carol Danvers vendo os sinais vitais da Mulher Hulk caírem drasticamente. E ela chora, ao mesmo tempo em que parece não acreditar no que está acontecendo. Essas expressões cheias de sentimento são demonstradas várias vezes ao longo do quadrinho. O Tony Stark está com uma atitude corporal e expressões quando discute a primeira vez com Capitã Marvel. Na segunda discussão, já é perceptível a mudança dessas expressões e a raiva que ele sente da situação.

Além de fazer a situação verossímil, a dupla se sai muito bem em quadros com equipe inteira, fazendo essa primeira edição de impressionantes 56 páginas ser muito agradável visualmente.

A história conclui com Tony Stark agindo precipitadamente ao ir direto ao encontro dos Inumanos para “sequestrar” Ulysses.

Escolha seu Lado

De modo geral, Guerra Civil 2 é promissora, sim. Mas não pelos motivos que você espera. Ver os heróis brigando entre si já deixou de ser novidade. O elemento novo neste caso é a entrada dos Inumanos como uma terceira força nessa guerra, que agem de forma independente e como seu próprio lado. Apesar de apoiarem Carol, é perceptível que eles tem suas próprias regras e agenda. É o mais perto que teremos de X-Men entrando na Guerra Civil.

No mais, não consigo visualizar esta saga sendo tão impactante quanto a primeira. Talvez não devesse nem ter o mesmo nome, visto que o motivo da briga está sendo apenas atitudes precipitadas de Tony e Carol. Não existe no momento um motivo que faça os heróis efetivamente se dividirem entre si. Existem só os dois líderes brigando e muito material de divulgação dizendo pro leitor escolher um lado.

Vamos ver se até o fim da saga algum deles dará um motivo ou argumento bom o suficiente pra ajudar o leitor a fazer essa escolha.

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Publicado por Lucas Voltolini

Eu escrevo sobre filmes, jogos e dou uns pitacos sobre a indústria do entretenimento sempre que posso

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