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Critica | It: A coisa

Clássico de Stephen King lançado em 1986, It conta história de 7 pessoas que enfrentam o terrível palhaço sobrenatural, Pennywise (A coisa) que assombra a pequena cidade de Derry no Maine. Ele aparece para essas mesmas pessoas em duas fases de suas vidas, quando crianças (em 1958) e quando adultas (em 1985).

O livro vai alternando entre as duas linhas do tempo. Quando adultos eles são pessoas extremamente bem sucedidas. Bill Denbrough é um escritor de sucesso, Ben Hanscom é um renomado engenheiro, Beverly Marsh, uma talentosa estilista, Richie Tozier, um famoso comediante da rádio, Eddie Kaspbrak tem um bem sucedido negócio de limusines em Nova York e Stan, um contador. A excessão é Mike que ficou em Derry e é um humilde bibliotecário.

Assim que Mike fica sabendo que Pennywise retornou, ele liga para os seus seis velhos amigos, lembrando-os da velha promessa de que se “A coisa” voltasse eles deveriam retornar.

King trabalha o elemento de terror nesse romance magistralmente, não tendo vergonha de liberar sua mente doentia matando criancinhas das mais terríveis maneiras que você possa imaginar, não deixando o terror psicológico de lado, tendo passagens genuinamente tensas. Como se não bastasse, o romance não oferece só terror, é também uma bela história sobre amizade.

Um personagem que deve ser citado aqui é Henry Bowers, o valentão da escola, ele traz um senso de perigo quase igual ou até superior a coisa. Ele é louco e não descansará até conseguir dar uma bela de uma surra nos garotos da escola.

É ele que acaba, por acaso, juntando uma parte do “Clube dos Ótarios” Como eles se chamam. O tímido e gordinho Ben Hanscom quando tentava fugir do valentão acaba se escondendo no Barrens e conhece o futuro líder do grupo Bill Denbrough, um garoto gago e o frágil e asmático Eddie Kaspbrak. Outro personagem que acaba conhecendo o grupo fugindo de Henry é Mike Hanlon. Além deles há o extrovertido Richie Tozier, Beverly Marsh e Stan Uris.

Personagens como Henry e seu grupinho de valentões, Tom Rogan (O marido de Beverly) e Al Marsh (Pai de Beverly) são bem interessante, pois são pessoas loucas, doentias e são ameaças mais sólidas, mais reais do que a sobrenatural, certas passagens envolvendo esses personagens são mais tensas do que as da “coisa”.

Stephen King escreve muito bem, com seu já conhecido cuidado para com as relações familiares e de amizade. Ele mostra os personagens ganhando afinidade aos poucos até que se tornam amigos inseparáveis. Cada um desses personagens tem individualidades bem definidas e conflitos internos interessantes.

A descrição também  é muito boa, ao longo da leitura,  é possível ter o mapa de Derry já pronto em sua cabeça. Alguns podem se sentir incomodados com o exagero de detalhes que o autor fornece em algumas partes, o que não foi o meu caso.

Alerta de Spoilers

Um dos temas principais do romance é o poder da crença em suas diversas formas, a religião, os placebos, a confiança em um líder. A coisa simboliza bem esse poder, pois é o que ela utiliza. Seu poder é se transformar na coisa que a pessoa mais teme. Sua preferencia por crianças é explicada. As crianças são mais imaginativas e tem medos mais simples, sendo capaz de personificá-lo com somente um rosto.

O segredo para machucá-la é virar seu poder contra ela, se ela se transformar em lobisomens, como o bom cinema de terror costuma mostrar, use prata. Essa foi uma ótima sacada em minha opinião.

O livro tem um final agridoce que me satisfez bastante. Algumas pessoas podem considerar um final bem feliz, mas discordo, eles estão contentes, mas, por outro lado se esquecem dos melhores amigos que já tiveram em vida.

Fim dos Spoilers

It é sem duvida um dos melhores livros do Mestre Stephen King, ouso dizer que figura até entre os melhores de toda a literatura de horror. Recomendo para quem quer começar a ler esse tipo de literatura e para quem já é fã do gênero é uma leitura obrigatória.

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Publicado por Daniel Tanan

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