Pode soar estranho iniciar uma crítica assim, mas é um fato intrigante à se discutir sobre o King Kong de Peter Jackson, que até hoje, ao contrário do que muitos podem pensar, parece despertar uma reação um tanto bizarra e divisível no meio público. Com alguns o desprezando e acusando como sendo outro filme que sofre da doença de filmes gordos e carregados de Peter Jackson (sem nenhuma piada má intencionada aqui), carregado de suas pirotecnias e exageros no seu usual festim de efeitos visuais. Enquanto outros o tem na memória afetiva como um clássico instantâneo e o colocam como sendo um dos melhores remakes de todos os tempos, e uma devida revitalização do gênero de aventura à moda antiga sendo feita no cinema atual. E você já sabe qual lado dessa discussão vamos apoiar aqui!
Em sua base, é a velha clássica história que todos já sabem de cor por agora. A bela indefesa Ann Darrow (Naomi Watts) parte junto de uma expedição rumo à uma inexplorada ilha no meio do Atlântico, onde encontrarão a temível abominação da natureza cujo o icônico nome dá título ao filme. Mas o que separa e destaca essa versão como verdadeiramente especial e à parte de tantas outras e solidifica o filme de Peter Jackson algo além do que apenas ser um excelente remake, é exatamente na execução que seu diretor toma do que se pode esperar em tom, estrutura e temas que essa história desperta.
E o diretor que já havia mostrado ter compreendido tão bem a essência da obra de Tolkien na sua clássica trilogia, mostrou aqui que também compreende o que é a história de King Kong, tanto o que ele representa na cultura e indústria do cinema. E mostra querer levá-la aqui por alguns novos caminhos inesperados de desenvolvimento e significados para poder interpretar em seu meio de diversão escapista, e algo além.
Redefinindo Kong
Para entender isso, pergunte à si mesmo, sobre o que é exatamente a história de King Kong, e o que o grande macaco representa, à parte de ser o filme de monstros e aventura que todos amam e pagam pra ver? Depende de qual versão e época que está em discussão. Se formos para o excelente clássico original de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack víamos um filme de aventura guiada pelo espírito de desvendar o desconhecido e enfrentar os grandes perigos que nele habitam em uma forma de engrandecer o heroísmo de seus personagens, e um filme de monstros borbulhando em criatividade nas suas criações ficcionais.
Enquanto a versão de 1976 de John Guillermin era basicamente um navio petroleiro que esbarrou com uma ilha inexplorada na curva errada e encontram um macaco gigante e outros bichos, e no final ao invés de termos o clássico embate com os aviões temos helicópteros que rapidamente metralham o macacão. E onde também dava pra se notar uma óbvia atração sexual entre o Kong e a donzela em perigo Dwan de Jessica Lange, ou a cena do secador primata gigante é muito mais alegórica e profunda do que podíamos imaginar. Sem falar de outras inúmeras escandalosas adaptações e interpretações do personagem feitas até hoje.
Não é difícil perceber de onde Jackson tira maior parte de suas inspirações certo?! Não só pelo fato do King Kong de 1933 ser um de seus filmes favoritos, como também o mesmo sempre se refletiu como fonte de inspiração em seus filmes de uma forma ou de outra. Além de estar contando uma excelente história, ele a conta capturando aquele senso de aventura tão chamativo e guiando seus personagens rumo à locais hostis que apresenta uma criação de mundo palpável e com uma imersa escala revestindo todo o cenário. Todos ingredientes vistos tanto parte da sua trilogia do Senhor dos Anéis quanto ingredientes que ele voltaria à usar aqui em sua própria versão da história.
E aqui ele provava sua imensa admiração pelo clássico de 1933. Tanto por realizar um remake que mostra ser feito por alguém que ama e idolatra o filme original, mas não tem medo de mudar o que pode soar familiar vindo do filme de Schoedsack e Cooper no intuito de criar algo próprio e autoral com sua assinatura. Reescrevendo a história e seus personagens rumo à um novo significado dentro de seu já familiar percurso. O problema é, como tornar algo já tão previsível na mente de tantos, em algo fresco e novo? Executando a questão mais mercadológica e rentável claro, mas não da forma que você pode esperar. E pode soar errado estar se referindo à ambos os filmes do Kong sem que alguém tome isso como forma depreciativa, mas coopere comigo aqui.
Se o clássico era um “produto” da criação escapista de seu tempo, com aquele já citado senso da busca pela aventura e o enfrentar das temíveis criaturas, temos em contrapartida no King Kong de Jackson um filme que olha pra esses elementos exatamente como são, puro entretenimento. Criando assim uma linha dramática de forte caráter alegórico. Jackson não situa a trama exatamente nos anos 1933 à toa como uma simples cópia ou homenagem ao clássico, e se usa do cenário e do mundo difícil e desesperançoso da época da grande depressão em que seus personagens vivem para contar essas histórias individuais e seus conflitos internos.
Dando vida a essa espécie de conto de fadas existencialista e fazendo com que a conexão dos seus personagens provenha exatamente do cinema e através da forma com que eles enxergam o cinema em suas vidas, como uma apreciação artística muito maior que a deles, uma fuga da dura realidade em que vivem. Para Ann é de sua pobreza e frustração na carreira de atriz que nunca alcançou; para Carl Denham (Jack Black) uma máquina de fazer dinheiro que lhe pode trazer sucesso e reconhecimento; para Jack Driscoll (Adrien Brody) um escape para suas inspirações como roteirista e escritor.
E a mudança de características e personalidades que Jackson faz dos personagens não desrespeita em nada o original e, mais uma vez, adiciona uma camada à mais do que se pode esperar de desenvolvimento de personagens dentro de um filme de monstros. Deve ser por isso que tantos reclamaram disso nos filmes recentes do Godzilla e o Kong: Ilha da Caveira onde os personagens humanos eram praticamente enfeites extras na trama.
Pois se no filme original Carl Denham é um reconhecido diretor por filmes de vida animal em locações exóticas e remotas, aqui o Denham de Jack Black é um tremendo de um fracasso e constantemente implicado e pressionado pelos produtores executivos que facilmente lhe retiram os direitos de seus filmes o fazendo de um verdadeiro pau mandado.
Se Ann no filme original era apenas uma mocinha pobre, ingênua e apenas um veículo de gritos escandalosos nas cenas que dividia com Kong e ser a donzela em perigo. Jackson usa de seu tempo extra de história para desenvolver uma Ann com nuances, inteligente, de bom coração, sonhadora e ingênua na medida certa ao imaginar e desejar uma vida de reconhecimento.
Driscoll talvez seja a mudança mais drástica (e interessante), pois se o John Driscoll de Bruce Cabot era o primeiro imediato do navio e o herói galante do filme original, o Jack Driscoll de Adrien Brody é o tímido e roteirista que Carl Denham faz de gato e sapato para ter o perfeito roteiro pro seu filme. O que seria hoje o herói de aparência acovardada e que facilmente conquista empatia do público.
Todos sendo usados como metáforas do cinema em suas diferentes vertentes, onde até mesmo toda a grande ação blockbuster na ilha que extrapola os níveis que se pode esperar de grande e imersa escala, são representadas como a realização de cada um de seus desejos.
Denham encontra em Kong e na ilha todos seus ingredientes do blockbuster que quer realizar, mas que acabam destruindo tanto o seu filme quanto seus sonhos de sucesso; Ann encontra um amor e admiração puro e verdadeiro de uma fera indomada como Kong (uma metáfora encarnada de toda a grandiosidade blockbuster que tantos desejam e não conseguem domar?); e Driscoll encontra a coragem e bravura que nunca se classificariam à ele, nem seu contra parte Bruce Baxter (Kyle Chandler) o suposto astro grande herói que na verdade é um total covarde (embora até ele receba uma redenção na cena em que ele tem que balançar que nem Tarzan para salvar os colegas).
Mas além de despertar essas interessantes nuances no filme, Jackson busca olhar para o espetáculo pirotécnico que ele próprio cria aqui com um olhar mais cínico e pessoal do que se imagina, quase na forma de uma autoanálise. Com aquele sentimento de busca de aventura e exploração como um evento que será refletido para sempre na história do filme original, sendo aqui substituído por buscar o mesmo através do cinema, do poder da “criação”.
Por isso que, por mais bizarro que possa parecer, Jackson se identifica muito com o personagem de Carl Denham ao ponto dele dividir e quase roubar os holofotes de protagonista do filme ao invés da história Bela e a Fera entre Ann e Kong, o que já era o caso no filme original, só que bem mais complexo aqui. Carl Denham mostra pelas suas palavras e ambição, que ele busca fazer o filme definitivo, com romance, aventura, ação, para encontrar o respeito como artista em Hollywood, ao ponto de fazer sacrifícios indiretamente durante sua “atribulada produção” na ilha com vários membros da equipe morrendo de todos os lados e onde ele só se preocupa se a câmera está funcionando e se há rolos de filme de sobra.
E quando perde isso tudo, literalmente no fundo do poço (pra além de estar cercado de insetos gigantes, mas isso é de menos), ele surta como se tivesse perdido sua vida inteira. A sua mudança repentina em querer capturar Kong quase pode ser visto como o diretor vendendo sua paixão e alma de artista em prol do sucesso financeiro que ele vê Kong lhe trazendo, seu grande e destrutivo blockbuster. Pois é, um filme do King Kong colocando o dedo na ferida do senso criativo de Hollywood em meio de todo seu espetáculo pirotécnico, acuse isso de hipocrisia ou ótima escrita, vocês decidem.
Reconstruindo um épico
O filme tem uma ótima história para se contar de fato, mas talvez seu maior inimigo e que faça o público revirar um pouco os olhos, seja sua duração de três horas e um ritmo nada apressado. Mas também depende da forma no qual se encara a construção rítmica que Jackson adota aqui e que passa longe de ser apenas pura encheção de linguiça como o diretor viria a se tornar vítima na sua trilogia O Hobbit anos depois. E sim, algo que ele usa em benefício da criação de seus quatro atos bem definidos, a apresentação, a viagem, a grande e perigosa aventura e o trágico desenlace.
Fato, todo o arco da viagem dentro do navio é inegavelmente a parte mais arrastada do filme, o próprio Jackson admite que foi a parte que mais lhe deu dor de cabeça na sala de edição. Mas além dos personagens serem tão interessantes e com o elenco em ótima química para impedir que tudo se sinta arrastado ou desnecessário, tem algumas das partes mais interessantes do roteiro do trio Peter Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens mais uma vez denotando o toque alegórico que a história assume. Tanto o fato do filme que a equipe de Deham estar gravando seja exatamente cenas do filme original onde Bruce Baxter está praticamente interpretando o papel de John Driscoll, o protagonista charmoso e valente, e Ann a sua versão do original de 33, jovem e inocente.
O que é interessante pois o Driscoll de Jackson é o roteirista que literalmente fica preso dentro de uma jaula e só responde às ordens do diretor que mal lhe paga, mas põe seus traços de autor na obra que ele praticamente está sendo obrigado à escrever. O seu desejo interno de ser visto como um corajoso e forte, como Baxter o interpreta dentro do filme, e seu amor idealizado em pureza e encantamento na inocência na personagem de Ann, o mesmo amor que ele tem por ela.
Pequenos toques de desenvolvimento de personagem que para muitos, novamente, soam como pura encheção de linguiça visto a diferença de duração tão discrepantes que o clássico tem para a versão de Jackson. Puro exagero pirotécnico do diretor ou a nova forma de se encarar essa história?!
Se o original tinha em apenas uma hora e quarenta minutos de duração um tom de épico romântico dentro da estrutura (e limitações) de sua época, Jackson se mostra ambicioso em elevar esse tom e estrutura em escalas até então inimagináveis para um blockbuster atual. E não apenas pelos seu uso intenso de efeitos CGI (muito bem realizados), mas também numa criação de mundo extremamente palpável. Seja na Nova York durante a grande depressão ou na própria ilha da caveira.
Enquanto uma possui um tom mais pé no chão e realista, mesmo que mantendo uma linguagem bem reminiscente da década de 30, com diálogos ácidos e rápidos nas cenas de Carl Denham em Nova York (mesmo que Black ainda mantenha seus familiares maneirismos), e mais leves e melodramáticos nas cenas de Ann, onde tudo é filmado em planos mais fechados e quase sempre em locais enclausurados à parte das tomadas nas ruas onde o lado urbano vivo é posto à vida. Enquanto na ilha vamos para planos completamente abertos e que denotam a imensitude do cenário e das criaturas à aparecer.
Apenas veja a recriação da luta com o T-Rex, aqui multiplicado à três, onde em seis fenomenais minutos do filme, Kong exemplifica o “King” do seu nome. A excelente criação de escala que Jackson faz aqui se reflete perfeitamente nessa cena. Quando vemos os gigantes se colidindo o encaramos com um tamanho razoável dentro de um espaço móvel em que habitam, auxiliados pelos planos abertos grandes capturando todos os seus arredores que Jackson utiliza. Mas quando a câmera volta para Ann no meio do caos vemos o quanto ela é uma pequena formiguinha no meio de tudo, e que quase se perde de vista quanto a luta tem início.
O que claro se diferencia do clássico onde sempre víamos a reação da atriz montada em repercussão junto dos bonecos stop-motion se debatendo nos cenários em miniatura ao fundo. A sensação do palpável aqui, que é criada pela mesma técnica de se fazer todos os cenários onde Kong anda realmente em miniaturas e preenchendo os com as criaturas em CGI. Ao mesmo tempo que não usa locações de verdade para ser sua ilha e constrói seus cenários dos pés à cabeça para seus personagens andarem no meio deles e preencher o mundo em volta com o CGI em prol da narrativa. Fazendo com que o público se intrigue com o tamanho inimaginável da ilha da caveira, e sempre com o sentimento de apreensão e expectativa do que de novo e perigoso pode aparecer à qualquer momento.
Com Jackson usando filme como seu playground perfeito para fazer uma mistura de gêneros dentro de uma só lógica narrativa e onde todos conseguem se casar bem dentro de seus excertos. O filme começa quase como uma comédia romântica e dramática ao introduzir seus personagens e conflitos pessoais, para depois se tornar um filme catástrofe quando acompanhamos a viagem rumo a ilha, com uma crescente construção de evento ou tragédia inevitável à acontecer. Para depois na breve passagem com a medonha tribo nativa da ilha vemos Jackson voltando à exercitar suas origens do terror macabro e gráfico e sem precisar apelar para o banho de sangue, por muito pouco, para depois se tornar o filme de monstros cheio de ação e um surpreendente romance até o final.
E no que diz respeito à filme de monstros, o King Kong de Jackson cumpre cada sílaba que essa frase pode soar com um grande espetáculo de entretenimento. Não só a luta com os T-Rex, mas Jackson cria alguns de seus próprios momentos clássicos aqui. Seja a caótica perseguição dos braquissauros se atropelando violentamente, como a aterrorizante cena dos ataques dos insetos gigantes que lembram dos velhos dias de terror da carreira de Jackson ao possuir essa personalidade de filme B mas com um genuíno sentimento de agonia para com o destino final dos personagens no meio da matança.
Até a ótima trilha de James Newton Howard tanto captura esse tom mais classicista que Jackson busca criar aqui, como também entrega os arrepios de um bom blockbuster. Seus acordes são pomposos e que criam o pequeno espetáculo de cada momento chave do filme: a entrada de Ann no navio, a primeira aparição de Kong, a grande luta com os T-Rex, todo o terço final com Kong criando caos em Nova York, todos momentos elevados à décima potência dramática e tratados com grandiosidade e devida seriedade. Todos elementos dignos de um épico moderno. Mas seria outro sinal dos exageros do diretor?
A Ambição da simplicidade
Talvez seja desnecessariamente longo em seu ritmo esticado, mas há uma certa justificativa a isso, e isso tem muito haver com a simplicidade com qual Jackson tem em sua direção e que muito lembra um toque Spielbergiano dentro da história que ele conta aqui. Ao assistirmos o desenrolar de todas as ações do filme, Jackson mostra sua outra ambição, em querer capturar todas as sensações e recriar a experiência de como ele e outros assistiram o King Kong original quando criança, à partir de uma ótica pura e talvez inocente. Onde questões rítmicas nunca foram importantes ou sequer notadas, e que lembra ao público uma época onde poderíamos assistir à um filme de apenas 50 minutos e sentir que estávamos passando duas horas o assistindo.
E Jackson busca criar essa sensação purista e sem restrições através de sua “lonjura” e sem pressa alguma de apresentar seus personagens e o clima de perigo e aventura porvir, como também o romance e a tragédia. Sentimentos e sensações que, assim como seu cenário deslumbrante, são facilmente imersos ao público que facilmente aprende a simpatizar com o “romance” criado entre Ann e Kong, assim como o inevitável fim triste que essa relação terá graças a natureza de cada um.
Mas também simpatizar com o romance puro e honesto entre Driscoll e Ann, ela realizando um sonho de princesa ao conhecer e ser amada pelo grande autor que tanto admira, e ele ficar e amar a musa do filme no qual trabalha. Até no fanatismo de Denham em querer realizar o seu filme, não importa o que, consegue despertar uma genuína torcida do público, e isso é graças à Jack Black que tanto convence no egoísmo cego e ególatra, assim como no olhar de frustração de sonhos não realizados e a necessidade de provar algo com suas ações.
Aí está outra das grandes diferenças entre o clássico e a versão de Jackson quanto a caracterização de Kong e a forma com que o público enxerga seu protagonista, que se diferem mais do que podem pensar. Enquanto no Kong de Cooper e Schoedsack víamos um gorila com cara de bobão inocente em seu amor não correspondido por Ann, que passa quase metade do filme só gritando, e que o público vibrava quando ele começava a destruir tudo a sua volta em seus ataques, e no final sentir pena pelo pobre coitado que fora arrastado de sua ilha pra morrer metralhado por aviões.
Enquanto o Kong de Jackson não só nos passa a sensação de ser um gorila de verdade e de natureza genuína graças à outra excelente performance motion-capture de Andy Serkis, que transmite tanto a natureza do animal como verdadeiras expressões de raiva incandescente pelos seus rivais e invasores de seu território, assim como os sentimentos inocentes e verdadeiros de amor que se constrói entre ele e Ann.
Cuja relação aqui é um dos grandes pontos de destaque do filme. Não por se tratar de um aparente romance de zoofilia que era a impressão que a versão de Jessica Lange passava, mas sim algo muito mais puro e singelo. Onde Ann ao olhar para o grande gorila olhando um belo por do sol, contemplando sua eterna solidão causada por sua selvagem natureza, ela enxerga não só sua inocência como sua pureza e seu ar majestoso, e que desperta na fera compaixão, retribuindo transmite de volta com carinho e proteção pura e verdadeira. A essência da história da Bela e a Fera novamente presente em King Kong, só que dessa vez recíproco e assim muito mais trágico e emocionante quando a clássica cena final chega e a “Bela mata a Fera”.
Um filme mais humano e trágico em sua real essência. Exatamente os mesmos sentimentos que se despertaram no jovem Peter Jackson quando assistiu ao filme original e ele os põe em vida aqui. Em uma nova versão da história do personagem que eleva sua clássica à níveis épicos e exageros pirotécnicos, mas com uma essência muito classuda e charmosa que renovou o interesse e os sentimentos do público novamente pelo icônico personagem.
O bastante para fazer do filme um remake melhor que o original? Fica ao critério individual de cada um. Mas é um filme que leva a clássica história por novos caminhos interpretativos e escapismo que o filme de 33 mal poderia imaginar realizar. Talvez não melhor, mas tão especial quanto!
King Kong (Idem, EUA/Nova Zelândia/Alemanha – 2005)
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson
Elenco: Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody, Thomas Kretschmann, Colin Hanks, Andy Serkis, Evan Parke, Jamie Bell, Lobo Chan, John Sumner, Craig Hall, Kyle Chandler
Duração: 187 min.