logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | Logan Lucky: Roubo em Família - Você já viu esse filme antes

Daniel Moreno Daniel Moreno
In Catálogo, Cinema, Críticas•11 de outubro de 2017•7 Minutes

Na leva de cineastas independentes que despontaram do final dos anos 1980 até o início dos anos 1990 no cinema americano e precederam a explosão que viria com Quentin Tarantino, Steven Soderbergh é aquele que encontrou maior êxito dentro da indústria. Alternando filmes de orçamento menor com outros milionários, ele deixou para trás Jim Jarmusch e Gus Van Sant – com os quais compartilha ainda a origem na América profunda, que é precisamente o cenário deste Logan Lucky – Roubo em Família, que chega agora aos cinemas brasileiros.

A filmografia de Soderbergh é prolífica e tem braços abertos para diferentes gêneros e estilos: experimentais e idiossincráticos como Full Frontal e Bubble; dramas históricos como a biografia de Che Guevara; refilmagens como Solaris e a trilogia Ocean; etc. Embora tenha formação como cineasta independente, parece ser trabalhando com grandes astros que o diretor experimenta maior realização artística (o que o aproxima, inclusive, dos mestres da era de ouro de Hollywood à qual parece prestar discreto e irônico tributo).

Seu melhor filme – dentre tantos muito bons – é a continuação Doze Homens e Outro Segredo (um filme de “roubo”, como este Logan Lucky). Nele estão todos os elementos que construíram o sucesso de sua filmografia e aos quais ele volta e meia retorna: um elenco com protagonistas no auge da fama e um time bem selecionado de coadjuvantes; o roteiro minucioso e rocambolesco; a metalinguagem e a autorreferência; a visão pós-moderna da linguagem cinematográfica, com a qual ele brinca e propõe jogos internos sofisticados, não se limitando a “cobrir a ação” como boa parte dos cineastas tentando salvar seus empregos na máquina de moer talentos da indústria.

Se sobram em Doze Homens tais jogos formais, referências, tributos (no caso, ao cinema praticado nos anos 1970 na Europa, onde se passa a maior parte da trama e que se revela no uso de movimentos de zoom, congelamentos da imagem, brincadeiras com a textura e natureza do suporte fílmico, componentes típicos da narrativa audiovisual da época), em Logan Soderbergh está contido e se contenta em fazer piada com o que seria um “Ocean Seven Eleven” – sem o refinamento e a picardia que caracterizam a trilogia de roubo.

Na trama, Soderbergh não se incomoda de trabalhar e assumir lugares-comuns: Channing Tatum é Jimmy Logan, um ex-atleta universitário com dificuldades para manter o emprego e administrar a relação com a ex-esposa (Katie Holmes, em papel minúsculo e que não lhe dá chance alguma), com quem tem uma filha pequena. Junto com seu irmão Clyde (Adam Driver, aprisionado mais uma vez em um macacão), um soldado que perdeu a mão no Iraque, planeja um roubo durante uma corrida de Nascar (outro ícone da América profunda de Soderbergh). Não faltam a partir daí situações e personagens que você já viu antes em versão mais inventiva inclusive em outros filmes do mesmo diretor (os irmãos burros do arrombador de cofres interpretado por Daniel Craig são uma versão dezenas de vezes menos interessante que a dupla impagável e magistralmente interpretada por Casey Affleck e Scott Caan na trilogia Ocean) e astros meio perdidos no elenco de apoio (casos de Seth MacFarlane e Hilary Swank).

“Filmes de roubo” são uma constante na indústria e costumam seguir uma estrutura lógica comum: arma-se o bote, coloca-se o plano em prática e depois é preciso desarmá-lo. O público parece esperar por reviravoltas mirabolantes (e elas estão presentes aqui, embora mais timidamente) e desejar compreender tudo que acontece na revelação final. Como se sabe, entretanto, que uma parte significativa da situações dramáticas já foi contada, a noção de estilo é o que realmente importa – e, neste quesito em que Soderbergh já comprovou maestria, Logan Lucky oferece muito pouco, preferindo oferecer uma crônica social superficial tendo como ambiente os estados da Carolina do Norte e da Virgínia Ocidental e toda a cultura popular, branca e conservadora que os caracteriza.

Não temos aqui o jogo de referências e autorreferências da saga Ocean, nem o capricho formal, mas apenas uma narrativa tímida, oscilante entre a sátira e o drama familiar. Soderbergh não é delirantemente ácido com o americano mediano do interior como os Irmãos Coen, nem consegue capturar a atmosfera supostamente beligerante de uma região onde as pessoas comunicam-se com palavras, mas também com armas – o que caracteriza melhor o cinema de Tarantino. Os meio-tons de Logan talvez se expliquem pela necessidade (ou escolha) em alcançar a maior parcela possível do público, mas são, de fato, os responsáveis por converter a experiência inteira numa sessão de cinema simpática, porém algo anódina.

A busca incessante por oferecer “conteúdo” novo o tempo todo exibe ao espectador uma miríade aparentemente infinita de atrações como este filme. Na verdade, contudo, é sob o signo da repetição que uma parte significativa desse conteúdo se apresenta, o que leva ao inevitável questionamento: assistir a um filme inédito como Logan Lucky – Roubo em Família é uma experiência mais recompensadora do que recorrer a uma reprise qualquer, onde possivelmente nos depararemos com temas, situações e estilos apresentados com o frescor da novidade? Doze Homens e Outro Segredo é um filme de roubo, como este. Tem um time de estrelas, como Logan Lucky, e a “obrigação” da bilheteria. Mas é tão mais inteligente, arriscado e divertido que clama por reprises constantes.

Logan Lucky – Roubo em Família não é ruim, mas é filme a que se assiste uma só vez. E já será mais que suficiente.

Logan Lucky: Roubo em Família (Logan Lucky, EUA – 2017)

Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Rebecca Blunt
Elenco: Daniel Craig, Channing Tatum, Adam Driver, Katie Holmes, Katherine Waterston, Sebastian Stan, Hilary Swank
Gênero: Comédia, Crime, Drama
Duração 118 minutos

Daniel Moreno

Cineasta, roteirista e colaborador esporádico de publicações na área, diretor do documentário “O Diário de Lidwina” (disponível no Amazon Prime e ClaroTV), entre outros.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
Famosos
Timothée Chalamet teve que engordar alguns quilos para viver Bob Dylan em Um Completo Desconhecido

Timothée Chalamet desabafa sobre perder prêmios: ‘Muitos atores mentem’


by Matheus Fragata

Famosos
Jennifer Lawrence chama situação em Gaza de 'genocídio'; veja fala

Jennifer Lawrence dispensa coordenador de intimidade com Robert Pattinson e ataca atores ‘tarados’

Jennifer Lawrence revelou que não precisou de coordenador de intimidade com…


by Matheus Fragata

Famosos
Publicitária de Justin Baldoni se defende após vazamentos no caso de difamação contra Blake Lively

Blake Lively alega danos de US$ 161 milhões em processo contra Justin Baldoni

Blake Lively alega ter perdido $161 milhões em danos por campanha difamatória…


by Matheus Fragata

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
  • Gerenciar opções
  • Gerenciar serviços
  • Manage {vendor_count} vendors
  • Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
  • {title}
  • {title}
  • {title}