Os anos 1990 foram tão importantes quanto a retoma hollywoodiana dos fabulosos anos 1970. Os blockbusters originários da santíssima Trindade Tubarão, O Exorcista e Star Wars estavam consolidados. O cinema ia tomando uma escala global nunca vista antes. A criatividade ainda era muito viva com autores clássicos que sobreviveram o caos do descontrole pessoal como Spielberg, Malick, Scorsese e, por que não, George Lucas.
Porém, novos talentos tomaram espaço de modo expressivo revivendo a coragem outrora vista no novo cinema: Paul Thomas Anderson, Jonathan Demme, Wes Anderson, David Fincher, Christopher Nolan, Michael Mann, Frank Darabont, Gus Van Sant, Luc Besson, Bryan Singer, os Irmãos Coen, as Wachowski, James Cameron e, principalmente, Quentin Tarantino. Dentre todos eles, o filme que encabeça diversas listas como o melhor da década é Pulp Fiction, obra máxima de Quentin Tarantino.
De certa forma, Tarantino foi quem encabeçou o movimento indie marginal que estava para estourar com Cães de Aluguel. Mas nada seria de Quetin sem três outros protagonistas que souberam reconhecer o valor daquele filme: o sucesso no Festival de Sundance e o interesse dos maiores caça prêmios da indústria, apesar das características ditatoriais dos dois: Harvey e Bob Weinstein. Com a Miramax, Tarantino foi longe, fez um estrondoso sucesso, cresceu como cineasta de modo muito expressivo. Ultrapassou barreiras ao fazer filmes universais com linguagem própria, além de chamar atenção pela violência expressiva.
A verdade é que Tarantino nasceu autor. Goste ou não. E agora, mantendo a duradoura parceria com os irmãos Weinstein, Quentin chega a seu oitavo filme – nono, na verdade. Para os mais ansiosos, sim, Tarantino realizou outro excelente filme que todos os fãs gostarão, além de que será indicado merecidamente para diversos Oscar. Porém existem alguns problemas que logo mais abordarei na continuidade do texto.
A história acompanha a jornada do Major Marquis Warren até a cidade de Red Rock para coletar a recompensa por três procurados que carrega consigo. Completamente à deriva em meio a uma nevasca perigosa, Warren consegue parar uma diligência que caminhava pela estrada. Nisso, o protagonista encontra John Ruth, outro caçador de recompensas que está transportando Daisy Domergue – uma perigosa integrante de uma das gangues mais violentas do Wyoming. Chegando em um acordo, o grupo parte para o destino em comum. No meio do caminho, encontram um antigo fora-da-lei que se diz xerife de Red Rock. Optando por não duvidar do homem, John e Marquis concordam em dar carona para Chris Mannix até a cidade. Entretanto, com a forte nevasca, eles se vêm obrigados a tomar abrigo na hospedaria Armarinhos da Minnie.
Lá eles encontram um grupo de gente estranha e mau encarada, porém como não há outra alternativa além de esperar o fim da nevasca, todos aguardam na hospedaria. Dentro desse confinamento forçado, o grupo de oito pessoas odiadas terá que tolerar a existência um do outro até o tempo melhorar. Pena que a paciência é curta e as provocações, muitas.
Assim como em Cães de Aluguel, Tarantino trabalha novamente com narrativas que se concentram em pouquíssimos cenários explicitando o cunho teatral. Não se engane, Os Oito Odiados se trata de um teatro filmado, muito bem filmado, aliás. Porém, como em todos os filmes do tipo, ele tem alguns problemas.
Tarantino, diferentemente de muitos outros diretores contemporâneos, tem forte presença autoral no texto de seus filmes. Pegando os roteiros de todos os seus trabalhos, é possível perceber semelhanças nítidas entre si. Não se trata da história de cada filme que sempre são originais, mas de algumas características que quem acompanha de perto já conhece. Diálogos poderosos, personagens bem desenvolvidos, flerte com a violência gráfica, trabalho majestral com atores, nenhum receio em matar seus personagens por mais que ele seja querido e vital para a obra – vide Django Livre, trilha musical marcante, recursos visuais um tanto estilizados, tensão crescente, etc.
Seguindo a tradição de diversos filmes anteriores, o diretor divide seu filme em capítulos. No caso, seis. O filme tem ótimo início. Tarantino segura um plano forte por três minutos inteiros que exibe apenas um crucifixo e a diligência seguindo seu caminho – enquanto focava em Cristo, o plano me lembrou da histórica sequência das múmias em Nosferatu de Herzog. Tão pouco começamos a entender que o filme se trata em trabalhar com espaços confinados e o sentimento de claustrofobia do espectador. Sabendo que todo mundo pode morrer a qualquer momento só contribui para nos deixar ansiosos enquanto os personagens se digladiam com diálogos provocantes.
Entre os capítulos, o filme tem ritmo razoável. O maior problema de Os Oito Odiados é o terceiro capítulo. Ali, ficamos em um marasmo narrativo inacreditável por quase quarenta e cinco minutos dos sessenta dedicados a ele. O motivo é simples: a natureza repetitiva para apresentar alguns personagens, os diálogos que perdem o brilhantismo de outrora e, aparentemente, tornam-se circunstanciais e banais como uma conversa comum – só que muito bem escrita, obviamente, e principalmente pela falta de confrontações realmente significantes. Tudo isso é compensado pelo clímax brilhante do capítulo que ocorre quando um dos personagens se põe a tocar Noite Feliz no piano enquanto outros dois apresentam o melhor de um texto que só Tarantino sabe fazer.
Admito que nesse capítulo em particular é um tanto difícil escapar da sonolência. Na contagem oficial de personagens que são devidamente trabalhados temos nove se incluirmos o cocheiro da diligência, O.B. Porém, infelizmente, parte deles são desenvolvidos apropriadamente enquanto outros pecam na apresentação. Os mais prejudicados disso são Joe Gage – interpretado pelo sempre igual Michael Madsen, e Bob, o mexicano suspeito. Oswaldo também passa a ser esquecido durante o filme. Aliás, personagem esse pensado com absoluta certeza para Christoph Waltz – o engraçadinho com língua afiada que sabe se defender. Com a ausência de Waltz, Tim Roth é escalado para cumprir o papel. O ator é excepcional. Ele incorpora o trabalho de personagem que Waltz havia feito nos filmes anteriores e apresenta aqui uma verdadeira cópia de qualidade na dicção e nos gestos cínicos enquanto tenta criar algo seu.
Como a história se passa pós-Guerra Civil, Tarantino volta a abordar a questão racial que assola a América até hoje. No caso, vemos os desdobramentos da Guerra e o fim da escravidão que levam a outros diálogos – estes cheios de ódio, ressentimento, rancor e ofensas raciais dos dois lados. O embate se dá sempre entre o personagem do excepcional Samuel L. Jackson contra outro personagem do elenco sendo o conflito mais significativo e interessante de ver com o general Sandy Smithers – como eu queria ver Bruce Dern indicado ao Oscar pelo papel. O teor do texto é mais pesado que nos outros filmes e aborda, menos intensamente, a vingança. Claramente os personagens se detestam e todos são desprezíveis.
Por esse motivo em particular e pela qualidade um pouco aquém em construção de personagem e de diálogos triviais, me senti muito desconectado do drama deles. Admito que é algo meu, mas sinceramente, eu não conseguia me importar com o destino de nenhum deles. Ou seja, faltou muito do elo espectador-personagem que valorizamos tanto o que afeta diretamente a tensão e crescente paranoia que o diretor tenta construir nesses capítulos. Geralmente o elo é construído através do heroísmo do carisma ou com um anti-herói carismático. Como aqui não há, propositalmente, uma linha moral nítida para nos guiarmos, nos contentamos com as brilhantes atuações da maioria do elenco e com o texto caprichado.
Fora o marasmo do terceiro capítulo, Tarantino também mete os pés pelas mãos com o quinto capítulo ao adicionar um flashback completamente desnecessário e redundante já que a própria revelação do texto deixa tudo muito claro quebrando a lógica de inserir esse segmento que também não é lá muito interessante e quebra o já frágil ritmo ao fazer o longa retornar a um penoso marasmo criativo.
Entretanto, Tarantino acerta tanto quanto erra. Primeiro por sua fantástica personagem Daisy Domergue. A polêmica já se inicia por ela apanhar fervorosamente durante o filme inteiro. Ela passa pelo inferno, sofre abusos psicológicos e físicos a todo momento, além de ter um final que louva, glorifica a violência. Certamente há a controvérsia gerada na figura dela – muita gente vai questionar a violência. Porém, como eu detesto impor regra na arte alheia deixo isso para os politicamente corretos ou puritanos que certamente tomaram as ofensas desse filme para si.
A meu ver, a personagem somente sofre tanto por ela ser um perigo a segurança do grupo inteiro, além de, claro, todos serem tão detestáveis quanto ela. Tarantino cria uma atmosfera verdadeiramente tenebrosa para Daisy e isso nos afeta diretamente. Como ela fica algemada a todo tempo com outros personagens se certificando disso constantemente, temos a impressão que o Inferno será aberto caso ela se liberte e acabe por matar todo o elenco. Muito disso vem da perfeita atuação de Jennifer Jason Leigh – se ganhar o Oscar, terá sido muito merecido. Apesar de sua personagem apanhar e sentir muita dor, Jennifer sempre resolve com um sorriso provocador, um olhar assassino, por uma risada maníaca ou algo que evidencia a loucura da mulher. O mais interessante de sua atuação foi que ela me lembrou muito da performance de Ally Sheedy em O Clube dos Cinco com a igualmente estranha Allison. Só que óbvio atestar que Leigh apresenta um trabalho muito mais visceral já que se trata de um filme adulto com extrema violência.
Com o trabalho de câmera restrito a espaços confinados, muitos diretores encontram dificuldade para diversificar a decupagem. Pela competência de Tarantino Os Oito Odiados é um filme muito rico visualmente mesmo com a restrição provocada pela teatralidade do longa. O diretor apresenta sempre sequencias muito bem elaboradas visualmente e muito ricas na composição. Fora que Quentin não se limita a ficar com câmera parada. Temos aqui o melhor trabalho de movimentação de câmera do ano vide a limitação que ele teve, mas não somente pelo motivo dos movimentos serem clássicos, lentos, atmosféricos, bem pensados e singelos, e sim pela trabalha absolutamente impressionante de mise em scene. Em muitos planos observamos não apenas um personagem em primeiro plano realizando alguma ação, mas sim outros atores fazendo algo completamente diferente na profundidade de campo. É um trabalho de encenação extremamente orgânico tendo característica vinda diretamente do teatro para o cinema já que nos filmes é mais frequente o diretor sempre se preocupar com a ação de primeiro plano, deixando o uso da profundidade de campo em escanteio.
Quem também adorava trabalhar com ação e longas profundidades de campo era Orson Welles. Aliás, em um dos movimentos de câmera, Tarantino parece fazer algo similar com o plano histórico de Cidadão Kane na cena em que vemos Kane brincar ao fundo na neve enquanto acompanhamos seus pais assinando os documentos permitindo a adoção do menino. No caso de Os Oito Odiados¸ não há a mesma importância narrativa. Quentin elabora apenas um enfeite belo que mostra O.B. e Bob retornando para a cabana através de uma janela para depois realizar um travelling para acompanhar a leitura silenciosa de Joe. Depois, com uma passagem de foco, observamos John e Daisy tomando conhaque em terceiro plano. É algo visualmente estonteante.
Voltando a comparar com Cães de Aluguel, este é um dos filmes com menos firulas visuais ou com imagens estilizadas. O trabalho do diretor é mais fixo à realidade somente se permitindo ao excesso com o tradicional banho de sangue. A mudança de ares é muito bem-vinda principalmente por este ser o antepenúltimo filme de sua carreira. Tons mais sérios para um cineasta mais maduro. Porém, mesmo com todo o esforço brilhante da decupagem e encenação, Tarantino não consegue livrar o filme de seu ritmo demasiadamente lento. Claro que os fãs não se importarão com isso, mas para o espectador comum, pode ter certeza que isso pesará muito. Além disso, uma das marcas autorais mais recorrentes de Quentin, se faz presente: a farsa. Dessa vez não só nos personagens como também em algumas características na narrativa. Como sempre, o diretor sabe resolver bem a resolução das farsas que ele apresenta. Tudo satisfatório, porém, apenas uma surpreende de fato.
Por ser um filme mais sério, Tarantino arrisca pouco na criatividade. Alguns momentos se sobressaem com uma montagem paralela na melhor cena do filme, com alguns slowmotions e com os modos de matar os personagens ao buscar um ótimo viés de humor negro que ele vem trabalhando ao longo da carreira – aliás, este é um dos filmes que ele melhor trabalha a comédia. O melhor momento, entretanto, se concentra na apresentação do capítulo quatro quando ele quebra as regras diegéticas que havia estabelecido até então ao inserir, momentaneamente, um narrador a la Dogville puxando influencias de Lars Von Trier e Martin Scorsese. Já para as sequências de tiroteio, a influência de Sam Peckinpah na ação e na montagem é expressiva.
Além destes realizadores, Tarantino confirmou na coletiva que sua principal inspiração para Os Oito Odiados foi Enigma de Outro Mundo, clássico da ficção científica de John Carpenter. Em sua maioria, a inspiração é bem aplicada inclusive com a ideia interessante de trabalhar com um faroeste cercado por um ambiente montanhoso, cheio de pinheiros e com muita neve ao contrário do senso comum do conceito de deserto que pensamos assim que lembramos de westerns. O confinamento forçado e o perigo que toma toda a atmosfera são impressões que Tarantino consegue nos apresentar, porém acho que ele falha ao conseguir imprimir a tensão e paranoia do longa de Carpenter – talvez, com outra visita ao filme, minha opinião mude.
Uma das peças mais propagandeadas desse longa foi o fato da sua cinematografia ser incomum. Tarantino e Robert Richardson, seu diretor de fotografia, escolheram o praticamente extinto formato Super Panavision 70 que foi popular nos anos 1960. Ao contrário do comprimento normal do filme fotográfico de 35mm, o Super Panavision 70 trabalha com 65mm no negativo. Dois filmes muito famosos foram filmados no formato: Lawrence da Arábia e My Fair Lady.
Com Os Oito Odiados tive meu primeiro contato com esse tipo de película. Como nós não temos projetores de 70mm no Brasil, o formato de exibição será praticamente um ultra wide screen com as tradicionais barras negras horizontais ocupando um espaço maior do que o habitual na tela. Caso você veja o filme em uma sala Cinemascope, as barras serão ligeiramente menores – o Cinemark não possui salas nesse formato então prepare-se para ver a letterboxd ocupar consideravelmente a tela.
Isso acontece para ajustar a imagem no anteparo já que ela, na prática, captura muito mais elementos visual na horizontal. E meus amigos, acreditem, foi uma das experiências mais impressionantes que já tive na vida – mesmo sem conferir nos 70mm propriamente ditos. Tarantino sabe bem como usar o formato para apresentar o espetáculo visual nas belíssimas externas que marcam o início do filme. É difícil até de descrever. O formato consegue capturar uma montanha inteira e seus arredores em um enquadramento. Sim, digno de tirar seu fôlego.
Porém, relembrando o caráter teatral do filme que praticamente não sai do cenário, fica o questionamento: para que usar um formato que visa engrandecer imagens externas em um filme que se passa majoritariamente em imagens internas? Para mim não fez o menor sentido o que deu a impressão de um desperdício de formato. Seria muito mais interessante se ele tivesse usado o Super 70 em Django Livre do que nesse filme. Uma escolha dúbia.
Entretanto, o formato também auxilia muito no trabalho da iluminação barroca de Robert Richardson. Por ser um negativo imenso e, consequentemente, muito sensível a luz, as imagens são extremamente nítidas com absolutamente nenhum grão característico do 35mm. Richardson atinge um resultado em filme que eu só julgava crer ser possível com o digital acompanhado de cinematografistas competentes como Deakins e Cronenweth. Mesmo julgando ser um desperdício de um ótimo formato, as imagens para closes e planos próximos são tão impactantes e parecem valorizar tanto a expressão do ator que acabam nos afetando profundamente. Novamente, é maravilhoso. Vocês precisam ver o filme no cinema, mesmo que ele seja lento e meio entediante. Apenas para vivenciar essa experiência cinematográfica tão diferente, rara e bela. De vez em quando, Tarantino apresenta uns establishing shots externos que engrandecem o filme.
Além do formato jurássico, Tarantino também reviveu outra peça de museu lendária: Ennio Morricone. O compositor favorito do western spaguetti retorna para emplacar outro tema absolutamente maravilhoso. Com a melodia de seus violinos, flautas, trombones, bateria e gritos sufocados de um coral masculino, consegue criar o tema musical que cria, cresce sem parar ao elevar a tensão musical funcionando como um presságio do grande terror que será apresentado ao longo da história. É bem verdade que a melodia se assemelha bastante com os temas que ele criou em Os Intocáveis, clássico de Brian de Palma. Mas, ainda assim, consegue ser extremamente funcional e impactante. O tema simplesmente não sai da cabeça após o termino da sessão. Mais um trabalho fenomenal dessa lenda viva. Além de Morricone, o diretor também insere as sempre ótimas canções licenciadas que tornam seus filmes ainda mais memoráveis.
Além da música, temos o ótimo trabalho de mixagem sonora. O modo com que Tarantino pensou no som desse filme visa o hiper-realismo. Tudo serve para agregar a encenação. Nas cenas que ficamos dentro da diligencia, escutamos os trotes dos cavalos, as rodas amassando a neve e O.B. chicoteando e gritando com os animais, além dos diversos ruídos que a carruagem faz enquanto se balança desengonçadamente. Na cabana, os passos profundos que revelam o piso oco e velho que sempre range conforme a movimentação dos personagens, o assovio tenebroso e incessante do vento que tenta invadir e congelar a todos que estão dentro do refúgio, além das conversas paralelas vindas em murmúrios tímidos do outro lado da sala, assim como a explosão grave dos tiros e do desmantelar de um crânio. São sons todos muito bem cuidados pela criação da edição de som e inseridos no filme pela mixagem. É um trabalho absolutamente exemplar que deverá ser lembrado nas principais premiações do ano que vem.
Mesmo que Os Oito Odiados falhe justamente pelo motivo da narrativa dos filmes do diretor ser tão característica e própria a ponto de ficar manjada e previsível, além do ritmo dos acontecimentos ser arrastado e tedioso, Tarantino consegue trazer uma boa história com bons diálogos, bons personagens e excelentes atores. Os momentos de brilhantismo cinematográfico ainda existem. Estão presentes apenas em menor escala. Lembre-se que se trata sim de um teatro filmado – isso com certeza influenciará na sua escolha de ver ou não o filme.
Com sua oitava realização, Tarantino se aproxima do adeus ao cinema tão prometido por ele. Depois de uma obra com formato tão corajoso, além do texto polêmico e provocativo, fica a questão sobre o penúltimo projeto de Quentin. Eu, sinceramente, espero que ele renove sua fórmula de contar ótimas histórias, pois muitas coisas que ele apresenta aqui já indicam o iminente desgaste.
Os Oito Odiados (The Hateful Eight, EUA – 2015)
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Samuel L. Jackson, Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Walton Goggins, Bruce Dern, Michael Madsen, Tim Roth, Demián Bichir, James Parks, Zoë Bell, Channing Tatum
Gênero: Suspense, Western
Duração: 187 min