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Lista | Curiosidades sobre os Bastidores de Mad Max: Estrada da Fúria

Se há um filme que basicamente conquistou uma unanimidade positiva em 2015 esse foi Mad Max: Estrada da Fúria. Em uma rara concordância, crítica e público louvaram esse clássico instantâneo de George Miller cavando uma aguardada sequencia para sua trilogia Mad Max. Com campanhas ativas da Warner para conseguir algumas indicações ao Oscar, já que tantas pessoas estavam abertas a qualidade do filme (mesmo sendo um blockbuster, Mad Max conseguiu dez indicações e conquistou seis delas, incluindo a de Melhor Montagem.

Desde aquela época, os fãs aguardam por um novo filme Mad Max, mas até agora nada do estúdio ou de George Miller adereçarem esse grande desejo do público. Enquanto um novo filme não chega, separamos algumas curiosidades sobre os bastidores do filme que trazem diversas informações inusitadas e explicam algumas das escolhas vistas na obra.

Mel Gibson em seu pior momento

Quando Estrada da Fúria estava começando a ser planejado, tudo estava previsto para ser filmado em 2002. Porém, por conta da inflação ocorrida logo após o 11/9, o orçamento do filme inchou para ser feito em locação – na época, seria rodado na Austrália.

Além disso, a estrela dos filmes, Mel Gibson vivia seu pior momento, encarando problemas de divorcio e do alcoolismo, se tornando indesejado por todos os estúdios. Isso levou George Miller a repensar sobre a necessidade de um quarto filme da franquia.

O grande culpado: Happy Feet

Com o colapso do projeto do 4º Mad Max, o diretor George Miller ficou sem o que fazer em 2002 até ter a ideia de tocar um antigo projeto envolvendo pinguins dançantes apresentados em um filme animado de ponta.

Surpreendentemente, a Warner deu sinal verde para o filme e assim Miller iniciou seus trabalhos com Happy Feet dedicando quase quatro anos de sua vida para a realização do filme. E todos nós sabemos que tivemos um segundo filme da franquia, afastando o diretor por mais tempo de seu querido Mad Max.

A Guitarra do inferno

Um dos momentos favoritos dos espectadores em Estrada da Fúria ocorre durante um momento decisivo da perseguição na qual todo o comboio de Immortan Joe aparece para explodir Furiosa, as esposas e Max.

Em um dos planos, vemos um guitarrista insano tocando loucamente enquanto o caos acontece ao redor. Poucos sabem, mas o ator Sean Hape estava preso por diversas correntes de segurança, incluindo a guitarra. Somente o instrumento capaz de cuspir fogo pesava “míseros” 60 quilos.

“Treta” entre Charlize Theron e Tom Hardy

Ah, o bendito Método. Causando confusões desde sempre nos sets de filmagem. Theron e Hardy não tiveram as melhores experiencias de suas vidas no set de Estrada da Fúria. Theron que não é adepta do sistema de atuação superintenso tentava se aproximar de Hardy, ator que não abandona o personagem até a conclusão do trabalho. Obviamente que a simpatia da atriz não foi correspondida por Hardy que estava decidido a encarnar o antipático e antissocial Max até o fim das filmagens.

Apesar dos dois não terem nutrido nenhuma amizade dentro da produção, sempre se respeitaram em entrevistas, elogiando o trabalho um do outro.

Proezas Mortais

A equipe de dublês de Mad Max: Estrada da Fúria realizou um trabalho histórico ao assumir tantos riscos durante a produção da obra que conta apenas com alguns efeitos visuais digitais para encorpar a ação de alta octanagem.

George Miller queria levar a adrenalina do espectador ao máximo ao investir somente em efeitos práticos e nas leis naturais da física para impactar a audiência. Desse modo, 90% das proezas feitas pelos dublês, incluindo os homens pendurados nas varas-pêndulo, são absolutamente reais. E, com os veículos correndo na velocidade média de 60 km/h, qualquer erro seria mortal.

Detonando o Deserto

Embora este Mad Max seja fantástico, sua produção deixou um legado nada bonito no deserto da Namíbia, local onde ocorreram a maior parte das externas filmadas. Embora o governo do local afirme que a produção se preocupou com os cuidados ambientais para preservar o lugar, outras instituições afirmaram que o processo das filmagens das perseguições danificou o deserto de modo irreparável, atropelando lagartos e estragando dunas que nunca haviam sido exploradas anteriormente. Complicado.

Preto no Branco

Demorou, mas George Miller conseguiu realizar seu desejo inicial: Mad Max: Estrada da Fúria era para ter sido filmado apenas em preto e branco. Após muita insistência do diretor e pela recepção fantástica que a obra recebeu, a Warner permitiu uma nova colorização do longa com a edição Black & Chrome na qual o filme recebe o tratamento em preto e branco tão desejado pelo diretor.

Montando um Quebra-Cabeça

O Oscar de Melhor Montagem conquistado por Margaret Sixel certamente foi muito merecido. A esposa de George Miller teve que encarar 400 horas de material bruto para tornar em um filme de apenas duas horas. Sixel deve ter encarado o maior esforço de sua vida para domar os 2.750 planos que ela teve de organizar na versão final da obra.

Para Menores

A Warner evitou a todo custo a censura R que, eventualmente, Mad Max: Estrada da Fúria recebeu. Somente através da resposta do público em sessões-teste que Miller conquistou o corte final assegurando a violência gráfica necessária para dar o tom rude e nada agradável do mundo pós-apocalíptico da obra.

Duelo de Engravatados

Mas no fim, e daí? Mad Max: Estrada da Fúria foi um sucesso para a Warner com prêmios importantes no Oscar e até teve uma bilheteria generosa para um filme de uma franquia que estava há muito tempo empoeirada. Porém, até hoje ninguém fala nada sobre uma sequência. Cadê esse bendito filme?

Na verdade, o novo Mad Max somente está engavetado por conta de uma disputa judicial bastante tensa de George Miller contra a Warner – o que deve indicar uma mudança de estúdio para o novo filme ou Miller será substituído. A grande celeuma é o fato da Warner não ter pago um bônus de 7 milhões de dólares para a empresa do diretor já que ele conseguiu manter o filme abaixo do limite de 157 milhões de dólares no orçamento final da obra.

Até esse processo terminar, não veremos Max nas telonas novamente. O jeito é rever essa obra-prima diversas vezes em casa.

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Publicado por Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema seguindo o sonho de me tornar Diretor de Fotografia. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas.

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