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Filmes que Sobreviveram a Bastidores Problemáticos

Muitos imaginam que trabalhar em um filme deve ser quase como habitar um Shangri-la. Tudo flui bem, a cooperação entre os profissionais é boa, o ambiente é muito divertido, e tudo mais de positivo que se possa pensar. Infelizmente, nem sempre é isso que acontece. Muitas vezes, pelas mais diversas razões, a produção acaba por virar um inferno na terra, ao invés de um paraíso, e em muitos casos isso acaba atingindo o resultado final da obra em questão, a deixando com uma qualidade abaixo do esperado. Porém, algumas vezes os problemas acabam por serem contornados, e o filme acaba por ter uma boa recepção.

Vamos ver agora alguns exemplos de filmes famosos que tiveram problemas em suas produções, mas que conseguiram sobreviver a eles.

E o Vento Levou

Uma das obras mais aclamadas da história, e um dos maiores sucessos financeiros, arrecadando 400 milhões de dólares, isso em 1943. Porém, se o resultado final foi um esplendor, o mesmo não pode-se dizer da produção do filme, que foi uma bagunça tão grandiosa quanto os resultados adquiridos pelo longa.

Primeiro de tudo, David O. Selznick, que era detentor dos direitos do filme, esperou dois anos para iniciar as gravações, visto que queria que o personagem principal fosse interpretado unicamente por Clark Gable. Depois teve a procura pela atriz que interpretaria Scarlet O´Hara, que foi extremamente trabalhosa, com Selznick entrevistando cerca de 1400 atrizes desconhecidas, e também considerando algumas ja conhecidas, até que Viven Leigh fosse escolhida.

Para finalizar, 3 semanas após o inicio das filmagens, George Cukor, que estava ha 2 anos na pré produção da obra, foi demitido. O motivo oficial foi desavenças com o produtor, mas existe o boato de que Clark Gable havia trabalhado como gigolô no circuito gay de Hollywood, e George sabia disso, então o ator exigiu sua demissão.

Mágico de Oz

Lançado quase que na mesma  época que E o Vento Levou, o Mágico de Oz não teve um sucesso financeiro tão estrondoso, mas ainda sim teve grande aclamação e se tornou um dos filmes queridos e citados na história. E igualmente ao longa protagonizado por Gable e Leigh, também ficou marcado pelos problemas da produção.

O roteiro precisou ser reescrito várias vezes, inclusive durante as próprias filmagens, tendo diversas mentes criativas ajudando na história, mas apenas os roteiristas Noel Langley, Florence Ryerson e Edgar Allan Woolf receberam os créditos pelo escrito final da trama.

A escolha de atores também foi conturbada. O produtor Mervyn LeRoy foi pressionado para que Shirley Temple fosse escolhida como Dorothy, mas acabou escolhendo Judy Garland, que afirmavam ser sua favorita. Ray Bolger no inicio foi escalado para viver o homem de lata, mas era seu sonho de infância viver o Espantalho, o que conseguiu depois de muito se esforçar para convencer a produção.

Pra finalizar, o filme teve nada menos que 5 diretores. O primeiro diretor escolhido foi Norman Taurog, que filmou apenas uns testes de Techinocolor e depois foi realocado. Assumiu Richard Thorpe, cujo trabalho não agradou LeRoy. Cukor assumiu, mas apenas para dar alguns conselhos, porque tinha compromisso para filmar E o Vento Levou. Victor Flemming assumiu, e dirigiu boa parte da obra, mas teve que se retirar para assumir as filmagens do filme de Selznick após demissão de Cukor. King Vidor assumiu apenas para finalizar.

Uma Aventura na África

Filme responsavel por juntar 3 grandes icones da era de ouro do cinema: John Houston, Katherine Hepburn e Humphrey Bogart, e se tornou mais um dos muitos trabalhos aclamados que eles participaram ao longo de suas carreiras. Porém, acabou que essa obra se tornou mais conhecida pelos acontecimentos fora das telas, do que pelo que por ela em si. Os bastidores do longa foram tão bagunçados, que Hepburn até escreveu um livro sobre tudo que aconteceu nas filmagens.

O filme foi filmando boa parte do continente africano, na região do Congo, que era totalmente desconhecida por boa parte da equipe, o que trouxe preocupações para a produção, e o futuro mostrariam que ele estavam corretos em se preocupar. Primeiro, devido a má qualidade da água do local, muitos membros da equipe, inclusive Katherine Hepburn, acabaram por sofrer com disenteria. Os únicos que escaparam foram Houston e Bogart, porque ao invés de água, matavam a sua sede com álcool.

Os animais selvagens eram também um medo da equipe, pois eles vivam cercados por eles. Cobras, hipopótamos, crocodilos, todos eles cercavam os locais de produção, e todos temiam que alguns desses bichos pudesse causar algum problema grave. A produção acabou por contratar nativos locais para poderem ajudar nas filmagens, porém, nenhum deles apareceu, pois tinham medo que os responsáveis pelo filme fossem seres canibais ( isso é o que chamamos de ironia)

Houston acabou por se tornar um problema. Segundo Peter Viertel, roteirista amigo do diretor, que foi chamado para terminar o roteiro, John muitas vezes sumia da produção, porque estava ocupado caçando elefantes, algo que se tornou uma obsessão. Segundo Viertel, o cineasta queria ” filmar tudo, menos o próprio filme”.

Os Pássaros

Alfred Hitchcock atualmente  não é apenas lembrado pelas magníficas obras de suspense que proporcionou para a sétima arte, mas também devido as suas polêmicas. É de conhecimento de quase todos que pesquisam sobre a vida do diretor que ele tinha certa obsessão pelas suas atrizes em cena, se apaixonando por muitas delas. Mas entre todas as personalidades que dirigiu, teve uma que conquistou grande apreço de Hitch, a atriz Tippi Hedren.

Hitch conhece Hedren em um comercial de televisão, e viu nela uma nova Grace Kelly. Então, a contratou para estrear o longa Os Pássaros, e a colocou como protagonista. Uma relação que começou bem afetuosa, logo começou a degringolar, devido ao lado controlador do diretor. Ele decidia o que a atriz deveria vestir, e não gostava de ver ela conversando com outras pessoas. Avisou ao ator Rod Taylor que ele estava proibido de toca-la. Além de que, tentava frequentemente ficar sozinho com ela para assedia-la

Devido as recusas da atriz, Hitchcock decidiu tornar sua vida no set um verdadeiro terror. Primeiro, em uma cena em que Tippi estava em uma cabine, o diretor jogou um pássaro sem avisar, para que pudesse captar um medo real. Depois, em outra cena, mandou pássaros reais atacarem Hedren, mesmo prometendo que seriam apenas robôs. As feridas que podem ser vistas no rosto da moça são reais. Tudo isso fez com ela quase tivesse um colapso nervoso.

Cleópatra

Cleópatra é mais um exemplo de filmes que se tornaram mais conhecido devido ao que aconteceu nos seus bastidores, do que devido ao seu próprio conteúdo. O filme é o segundo mais caro da história, e os altos custos da produção fizeram com que a Fox, responsável pela obra, quase entrasse em falência. Devido a todos os problemas que aconteceram durante a filmagem, fizeram com o que longa, que estava programado para ser lançado em 1960, fosse apenas lançado em 1963.

Primeiro, no inicio das filmagens, na cidade de Londres, o clima frio fez com que Elizabeth Taylor pegasse uma forte pneumonia, e se afastasse da produção. O diretor Rouben Mamoulian teve que reescrever o roteiro para poder filmar sem a atriz, o que não agradou a Peter Finch, que logo fez a noticia chegar a Liz, que também não ficou satisfeita. Devido a esses problemas, Mamoulian acabou entregando o cargo, e foi chamado para o seu lugar Joseph L Mankiewiczs.

Para escapar do clima frio de Londres, Joseph mudou o locação para Roma, obrigando que tudo que já havia sido construído, e que fosse remontando na Itália, de uma maneira menos exagerada. A construção foi tão grande, que acabou faltando material. No meio disso tudo, os atores Peter Finch e Stephen Boyd acabaram por deixar o filme, ocupados com outros projetos. Mais uma vez o roteiro teve que ser mudado, e Richard Burton e Rex Harrison foram contratados.

Richard Burton e Elizabeth Taylor acabaram se apaixonando durante as filmagens, mas existia um porém na época, os dois já eram casados, e a sociedade americana já tinha mostrado em outros casos que não aceitava casos de adultério. Então, o filme começou a sofrer ataques da mídia, e Elizabeth Taylor, antes umas das atrizes mais queridas, se tornou persona non grata, ganhando inclusive uma carta de ataque do Vaticano, em repúdio aos seus atos.

Cortina Rasgada

Hitchcock era muito mais que um diretor, era um criador. Gostava de desenvolver suas histórias, e gostava de desenvolver os planos e enquadramentos que usaria para as suas cenas. Aliás, vale dizer que ele fazia isso antes de iniciar as filmagens dos seus filmes. Hitch era tão amante do que fazia, que não gostava de ninguém dando palpite em seu trabalho, e odiava quando alguém tentava muda-lo. Algo que o ator Paul Newman parecia não saber.

Nas filmagens de a Cortina Rasgada, Newman, que vinha de uma escola bastante diferente de atores como Cary Grant e John Stewart, que foram os atores que mais trabalharam com o mestre do suspense, e era adepto ‘’method acting’’, onde atores criavam uma ligação com seus papéis para deixá-los mais realistas. Problema, Hitchcock odiava o ‘’ method acting’’.

E provavelmente passou a odiar ainda mais quando Paul Newman começou a querer fazer mudanças dentro do filme, não concordando com algumas coisas que estavam no roteiro e também não concordando com a caracterização do seu personagem. Hitchcock, como era de se esperar, ficou ofendido com a atitude, e não ouviu nenhuma solicitação, o que irritou Newman, que acabou fazendo uma interpretação abaixo do esperado.

Poderoso Chefão

Um dos filmes mais amados de todos os tempos pelos fãs de cinema, Poderoso Chefão não teve drama apenas dentro da tela, mas também durante as filmagens. A Paramount, estúdio responsável pela produção do filme, estava com graves problemas financeiros na época, e precisava urgentemente de um sucesso, e isso fez com que o estúdio transformasse a produção do longa em um caos, devido a pressão que colocou em cima da sua equipe.

Francis Coppola e a Paramount tiveram diversas discussões sobre as filmagens. O estúdio queria filmar no Kansas, para custos menores, mas o diretor insistiu que as filmagens fossem em Nova York e Sicilia, para se manter fiel ao livro, e acabou conseguindo. Mas os problemas entre a produtora e o cineasta não terminaram por ae, e acabaram se seguindo por toda a filmagem, e Coppola afirmou que enquanto filmava, sentia que a qualquer momento poderia ser mandado embora.

Boa parte dos problemas aconteceram por causa do elenco. Coppola queria um elenco de atores desconhecidos, devido a isso contratou o jovem Al Pacino para o papel de Michael Corleone, o que enlouqueceu o estúdio. O único grande nome que era desejo do diretor, era Marlon Brando, que na época já tinha feito seu nome como ator problemático, e que já não era nem sombra do que tinha sido nos anos 50. Mas de um jeito criativo, Coppola convenceu a Paramount a aceitar. Porém, Brando acabou se tornando um problema, porque não decorava suas frases, e colocava cartões no cenário para decora-las.

Ao terminar as filmagens, quando chegou a hora de editar, Coppola se arrependeu do filme, e que queria filmar algo ao estilo clássico, mas que acabou se tornando um filme com ” um monte de velhos sentados em uma mesa conversando”. Mal sabia ele que tinha em mãos uma obra prima .

O Exorcista

Até hoje tido com o filme de terror mais assustador de todos os tempos, e ainda com o recorde de ser o filme do gênero com mais indicações ao Oscar, o Exorcista é muito comentado não apenas pela sua história, pelos seus efeitos, e pelas cenas perturbadoras, mas também pelos problemas que o filme enfrentou enquanto estava sendo filmado. Alguns sendo inclusive extremamente misteriosos, o que fez a produção achar que o filme estava amaldiçoado

O diretor William Friedkin usava de métodos bem pouco ortodoxos para conseguir fazer que os atores tivessem atuações de maneiras bastantes genuínas. Torturou fisicamente as atrizes Ellen Burstyn e Linda Blair (na época com apenas 12 anos) para que seus gritos fossem reais. Na cena em que a mãe de Regan é arremessada na parede, Burstyn acabou por fraturar o cóccix, ou seja, seus gritos de dor são reais. Ela afirma ter ficado extremamente chateada pela cena ter ido pro filme. Friedkin também gostava de dar tiros para o alto para assustar o elenco.

Diversas coisas assustadoras aconteceram durante a filmagem. 9 pessoas ligadas ao filme morreram de maneira misteriosa, . A esposa de uma câmeraman que estava grávida perdeu o bebê, e dois marceneiros que trabalharam na produção acabaram se acidentando. Para completar, a casa onde a obra era filmada pegou fogo misteriosamente, segundo a lenda apenas o quarto onde o exorcismo foi realizado ficou intacto. Seria o filme amaldiçoado, ou os acontecimentos foram apenas coincidências, e que foram aumentadas para trazer publicidade?

Loucuras de Verão

Eternamente lembrado como o filme que lançou George Lucas ao sucesso, e que foi o primeiro encontro do diretor com o ator Harrison Ford, Loucuras de verão teve uma produção problemática desde o inicio. O roteiro inicial foi escrito por Richard Walter, amigo seu da época da faculdade. Porém, o rascunho era extremamente sexual e muito fantasioso, e Lucas acabou demitindo Walter, e terminou ele mesmo os escritos com a ajuda dos roteiristas Gloria Kartz e Willard Huyck.

Depois, Lucas teve grandes problemas para conseguir fazer a produção do  seu filme andar, pois vários grandes estúdios da época (MGM, Paramount, Fox) se recusaram a financiar o projeto. Conseguiu chamar a atenção da American International Pictures, mas que depois recusou pelo filme não ser violento o bastante para os padrões do estúdio. Finalmente o diretor conseguiu um orçamento com a Universal, logo após Francis Ford Coppola, colega de faculdade e amigo de Lucas,  assumir como produtor do longa.

Mas os problemas não acabariam por ae. A filmagem que iria ser na cidade de San Rafael, teve que mudar de locação porque o prefeito da cidade tinha medo da produção atrapalhar o comercio. Um membro da equipe foi preso com porte maconha. Harrison Ford, Paul Le Mat e Bo Hopkins, atores do filme,  estavam constantemente embriagados. Ford, para piorar, ainda se envolveria em uma briga de bar. Para finalizar, um outro ator ainda colocaria fogo no quarto de hotel de George Lucas.

Chinatown

Roman Polanski, ao mesmo tempo que é um dos grandes diretores que surgiram na época da Nova Hollywood, é também uma das figuras mais polêmicas que pisaram em Los Angeles. Desde a temática que envolviam seus filmes, desde a sua vida privada ( essa inclusive sendo muito mais controversa). Uma das polêmicas mais famosas que envolvem o diretor polonês, foram os problemas envolvendo este e a atriz Faye Dunaway nos bastidores de Chinatown.

A atriz não teve vida fácil do lado do diretor. Ele constantemente gritava com ela e a tratava com desdém. Quando Faye perguntou qual era motivação de sua personagem, Polanski responde: ” Apenas diga suas palavras. Sua motivação é seu salário”. Em uma cena, Roman chegou perto da atriz e arrancou parte de seus cabelos, sem avisar a atriz, porque estavam atrapalhando na hora de fazer um enquadramento.

Roman também não permitia pausas ao banheiro, o que gerou uma situação que muitos não sabem se realmente aconteceu. Antes da uma cena, Faye pediu permissão para ir ao banheiro. Devido a mais uma negativa, urinou em um copo, e o arremessou na cara do diretor. Nojento, mas justo.

Tubarão

Responsável por lançar Steven Spielberg ao estrelato, e também responsável por dar inicio aos filmes Blockbusters, Tubarão encarou problemas tão grandes quanto de Amity Island. Spielbeg, na época com 26 anos, era um pouco ingênuo e inexperiente, como ele próprio se definiu. Insistiu que o filme fosse filmado em alto mar, ao invés de fazê-lo em um tanque, para que fosse mais real. Essa decisão, apesar de corajosa, trouxe vários problemas.

Veleiros atrapalhavam as filmagens frequentemente. As câmeras ficavam totalmente encharcadas, o barco Orca, que foi usado para caçar ao predador no longa, começou a afundar com os atores dentro. Mas o maior problema foi com certeza o tubarão mecânico, que devido á diversos problemas técnicos, praticamente não apareceu no filme, forçando com que Spielberg tivesse que mudar o foco para os atores.

Os muitos problemas fizeram com que a produção se atrasasse, e durasse 159 dias, e o orçamento, que antes era de 3 milhões, fosse agora para 9 milhões. Spielberg afirmou que na época que as filmagens estavam se encerrando, ele temia que aquele seria o último filme que faria na vida, devido a tudo que aconteceu. Inclusive, o diretor se ausentou no dia de filmar a última cena, com medo de ser jogado na água pela equipe. Depois que o filme foi um sucesso estrondoso, ele transformou o ato de não comparecer no último dia em uma tradição.

Apocalypse Now

Considerado um dos melhores filmes de guerra já feitos, e para muitos o melhor filme sobre a Guerra do Vietnã, Apocalypse Now também foi uma batalha nos seus bastidores, desde o principio. Inicialmente era um projeto do diretor George Lucas e do roteirista John Millius, e teria Coppola como produtor. Porém, Lucas ficou muito ocupado com seus outros projetos, Loucuras de Verão e logo depois Star Wars, e arquivou o projeto. Entusiasmado com o roteiro, Coppola decidiu ele mesmo assumir a produção.

Logo no inicio das filmagens, Harvey Keitel, contratado para ser o protagonista, teve atritos com Coppola e acabou sendo demitido, que acabou chamando Martin Sheen, que na época tentava se curar do alcoolismo. Os problemas com elenco não acabaram: Sheen acabaria tendo um ataque cardíaco durante as filmagens, e boa parte da equipe estava sempre chapada e se drogando. Mas, o maior problema foi Marlon Brando, que chegou para as filmagens com excesso de peso, e não poderia fazer as cenas de luta roteirizadas, o que decepcionou Coppola.

Para piorar, diversos tufões atrapalharam as filmagens, devido as destruições causadas nos sets. Sem contar o medo que a produção tinha de ser atacada por animais selvagens, ou que alguma doença tropical causasse uma epidemia. Todos esses problemas, fizeram com que tivesse um atraso gigante nas filmagens, e fizeram Coppola a ter uma convulsão. Com medo de perder seu financiamento, chegou a oferecer os lucros de Poderoso Chefão como segurança.

O Iluminado

Iluminado é um clássico do terror, e o fato de não ser uma boa adaptação do livro, e por isso ser odiado pelo escritor Stephen King, não vai mudar isso. Porém, não seria apenas com King que o diretor do longa, Stanley Kubrick, teria problemas. Seu estilo metódico, e as vezes ditatorial, iria fazer com que até mesmo seus protagonistas ficassem irritados, principalmente Shelley Duvall.

Nicholson ficava extremamente chateado com o fato de que o roteiro era constantemente mudado, com as mudanças podendo acontecer várias vezes por dia. Chegou a um momento em que ele recebeu o script da equipe de produção, mas o jogou fora, porque sabia que ele iria ser mudado. Boa parte do que ele tinha que falar em cena, ele aprendeu minutos antes de filmar.

No caso de Duvall, a coisa foi mais crítica. Ela tinha discussões frequentes com Kubrick, e ele a tratava aos gritos. Quando a atriz perguntava sobre alguma cena, ele respondia de maneira seca: ‘’ Você sabe atuar? Então atue’’. A famosa cena da porta teve que ser filmada 127 vezes, porque Kubrick não estava gostando do desempenho de Shelley. No ultimo take, ela arrancou alguns fios de cabelo, estava com o nariz sangrando, e com ódio do diretor.

Blade Runner

Um dos filmes mais discutidos da história, devido a todas as temáticas que envolvem sua narrativa, e que conquistou um grupo grande de fãs entre os amantes de cinema, esse é Blade Runner. Além disso, o filme também é lembrado pelo fato de terem sido lançadas 7 versões, incluindo a de cinema, o que já mostra o quanto foi conturbada toda a produção. Porém, alguns fatos não são conhecidos pelo público.

A atriz Sean Young acusou o diretor Ridley Scott de manipula-la para conseguir que ela tivesse as atuações que ele desejava. Em um dia ele era extremamente gentil, e no outro a humilhava. Ela também afirmou que Harrison Ford a desprezava, a ignorando fora do set, ou se recusando a ensaiar cenas. Ford também atritos com o Scott, e este afirmou que o ator foi um dos mais ‘’ pé no saco’’ com quem já trabalhou.

E como todos já imaginavam, houveram também as desavenças entre o diretor e o estúdio. Sempre que Ridley enviava um material filmado, o estúdio desprezava, e mandava notas ‘’ super positivas’’, dizendo coisas como ‘’ cada dia que passa esse filme fica pior ‘’. E para piorar, a produtora do filme ainda sugeria coisas patéticas como por exemplo ‘’ colocar mais peitos’’. Sensacional…

Irmãos Cara de Pau

Se o Irmãos Caras de Pau pode ser considerado um dos filmes mais divertidos dos anos 80, e uma ótima homenagem ao Soul e ao Blues, definitivamente não dá pra dizer que as filmagens da trama foram divertidas. Pelo contrário, foram um grande sofrimento. Muito devido os excessos do ator John Belushi.

Mas no inicio, ele não foi o problema, e sim seu parceiro de cena, Dan Aykroyd. Dan ficou responsável por escrever o roteiro do longa, porém não tinha nenhuma experiência nessa área. Acabou entregando um rascunho de mais de 300 páginas, e que não se parecia em nada com um roteiro, e sim com um livro de ficção. John Landis teve que refazer todo o trabalho.

Os festejos e farras do ator frequentemente atrasavam as filmagens, e quando não estava em farra, estava ou em estádios de beisebol, ou em bares. Porém, ele não era o único do elenco a se drogar. Segundo Dan Aykroyd, boa parte do orçamento do filme foi para comprar drogas para a equipe. Os membros da produção inclusive tinham um bar privado dentro do set.

O orçamento original foi rapidamente superado, devido aos constantes atrasos, e isso irritou profundamente os diretores da Universal. Paralelo a isso, a situação de Belushi ficou ainda pior. O diretor John Landis encontrou o ator do lado de uma montanha de cocaína. Isso o irritou profundamente, e fez com que o ator pedisse desculpa e admitisse seu vício. Foi preciso que Aykroyd e Carrie Fisher, namorada de Belushi na época tivessem uma conversa com ele, a produção pode continuar.

Dirty Dancing

Existem casos em atores conseguem ter uma química tão grande em cena, mas que fora das câmeras acabam construindo uma  relação  extremamente tempestuosa. Um bom exemplo disso é o que aconteceu nos bastidores do filme Dirty Dancing, entre os protagonistas Patrick Swayze e Jennifer Grey.

Os dois atores já tinham protagonizado um filme juntos, Amanhecer Violento, de John Millius, e já neste filme tiveram uma convivência bem complicada. Porém, Patrick insistiu para que Grey fizesse um teste de cena, e a química entre eles foi tão grande, que ela acabou sendo contratada. Mal sabia o ator que ele iria se arrepender de sua insistência

Em sua biografia, Swayze afirmou que Grey era extremamente imatura, e no meio da gravação de uma cena começava a rir sem parar, o que fazia com que a cena tivesse que ser gravada várias vezes. Isso era algo horrível para o ator, porquê muitas das cenas que Jennifer atrapalhava eram as de dança, e ele era um dançarino desde a infância. Também o irritava o fato de que Grey não lidava bem com críticas, e sempre começava a chorar quando criticada.

Titanic

Uma das produções mais grandiosas, com um grande legado em termos de efeitos especiais, o que levou ao posto de segunda maior bilheteria da história, e ainda por cima um dos filmes mais premiados da história do Oscar, Titanic é um verdadeiro marco. Porém, o que hoje se tornou um exemplo de produção e ambição, poderia ter se tornado algo catastrófico, devido aos bastidores caóticos da produção.

Graças as filmagens, James Cameron passou a ser conhecido como um dos diretores mais assustadores para se trabalhar, devido ao seu estilo muito perfeccionista, quase ditatorial, sempre gritando com os atores, ou descendo com um guindaste em cima deles para corrigir algo que não gostava.

E toda essa pressão acabou resultando em uma situação desagradável. Durante as filmagens, um irritado membro da equipe colocou um alucinógeno na sopa de Cameron e de vários outros integrantes da produção, e fez com 50 pessoas tivessem que ser levadas às pressas ao hospital. Cameron não sofreu nada porque conseguiu vomitar antes da droga fazer efeito.

A produção, que era para durar 138 dias, acabou durando 160. Muitos membros do elenco acabaram ficando resfriados por causa da temperatura baixa do set, ou pegando infecções, Kate Winslet sendo um deles. Depois que as gravações acabaram, afirmou que nunca mais trabalharia com Cameron, a menos que fosse muito bem paga para isso. Ao contrário dela, Leonardo DiCaprio afirmou que nunca sentiu nenhum perigo enquanto filmava

Ao final de tudo, a Fox tinha um filme que custou 200 milhões de dólares, e com um corte final de 3 horas e 15 minutos. Com medo de que a longa duração atrapalhasse a arrecadação, decidiram cortar algumas partes e diminuir. Quando Cameron soube disso, ele afirmou: ‘’ Vocês querem cortar meu filme? Vão ter que me demitir. Vocês querem me demitir? Vão ter que me matar’’. O estúdio acabou cedendo, e o resto é história.

Três Reis

George Clooney é o típico boa praça. É um ator que todos aqueles que trabalharam afirmam ser uma grande simpatia, e de um grande profissionalismo. Apenas uma pessoa, em toda a carreira do ator, conseguiu fazer com que ele saísse do sério, o diretor David O´Russel, com quem Clooney trabalhou no filme Três ReIs.

Clooney afirmou que Russel era extremamente egoísta, e que constantemente atacava os membros da equipe aos gritos, e Clooney logo surgia para poder defender os colegas, o que fazia com que a tensão com o diretor aumentasse. Segundo os portais de notícia, David xingou um  câmera man. Humilhou a supervisora de roteiro, fazendo-a chorar, e quando um membro da equipe teve um ataque epilético, ele simplesmente não se importou

Clooney, mesmo irritado, queria continuar no papel. Inclusive mandou uma carta para O´Russel para que eles acertassem as diferenças. Porém, no dia seguinte, o diretor atacou jogando um figurante no chão e chutando ele. Foi a gota d´agua, e Clooney partiu para cima do diretor, e os dois começaram a discutir, e quase partiram para as agressões.

Mad Max: Estrada da Fúria 

Saiu na mídia de Hollywood ano passado, que George Miller iria processar a Warner Brothers por não ter recebido os lucros totais do que estava no contrato. Esse fato pode simbolizar muito bem o que foram os bastidores do filme Mad Max-Estrada Da Furia, quarto filme da franquia protagonizada por Mel Gibson, e que estava sendo planejado desde 1998.

A primeira vez que as filmagens se iniciaram foram em 2001, porém os ataques ao 11 de setembro, e o colapso do dólar na época, fizeram o orçamento inchar, e o projeto teve que entrar na gaveta. Depois, em 2003, Miller mais uma vez tentou começar as filmagens, escolhendo Namíbia como local. Entretanto uma tempestade destruiu o set, e na época estourou a Guerra do Iraque, que fez com que o projeto mais uma vez fosse arquivado, por questões de segurança.

Depois de 16 anos, finalmente George Miller pode começar as filmagens, e manteve a Namíbia como local para seu filme. Porém, o governo do país começou a acusar a produção de danificar o deserto em que o filme estava sendo filmando, e que isso prejudicasse a fauna e a flora.

Para completar, o diretor teve ainda que lidar com desentendimentos entre Charlize Theron e Tom Hardy, os dois protagonistas do filme. A atriz Zoe Kravitz confirmou os ocorridos, e falou que constantemente os dois atores se estranhavam nas cenas, e que claramente não gostavam um do outro.

Redação Bastidores

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