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Lista | Filmes que sofreram interferência de estúdios

Alien 3 e A Ressurreição foram produções problemáticas, cujo seus diretores – respectivamente, David Fincher e Jean-Pierre Jeunet – tiveram grandes problemas com o estúdio, principalmente Fincher. Ambos tiveram suas ideias originais censuradas pelos produtores. Para o leitor entender: em um filme caro, o produtor seria como o chefe do diretor. Há muito dinheiro em jogo e os patrocinadores querem o retorno financeiro. Até hoje é comum ocorrer esse tipo de problema: o estúdio quer uma coisa e o diretor tem uma visão oposta quanto ao pedido feito.

Escolhemos casos em que diretores tiveram problemas com os seus patrões e a maioria das vezes acabou influenciando o resultado final.

Confiram:

O Portal do Paraíso (1980)

Um dos maiores fracassos da indústria, um longa que custou 45 milhões de dólares e faturou apenas um milhão em bilheteria. O diretor Michael Cimino havia acabado de ganhar o Oscar por O Franco Atirador e o estúdio United Artists apostou tudo nesse grandioso épico. Mas o diretor mostrou um megalomaníaco durante a produção. Construiu uma cidade no meio do nada, atrasava o cronograma de filmagem por conta do seu perfeccionismo e Cimino chegou a ser chamado pela produção como “O Aiatolá”. Por conta dos boatos durante a filmagem, do dinheiro investido e das péssimas reações por conta das primeiras exibições, houve mudanças durante a montagem para diminuir o duração do filme. Mas não evitou o fracasso de público e a falência da United Artist.

Blade Runner: O Caçador de Androides (1982)

Hoje é considerado um Cult, mas a ficção científica de Ridley Scott teve vários problemas. Foram brigas entre o diretor e a equipe, desentendimento entre Harrison Ford e Sean Young, o orçamento do filme acabou e todos passavam mal durante o set, por conta do clima úmido do cenário. Como Scott havia feito um filme com uma temática mais contemplativa e era um projeto com um grande orçamento, o estúdio decidiu fazer uma versão “simplificada”, o qual há uma narração em off  de Harrison Ford e um final feliz reutilizando cenas de O Iluminado. Melhor não comentar sobre essa versão.

Duna (1984)

O livro de Frank Herbert era um sucesso, era questão de tempo para alguém adaptá-lo para o cinema. Após o projeto passar pelas mãos do diretor chileno Alejandro Jodorowski – cujo filme feito em sua cabeça era inconcebível -, e de Ridley Scott, o produtor Dino de Laurentis chamou o jovem David Lynch para dirigir e escrever a adaptação. Há diretores que simplesmente são autorais demais para apenas receberem ordens do estúdio e esse é o caso de Lynch. Além das discussões acaloradas entre o diretor e o produtor, Duna foi um grande fracasso de bilheteria e de crítica. Até hoje Lynch não comenta sobre o filme e pediu para que tirassem o seu nome da versão estendida.

Homem-Aranha 3 (2007)

Sam Raimi já havia nos presenteado com dois ótimos filmes sobre o amigo da vizinhança. Mas durante a produção do terceiro longa, o diretor teve várias discussões com o produtor Avi Arad. A principal foi sobre o vilão Venom (Topher Grace). Como já havia o Homem-Areia (Thomas Haden Church) ligado com a morte do tio Ben e o conflito com Harry Osborn/Duende Verde (James Franco), Raimi achou que teria excessos de vilões. No fim, Arad deu a ordem ao diretor de colocar o Venom no longa. Não é a toa que ao assistir Homem Aranha 3 percebe que Raimi fez o filme de má vontade. Houve conversas para fazer um quarto filme, mas o produtor começou a impor sua vontade novamente e o diretor saiu do projeto.

Quarteto Fantástico (2015)

O plano da Fox era simples: “Temos que fazer um filme do Quarteto para que não percamos os direitos sobre os personagens para a Marvel. Vamos contratar um jovem diretor (Josh Trank) que já havia trabalhado com super-heróis (Poder Sem Limites) e fazer o filme definitivo do grupo.” Bom, quem viu o filme sabe que esse plano deu errado em todos os quesitos. As brigas entre Trank não eram apenas com o produtor e roteirista Simon Kinberg, mas também com o elenco do filme, principalmente com Milles Teller e Kate Mara. Há rumores que o diretor teria sido despedido durante a produção e antes do filme estrear quando lançaram as primeiras criticas que destruíram o longa, Trank deixou no seu Twitter: “Há um ano atrás diriam que o filme que fiz era genial”. Parece que o diretor queria fazer uma ficção científica inspirada nos filmes de David Cronenberg, mas o estúdio não estava interessado dessa ideia.

Esquadrão Suicida (2016)

A ideia era fazer um filme sombrio e pesado. Tanto que chamaram David Ayer para comandar o projeto, que era um diretor de temática mais crua. Apesar da Warner Brothers ser conhecida por dar carta branca aos seus diretores, não foi o que ocorreu durante a produção do Esquadrão Suicida. O roteiro foi escrito as pressas e teve várias mudanças durante a produção. E quando o filme estava pronto, eles decidiram refilmar algumas cenas para que ele fosse mais engraçado, por conta das críticas ao tom sério de Batman vs Superman: A Origem da Justiça e do sucesso de Deadpool. Ayer nunca foi conhecido pelo seu senso de humor e isso fica claro. A versão que foi lançada para o cinema é uma mistura dos cortes “sérios” e “engraçados”, o que explica o tom esquizofrênico do filme. É melhor não comentar sobre o resultado final.

Comentem sobre outros filmes que tiveram esse tipo de problemas com o estúdio.

Redação Bastidores

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