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Análise | Uncharted 2 – Among Thieves

A primeira entrada da franquia Uncharted – Drake’s Fortune, com lançamento no ano de 2007, contava com uma pequena campanha single-player mas com muitos elementos interessantes e bastante criatividade da desenvolvedora Naughty Dog com fases e jogabilidade eletrizante. A primeira vez que tive a oportunidade de jogar o primeiro game, Uncharted ainda era somente um nome desconhecido na prateleira da locadora. No entanto, assim como a frase que nos é apresentada logo no início desta entrada, grandeza em pequenos começos. Chegou sem grande alarde mas foi recebido de forma muito positiva. O anuncio da sequencia ocorreu logo em seguida e em 2009 recebemos Uncharted 2 – Among Thieves, que viria a se tornar um dos melhores games da história da Playstation e dos games em geral.

Shangri-La

Seguindo a linha do primeiro jogo, Nathan Drake e seus parceiros precisam encontrar uma misteriosa cidade antes que um grupo de mercenários chegue primeiro. A cidade da vez é Shangri-La e o jogo se inspira bastante nas aventuras de Marco Polo e lendas populares para criar a ambientação e movimentar a história do jogo. Apesar de uma trama comum para o tema e já explorada diversas vezes no cinema e nos games (inclusive na primeira entrada da franquia), Nathan Drake e os outros personagens Chloe Frazer, Elena Fisher e Victor Sullivan apresentam um carisma excepcional para a história. A química entre esse grupo principal e a animação dos modelos computadorizados com as expressões, maneirismos  e “atuação” parece de um grupo de atores profissionais e a sensação de estarmos em um filme é presente o jogo inteiro. Isso se deve em grande parte à decisão de usar captura de movimentos dos dubladores para algumas cenas, criando uma experiência cinemática plausível.

Eletrizante

Desde o início do jogo, que é contado de modo não-linear, somos presenteados com sequencias cinematográficas de encher os olhos e suar as mãos no controle. Raras vezes na indústria de games um jogo possui fases tão diferenciadas uma das outras, com quebra-cabeças interessantes (embora um pouco mais fáceis que os de seu antecessor), fugas eletrizantes e combates explosivos. As fases mesclam tiroteios com um sistema de cobertura aprimorado e opção de modo furtivo, exploração com bastante escalada que te fará lembrar dos velhos tempos de Prince of Persia, resolução de enigmas e cenas de fuga emocionantes que até hoje são imbatíveis dentro da franquia. Os controles são fáceis de aprender e sem grandes complexidades. Existe uma certa curva de aprendizado ao controlar Drake em partes onde é necessário pular e se pendurar por mapas inteiros que pode deixar um novo jogador frustrado, mas de forma alguma prejudica a experiência do jogo. Por sinal, os momentos de exploração combinados com os gráficos e enquadramento da câmera, entregam bons momentos de relaxamento e diversão.

Cenários

Outro motivo de aplauso para o jogo são seus cenários e ambientação. Seja escapando de um trem dependurado de um penhasco, seja caminhando por um vilarejo nos montes do Tibet ou enfrentando hordas de mercenários no meio das cidades do Nepal, o jogador sempre se sentirá imerso. Pequenos detalhes do mapa como uma prateleira de livros caindo ou pegadas deixadas na neve são feitos com imenso capricho e esmero. Interações de Nathan com personagens não jogáveis também auxiliam nessa imersão. Em termos gráficos, o jogo utiliza tudo que o Playstation 3 têm a oferecer.

Melhorias

Se o primeiro game da franquia possuía uma campanha pequena que se resolvia em poucas horas, Among Thieves traz 20 horas de jogo para seu modo história, que é muito mais adequado ao genêro que as 6 horas de Uncharted – Drake’s Fortune. E mais. Com um novo modo multiplayer local e online, Uncharted agora pode ser jogado com amigos em aventuras co-op. A inteligência artificial dos inimigos foi aprimorada, criando um desafio maior ainda e exigindo mais estratégia do jogador. As expressões faciais e detalhes do rosto possuem notáveis diferenças para seu antecessor, melhorando ainda mais a sensação de estarmos em um filme.

Sucesso

Grandeza em pequenos começos é uma das frases que ecoam pela narrativa da franquia, mas que também se aplicam ao seu sucesso. Uncharted é uma “introdução” de Indiana Jones ao mundo dos games e à nova geração, com o tema de exploração de ruínas e relíquias e artefatos antigos, em alguns casos, mágicos. Mas seu grande trunfo é a experiência. Em alguns momentos quase que caóticos, o caminho deixado ao jogador é claro e os eventos que acontecem ao redor do personagem são de pura adrenalina. Nada disso, no entanto, teria valor se não nos importássemos com as histórias pessoais de cada personagem e com eles próprios. As interações são sempre dosadas com bom humor e drama suficiente para nos gerar emoção. Nathan é carismático, mas também Sullivan, Chloe e Elena. Ninguém aparece na tela somente para preencher espaço ou para ser um rosto bonito. Existe também bastante cooperação entre Nathan e os companheiros durante as missões. Os coadjuvantes ajudam com tiroteios, pedem uma mão para escalar algo muito alto e ajudam com os enigmas, sempre de forma orgânica mantendo nosso interesse.

Melhor Uncharted

Aprimorando mecânicas introduzidas em sua primeira entrada e adicionando novos e excitantes elementos para a franquia, Uncharted – Among Thieves resiste até hoje como o melhor Uncharted. Com uma história satisfatória e criatividade exuberante na construção das fases e missões, este game deve constar na prateleira de qualquer fã de games e de aventuras. Bastidores certamente recomenda este título!

 

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Publicado por Lucas Voltolini

Eu escrevo sobre filmes, jogos e dou uns pitacos sobre a indústria do entretenimento sempre que posso

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