logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | Parque do Inferno - O Décimo Círculo

Thiago Nolla Thiago Nolla
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•21 de novembro de 2018•7 Minutes

É costumeiro dizer que a época do Halloween é uma das mais adoradas pelos realizadores do mundo do entretenimento – e não me refiro apenas ao lançamento de produções do gênero durante as últimas semanas de outubro, mas sim colocar o escopo sobrenatural e assustador como pano de fundo para a delineação de narrativas. Entretanto, à medida que tal nicho ganhou popularidade, principalmente durantes as décadas iniciais do século XX e numa revisitação com os slashers a partir de 1980, as investidas cinematográficas mergulharam nas tristes investidas clichês, saturando-o de modo insuportavelmente repetitivo. Mesmo com esses inúmeros avisos, com poucas exceções (e aqui faço menção à franquia Invocação do Mal, que veio para renová-lo de forma impecável) à regra, o diretor Gregory Plotkin jurou que conseguiria trazer algo novo às telonas – e o resultado não poderia ter sido pior.

Parque do Inferno já indica ao espectadores a premissa, os acontecimentos em geral e a provável resolução de uma história bastante conhecida. Ambientado – mas que surpresa! – na noite de 31 de outubro, a trama gira em torno de um grupo de amigos que resolve visitar o parque homônimo, cujas instalações foram adornadas especialmente para os fãs de terror, com vários funcionários à caráter, atrações de arrepiar a espinha – e um sedento serial killer que aproveita a atmosfera para continuar seu sangrento legado. Na verdade, o longa começa mostrando o assassino dentro de um mansão mal-assombrada/labirinto, fingindo ser um dos personagens e atacando brutalmente uma jovem, deixando-a apodrecer dentro do cenário até alguém encontrá-la.

E é claro que parte dos protagonistas sabe dessa infeliz tragédia e, contrariando o que o bom-sendo diz e preferindo mais uma vez pelos convencionalismos narrativos, ir ao parque e aproveitar a noite. De um lado, temos cética e ao mesmo tempo hesitante Natalie (Amy Forsyth), que aceita ir ao evento como forma de compensar o súbito sumiço da vida da melhor amiga, Brooke (Reign Edwards), por conta dos estudos, e por reatar um possível romance com Gavin (Roby Attal). Na outra extremidade, insurge as figuras rebeldes e sem qualquer senso de responsabilidade Taylor (Bex Taylor-Klaus) e Asher (Matt Mercurio), os quais fazem questão de pegar no pé de Natalie até que ela ceda aos joguinhos psicológicos e faça exatamente o que querem. Apesar do otimismo que esse núcleo carrega, suas aventuras pelo parque logo são ameaçadas pela sutil presença do Outro, o nosso querido assassino.

Os problemas – e não me refiro aos obstáculos enfrentados pelos personagens principais – se fixam profusamente ao longo dos três atos da obra. O primeiro move-se num ritmo lento, com atuações beirando a canastrice e uma falta de química gritante e odiosa. Nem mesmo Forsyth, provinda de uma belíssima rendição na série Channel Zero, consegue se afastar de sua persona estereotipada – afinal, não há muito o que se fazer com diálogos tão pífios quanto esses. Conforme nos aproximamos para o miolo da narrativa, Plotkin pecaminosamente erra o teor das construções cênicas: as falas sofrem uma leve melhora e a organicidade do elenco aumenta de forma considerável, mas a exponencial tensão atmosférica nunca encontra seu ápice. Ainda que o Outro (interpretado por Stephen Conroy) elimina uma outra visitante na frente deles, isso não é o suficiente para causar qualquer catarse, apenas uma leve dúvida que apenas se concretiza nos últimos minutos.

O terceiro ato talvez seja o mais problemático por não condizer com a suposta mensagem do longa. Além de acelerar as coisas, começando pelo massacre inacabável do serial killer que poderia ser tratado de outro modo, o roteiro assinado por Seth Sherwood e Blair Butler não sabe como proceder ou acabar a so-called jornada. Eventual e tardiamente, as últimas duas sobreviventes percebem que não há mais o que fazer e se trancam – de forma inexplicável – em um labirinto cheio de “armadilhas” acionadas por sensores de movimento, e resolvem se esconder e utilizar do espaço para enganarem o assassino. É uma jogada inteligente, mas que acaba do pior jeito possível e sem qualquer nexo. A última sequência, porém, consegue cavar mais fundo: o Outro volta para sua casa, guarda a máscara e dá boa-noite para sua filha.

O que isso realmente quer dizer? Que nas noites de Halloween ele se transforma em um psicopata e sai para a matança anual? Que ele não tem controle de si próprio e vê os crimes como um modo de se livrar de qualquer angústia? Sim, essas perguntas existem, e nenhuma delas encontra a resposta necessária que converse com o tom do longa, deixando as coisas ainda mais confusas do que já estavam. Nem mesmo a direção de arte, que em tese deveria ser irretocável, consegue varrer para debaixo do tapete os inúmeros deslizes da obra. Com raras exceções, a arquitetura fílmica deixa muito a desejar e mostra, mais uma vez, que mudanças drásticas precisam existir para que o gênero do terror retorne.

Parque do Inferno, ao menos, consegue passar duas mensagens interessante: a primeira é, seja lá o que estiver fazendo, não visite um lugar que já foi palco de um massacre não resolvido. E, além disso, não vá assistir esse filme. Existem coisas melhores a se fazer.

Parque do Inferno (Hell Fest – EUA, 2018)

Direção: Gregory Plotkin
Roteiro: Seth Sherwood, Blair Butler
Elenco: Amy Forsyth, Bex Taylor-Klaus, Reign Edwards, Christian James, Stephen Conroy, Matt Mercurio, Roby Attal
Gênero: Terror
Duração: 89 min.

Thiago Nolla

Thiago Nolla faz um pouco de tudo: é ator, escritor, dançarino e faz audiovisual por ter uma paixão indescritível pela arte. É um inveterado fã de contos de fadas e histórias de suspense e tem como maiores inspirações a estética expressionista de Fritz Lang e a narrativa dinâmica de Aaron Sorkin. Um de seus maiores sonhos é interpretar o Gênio da Lâmpada de Aladdin no musical da Broadway.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
Famosos
Zé Felipe conhece a avó de Ana Castela e prova que namoro está sério

Zé Felipe conhece a avó de Ana Castela e prova que namoro está sério

O namoro de Zé Felipe e Ana Castela ficou sério! O cantor foi apresentado à avó…


by Matheus Fragata

Games
'Aion 2' e 'Cinder City' ganham demos jogáveis e novos trailers em evento da NVIDIA

‘Aion 2’ e ‘Cinder City’ ganham demos jogáveis e novos trailers em evento da NVIDIA


by Matheus Fragata

Games
Diretor de 'Assassin's Creed 3' admite que introdução é 'longa demais', mas explica o porquê

Diretor de ‘Assassin’s Creed 3’ admite que introdução é ‘longa demais’, mas explica o porquê

O diretor de 'Assassin's Creed 3' admitiu que a longa intro de Haytham Kenway é…


by Matheus Fragata

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}