em ,

Crítica | Samurai Jack – 05×07: XCVIII

No sétimo episódio da temporada, Jack e Ashi partem em busca da espada perdida do samurai, levando-os a provações físicas e espirituais que determinarão o sucesso da missão.

Logo no início temos o flashback que finalmente nos mostra como Jack perdeu sua espada. Ao chegar ao pico de uma montanha, onde se localiza o último vórtice de espaço e tempo para Jack retornar à sua época, ele se depara mais uma vez com Aku e suas criaturas.

Aku destrói o portal, acabando com todas as esperanças do samurai. Surtado e movido à raiva e descontrole, Jack comete um deslize emocional durante a luta e deixa a espada cair no abismo da montanha.

Desde o início da temporada, vemos que o lado psicológico e espiritual de Jack é parte fundamental para que ele consiga enfrentar Aku. Este episódio marca o último passo da jornada de Jack, que não se limita a apenas adquirir o objeto perdido, mas também se libertar de sua raiva e instintos negativos para que se prove apto de encarar o mal que assola o mundo.

O episódio retorna ao presente, com Jack e Ashi montados em uma ave e alcançando a montanha mostrada no flashback. Os dois descendem o abismo com ajuda da ave em busca da espada. Procurando em todos os cantos do local, Jack concluí que a espada não está lá, e que para adquiri-la novamente ele precisará primeiro se tornar digno de achá-la.

O samurai então começa uma espécie de meditação no topo do rochedo, enquanto Ashi avista no horizonte um exército gigantesco indo em direção ao local. A ex-assassina precisará defender o vulnerável samurai.

Enfrentando uma armada que parece tirada dos filmes do Senhor dos Anéis, Ashi arrebenta o exército em uma cena de ação brutal e sangrenta. Enquanto isso, Jack vaga pelo mundo espiritual até encontrar uma casa onde a pequena figura de um monge o aguarda. Pedindo para adentrar o local e fazer chá para ele.

Uma das maiores qualidades do episódio é o equilíbrio no seu ritmo. O corte seco entre o treinamento de Jack no mundo espiritual, preparando o chã meticulosamente em um ambiente calmo e silencioso, com a constante troca entre Ashi dilacerando o exército inimigo, com sangue nas mãos e um tema intenso e épico estabelecem um contraste interessantíssimo e que só denota o quão valioso e complementar se tornam ambas as lutas. A trilha sonora inclusive, é um constante ponto alto durante o episódio, com variações frequentes em seu estilo e que ao mesmo tempo nunca perde sua qualidade.

Após preparar o chá, o pequeno monge conclui que para Jack se tornar digno de receber a lâmina de volta ele precisará lutar consigo mesmo, o seu eu formado por fúria e impulsos negativos, representado por uma versão caricata e distorcida do semblante de Jack. Com a cabeça enevoada em pensamentos conflitantes, não haveria forma de enfrentar o mal supremo.  O pior inimigo, no fim das contas, é ele mesmo.

Ao final, Jack é levado ao encontro de três entidades divinas (Odin, o deus nórdico da guerra e da morte; Rá, deus egípcio do Sol e Shiva, deus hindu da destruição e renovação), que concedem a Jack o direito de portar sua espada mais uma vez, além de receber uma repaginada visual, retornando ao seu semblante de 50 anos atrás.

Enquanto Jack passava pelo seu teste final, Ashi reencontra sua mãe, líder das assassinas de Aku. Ashi defende Jack dos ataques da mulher em outra intensa cena de ação no episódio. Enquanto o samurai lutava contra seus demônios internos, Ashi acabava com todos os vínculos do lado negro. Ao fim, ela arremessa uma flecha que mata sua mãe e encerra a luta. Ashi desmaia vitoriosa no campo de batalha.

O primeiro passo para livrar o mundo do mal é libertar sua própria alma, e Jack e Ashi conseguem isso após todas as provações durante a jornada que fomos acompanhando. Aqui temos o passo final dela, onde Jack fisicamente retorna a sua velha forma, espelhando que o samurai retornou a sua força física e espiritual da época da série original. Jack’s back!

Em um episódio cheio de contrastes e simetrias, tanto em ritmo quanto em conflitos, Jack conclui sua jornada de treinamento e volta a ser capaz de manejar sua espada, finalmente partindo para a última batalha: Aku. Ótimo ritmo e excelentes cenas, tanto nas batalhas quanto nas mais lentas e reflexivas, o capítulo foi digno das provações espirituais e físicas do samurai.

Redação Bastidores

Publicado por Redação Bastidores

Perfil oficial da redação do site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Crítica | Fargo – 03×03: The Law of Non-Contradiction

Crítica | Fargo – 03×02: The Principle of Restricted Choice