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Crítica | Samurai Jack – 05×09: C

No penúltimo episódio da temporada de Samurai Jack, Jack enfrenta o dilema do amor por Ashi e sua responsabilidade de enfrentar Aku. Tal escolha será imprescindível quando o samurai finalmente encontrar seu arqui-inimigo.

A primeira metade do capítulo constrói a ponte entre os eventos dos últimos episódios para culminar no clímax da segunda parte. Após enfrentarem as criaturas alienígenas no episódio anterior, Jack e Ashi se beijam e acabam construindo uma relação mais intensa do que meros companheiros de batalha.

Por terem passados trágicos causados pelo mesmo mal (Aku, no caso), Jack e Ashi acabam se identificando ainda mais. Em um breve flashback, vemos a beleza e a paz da terra natal de Jack antes de ser devastada pelo demônio, quando o samurai tinha apenas 8 anos de idade. Isso cria um vínculo entre os dois onde tanto os personagens quanto o espectador começam a ter uma empatia pela relação. E isso será usado contra nós mais pra frente.

Enquanto isso, Scaramouche finalmente chega no castelo de Aku. Se deparando com um interfone no formato de seu mestre, ele prontamente o ignora e vai confiante para avisar seu mestre sobre o fato de que Jack não porta mais a espada capaz de matar Aku. Infelizmente, tal notícia foi dada um pouco tarde demais. 2 episódios atrasada, para ser mais preciso.

Aku, que constantemente vimos entediado e sem uma real motivação de viver, já que não havia nenhum desafio e seu império já é grande o suficiente, vê aquilo como uma oportunidade de ação. É curioso vermos como o tom da temporada foi sendo alterado ao longo dos últimos episódios. Passando do sombrio e violento início da temporada para algo mais leve e descontraído, especialmente na hora de vermos o vilão principal da série, sempre inserido em uma cena cômica ou mais descontraída. Esse contraste pode afastar aqueles que estavam mais interessados em algo mais sóbrio e sério para a série, mas também não tira a construção e a jornada de Jack e sua relação com outros personagens.

Na segunda parte do capítulo, começamos a ver o clímax da história, com Jack deixando Ashi para trás enquanto prossegue para o derradeiro encontro com Aku. O samurai nunca teve relação amorosa com ninguém até hoje, e isso acaba virando um dilema para ele, já que isso poderá ser usado contra ele na hora da batalha. E ele não quer perder Ashi.

Em uma espécie de cemitério de robôs, com carcaças gigantescas espalhadas por todo lado, Jack reencontra Ashi, que o seguiu até aquele local. Jack explica para ela o motivo de tê-la deixado, mas a conversa é interrompida por Aku, que chega ao lado de Scaramouche, confiantes que o samurai estaria sem a sua espada.

Após descobrir que a informação de Scaramouche era precipitada, Aku desiste de atacar Jack e vai saindo de fininho do local. Mas algo faz ele parar. Ao sentir um aroma familiar, Aku percebe que Ashi é uma de suas crias. Criada a partir do seu próprio sangue e concebida por uma das mulheres da seita Filhas de Aku, o demônio percebe que pode controlá-la para que ela enfrente o samurai.

Aqui temos a batalha que Jack tentou evitar ao deixar Ashi para trás. Algo que ele não estava preparado: matar Ashi antes que ela o matasse. Em uma cena intensa de luta, onde a perspectiva da câmera troca de primeira para terceira pessoa e as perspectivas dos personagens muda ao longo dos giros e piruetas que cada um dá (algo que em uma animação em 2D é bem mais complexo de ser feito do que em 3D), o combate é intensificado quando Ashi é corrompida por completo e se transforma em uma entidade das sombras, segurando uma espada flamejante, ela se transforma em algo muito parecido com Aku, perdendo quase totalmente sua humanidade.

Vemos a fraqueza de Jack, que não consegue terminar a luta e desiste de matar Ashi. Mesmo ela pedindo para que Jack a elimine em ordem de tirá-la daquele sofrimento, Jack foi pego na pior armadilha que Aku poderia ter criado, intencionalmente ou não: o amor por uma de suas criações. Ao fim, temos uma imagem estática com Jack de joelhos, enquanto Aku segura a espada. A esperança foi perdida junto com ela.

Samurai Jack entra em seus momentos derradeiros com um intenso clímax no nono episódio, culimando diversos elementos que vinham sendo construídos ao longo da temporada. Apesar de um início lento e um pouco arrastado, este episódio marca mais um excelente exemplo de desenvolvimento da trama e recompensa (pay off) emocional com o espectador. E agora, só nos resta assistir o último momento do nosso querido samurai…

Redação Bastidores

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