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Crítica | Samurai Jack – 05×10: CI

Contém spoilers do final de Samurai Jack

E no último episódio da série, Samurai Jack finalmente enfrenta Aku em uma batalha grandiosa e épica, capaz de mudar o passado, presente e futuro do mundo.

O início do episódio constrói o clima perfeito para a conclusão deste conflito. Vemos diversos aliados de Jack, que fizeram parte de histórias da série original e que agora presenciam o final da batalha por monitores. A imagem televisionada começa a passar o monólogo inicial de Aku da série original, que dava a breve sinopse da série (Aku joga o Samurai em um portal do tempo, e é aprisionado em um futuro distópico onde o demônio controla tudo) o que nos dá a impressão de que, como nós, tais personagens estão presenciando a mesma história. Ao final do trecho, Aku surge e esboça um belo sorriso, refutando tudo o que tinha sido dito, já que agora o Samurai e sua espada finalmente foram capturados por ele.

Jack, sem esperança de conseguir escapar e tentando desesperadamente chamar a atenção de Ashi para que ela ganhasse consciência, presencia Aku dar mais uma vez seu charme de vilão caricato ao ficar alguns minutos se decidindo como matar o samurai. Após algumas tentativas no formato da lâmina, Aku escolhe que a própria Ashi é a merecedora de finalizar o serviço. Quando ela finalmente vai executá-lo, Aku ouve alguns barulhos fora do seu castelo. Ao olhar para o horizonte, avista diversas figuras montadas em criaturas aladas, atirando e indo direto na direção do demônio. São os aliados de Jack! Que chegam para salvar o samurai de sua execução.

Em uma batalha grandiosa, vemos todas as raças enfrentando Aku e atirando em seu corpo gigantesco. Aku começa a criar seu exército a partir dos próprios soldados rivais, transformando eles em sua cópia. O episódio começa a amarrar as pontas soltas deixadas durante a temporada. Jack luta contra Ashi enquanto a guerra está acontecendo, o querido amigo irlandês aparece para ajudá-lo e há finalmente o encontro entre os dois personagens. Após um embate entre um grande samurai de pedra controlado por robôs, Aku faz seu movimento final e cria uma chuva de estacas que caem do céu e arrebatam o exército dos amigos de Jack. Não vemos muito em cena, mas há o sentimento de que vários soldados foram mortos nesse ataque, levando embora diversos personagens conhecidos e que criamos afeição ao longo da série original.

Mas nem tudo está perdido, Jack finalmente traz Ashi de volta à si quando se declara para ela. Após tanto tempo, Jack finalmente revela seu amor por Ashi, que é tirada de seu estado dominado por Aku e retorna ao normal, graças ao amor do samurai. E por conta disso, Ashi descobre ao enfrentar Aku que ela detém os mesmos poderes de seu pai. Assim, a solução é usar da mesma magia que levou Jack ao futuro e levar os dois para o passado e finalmente acabar com a ameaça de Aku.

Ao voltar exatamente no mesmo minuto que Jack foi tragado pelo portal no início da série, Jack e Ashi acabam com o serviço deixado pela metade, destruindo o demônio de uma vez por todas. Em uma linda e clássica tomada que divide a imagem em vários quadros mostrando diversos ângulos da mesma cena, temos o derradeiro golpe do samurai, que mata Aku fincando a espada no último pedaço do vilão, trazendo paz e conclusão para a sua longa e dolorosa jornada.

Algumas palavras sobre o final: apesar de gostar e achar uma conclusão digna para a série (e aqui muito mais para as primeiras 4 temporadas do que necessariamente a construção feita nesta), penso que a conclusão acabou diluindo um pouco do impacto da temporada como um todo. Ao assistirmos os primeiros episódios desta nova leva, víamos não só um samurai mais maduro como também um mundo mais sombrio e sem esperanças. A narrativa estava sendo mais puxada para algo íntimo, construindo uma história de redenção para o samurai. Ao final temos uma conclusão um tanto plana e com quase nenhuma surpresa (falo mais disso daqui a pouco), construindo um final que se amarra mais com os temas e personagens da série original e que acaba deixando de lado o lado mais sério e adulto que tinha me interessado no início destes novos episódios. Um bom final? Sim, mas um tanto previsível.

Porém, o samurai não poderia ter tudo em sua vida e seu destino ainda tinha contas a serem pagas. A jornada de Jack e Ashi é deixada para os últimos minutos, com a paz restaurada no seu tempo de origem, o Samurai está pronto para ter uma vida feliz e próspera com sua amada. Porém, a paz tem um preço e Ashi não pode existir em um futuro onde Aku não vive mais. Sendo a maior e mais dolorosa prova do sucesso de ter extinguido o demônio da face da Terra, Ashi desaparece bem no momento da cerimônia de casamento, deixando um Jack desolado.

Em uma última cena, vemos Jack caminhando na neblina de uma floresta sombria. Sentando em uma árvore, há tristeza e solidão em sua face. O momento é interrompido por uma pequena joaninha, que pousa na mão de Jack. Ao vê-la, o samurai entende que, apesar de Ashi não estar mais presente seu sacrifício não tinha sido em vão. Olhando para o horizonte e avistando a floresta viva e próspera que teria sido destruída por Aku no futuro. O samurai tinha cumprido sua missão graças a Ashi e seus companheiros de batalha. Ele não se sentia mais como uma cerejeira no meio de uma floresta destruída.

Mesmo simples e um tanto previsível, o final de Samurai Jack nos dá a conclusão que queríamos desde o abrupto final da série original, concluindo a jornada do Samurai de forma digna e entrando para a história da animação como uma das séries mais interessantes e artísticas de todos os tempos. Resta saber o que Genndy Tartakovski e sua equipe podem fazer no futuro e contar histórias tão interessantes quanto a jornada de Jack.

Redação Bastidores

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