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Diretor de O Poço fala sobre a trama e as mensagens do filme

Durante a quarentena contra o coronavírus no Brasil, a Netflix emplacou mais um lançamento que viralizou na internet. Se trata do filme O Poço, longa espanhol adquirido pelo serviço de streaming no TIFF de 2019.

Trazendo uma mensagem social interessante vista sob uma metáfora bastante cruel, chocante e nojenta, o diretor Galder Gaztelu-Urrutia pode se orgulhar com o primeiro verdadeiro sucesso de sua seleta carreira.

Em entrevista ao portal iHorror durante a exibição do filme no Festival de Toronto, o diretor explicou qual era a sua intenção ao mostrar para o público os acontecimentos dentro da prisão/confinamento.

“[O filme] não se trata de mudar o mundo, mas de entender e colocar o espectador em vários níveis e ver como eles se comportariam em cada um deles. As pessoas são muito parecidas entre si. É muito importante onde você nasceu – em que país e qual família -, mas somos todos muito parecidos. Dependendo da situação na qual você se encontra, você vai pensar e se comportar de uma maneira diferente. Então, estamos provocando o público para entender os limites de sua própria solidariedade”, conta.

Questionado sobre a forte mensagem política dentro da narrativa, Urrutia deixa claro que não quer ensinar nada para ninguém. “O Poço quer colocar o espectador em uma posição que o faça pensar em como ele se comportaria em certas situações em relação ao que está acontecendo no mundo real. O que você faria estando nos primeiros e nos últimos níveis? Nós não julgamos, mas fazemos o questionamento e deixamos para o público a decisão”.

No filme, acompanhamos a jornada de Goreng, um homem que se confinou em uma cadeia vertical que funciona através de um experimento social bizarro. Segmentada por níveis, os prisioneiros recebem suas refeições através de uma única mesa que descende a cada novo andar inferior trazendo comida para todos os presos.

Mas para todos comerem, as pessoas dos níveis superiores precisam racionar a comida, algo que raramente acontece, gerando um verdadeiro caos social provocado pela fome devastadora que aflige qualquer pessoa abaixo do nível 50.

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Publicado por Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema seguindo o sonho de me tornar Diretor de Fotografia. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas.

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