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Lista | Os 5 Melhores Filmes de Brian De Palma

Brian De Palma é responsável pela direção de uma razoável quantidade de filmes obtiveram reconhecimento da parte da crítica e do público. Os Intocáveis, Missão: Impossível Vestida para Matar são alguns de seus maiores sucessos. Mas De Palma é um dos mais flexíveis, versáteis e habilidosos de sua geração: ele já conseguira entrar na lista dos maiores desde a década de 70, e permanece até hoje. Segue abaixo uma lista com suas cinco maiores obras e uma menção honrosa.

1 – Um Tiro na Noite (Blow Out, 1981)

Uma grande conspiração política envolve a investigação de um assassinato em que o técnico de som Jack Terry (John Travolta) assume papel primordial ao gravar, por um acaso, os sons do evento. A mais profunda e também palatável reflexão do cineasta sobre os EUA e sobre cinema, dissecando o fazer cinematográfico, seus processos e resultados, a imagem e o som, e das capacidades mágicas da obsessão e do acaso – a reverência máxima a Blow Up de Antonioni. A sequência final é um dos maiores momentos da carreira de De Palma.

2 – Femme Fatale (idem, 2002)

A última grande façanha que o diretor conseguiu adicionar a sua filmografia funciona por ora ser tão explícito em termos de gênero quanto pelas inversões que faz logo em seguida: um amálgama de noir  e exploitation que transita entre o melhor e o pior dos dois gêneros. Se por um lado Um Tiro na Noite só existe dentro da materialidade do cinema, Femme Fatale, como obra de sua época (o começo dos anos 2000 é um recanto precioso na filmografia de grandes cineastas, como Godard, Rohmer…), sinaliza a morte de um cinema, e o prosseguimento de outro. Um vigor que traz consigo décadas e décadas de aprendizado.

3 – Trágica Obsessão (Obsession, 1976)

Apesar dos conflitos com Paul Schrader na feitura do roteiro e do trabalho problemático com o ator principal, Cliff Robertson, De Palma conseguiu reimaginar Um Corpo que Cai de maneira única, inclusive para os padrões de seu cinema. Sem esquecer das contribuições essenciais do fotógrafo Vilmos Zsigmond e da trilha de  Bernard Herrmann. Menos popular, Trágica Obsessão ainda sim é um dos seus filmes mais palatáveis, que funciona com engenhos menos barrocos do que os observados na filmografia inteira do diretor.

4 – O Pagamento Final (Carlito’s Way, 1993)

Neste, um dos grandes filmes da década de 90, os caminhos seguidos anteriormente por De Palma se cruzam e traçam um caminho maduro para os seus personagens. Carlito (Al Paccino) é um ex-gangster saído da prisão e que pretende se afastar do universo do crime – algo que logo se mostra inatingível. A observação constante dos personagens e de suas ações é, em sua filmografia, uma das mais tocantes, atravessando espaços e mundos que Hollywood, de nove em cada dez casos, não sabe explorar.

5 – O Fantasma do Paraíso (Phantom of the Paradise, 1974)

Essa releitura do Fantasma da Ópera lembra imediatamente o cult Rocky Horror Picture Show. São ambos da mesma época (Rocky é oficialmente de ‘75). Mas a histeria é outra. Logo na primeira cena do musical, durante um show, vê-se ao fundo os backing vocals fumando um baseado enorme e atacando garotas da plateia. No compasso entre um universo musical colorido, cheio de paródias memoráveis, e esse tipo de ironias, O Fantasma do Paraíso é uma pérola que divide opiniões, mas é um marco da contracultura.

Menção honrosa:

Guerra Sem Cortes (Redacted, 2007)

Guerra Sem Cortes é um ponto fora da curva da carreira do diretor. Polêmico, mal distribuído e subestimado até por fãs do cineasta, Guerra Sem Cortes é o movimento mais alternativo e experimental da filmografia de De Palma. Usando da reencenação do cotidiano de soldados norte-americanos no Iraque até o trágico evento do estupro de uma garota de 15 anos, acompanha-se a história através de diversos suportes mecânicos (câmeras portáteis empunhadas pelos próprios soldados, câmeras de vigilância, o olhar de um documentário “francês” que toca Handel para dar gravidade às imagens, a tela do computador mostrando vídeos da Internet…). Sem surpresas ou intenções de conferir profundidades irreais (prioriza o hic et nunc) aos personagens, De Palma procura quantas mentiras cabem em 24 quadros por segundo. Engana-se quem encara Guerra Sem Cortes apenas como um filme found-footage: o que importa tanto não é a imagem, mas o seu uso.

Redação Bastidores

Publicado por Redação Bastidores

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Crítica | De Palma

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