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Ranking das temporadas de American Horror Story [ATUALIZADO]

É inegável dizer que cada uma das temporadas de American Horror Story tem sua dose de originalidade e se destaca das outras pela multiplicidade de temas. Entretanto, não se pode negar também que algumas iterações se saíram melhores que as outras, seja em termos narrativos, na construção de personagens ou na resolução dos arcos e subtramas. E entre altos e baixos, aqui está o ranking definitivo de todos os anos da antologia idealizada por Ryan Murphy – do pior ao melhor.

8. CULT (2017)

Cult usou e abusou das complicadas eleições presidenciais dos Estados Unidos, valendo-se do embate entre o medo e a lucidez para construir sua história. Apesar do ótimo começo, o qual retornava para o real significado do terror preconizado pela antologia, a narrativa se perdeu inúmeras vezes, com acontecimentos ao acaso e resoluções sem o menor sentido. Nem mesmo as atuações de Sarah PaulsonEvan Peters conseguiram se desvencilhar dos convencionalismos de gênero e de investidas canastronas risíveis. Talvez a única coisa que se salvou realmente foi a parca conexão com outras temporadas da antologia – que também poderia ser muito melhor explorada.

7. FREAKSHOW (2014)

Uma temporada que tinha tudo para ser a mais assustadora, comovente e emocionante de todo o panteão de terror idealizado por Murphy, mas que peca numa superssaturação de narrativas e a transforma em um compilado mal organizado de criaturas rechaçadas pela sociedade. Apesar do brilho de seu elenco protagonista, com ênfase nas atuações de Sarah PaulsonJessica Lange, a falta de originalidade nos preciosos momentos finais ofusca qualquer possibilidade de divertimento.

6. HOTEL (2015)

Hotel é uma temporada problemática, mas que trás seus momentos de glória. Configurando-se como a mais poética das temporadas, aqui todo o gore é transferido para relações de amor, vício e vingança entre todos os personagens que habitam os corredores claustrofóbicos do Hotel Cortez. Mais uma vez a quantidade absurda de subtramas emerge como o principal deslize, mas as referências fílmicas de clássicos do suspense merecem reconhecimento.

5. APOCALYPSE (2018)

O ambicioso cross-over de American Horror Story foi, no geral, interessante e envolvente. Funcionando mais como um spin-off para as questões não resolvidas da terceira temporada, Apocalypse se valeu muito dos flashbacks constantes, buscando explicar as pontas soltas apenas para, no último episódio, criar uma pífia batalha final entre o Anticristo e as poderosas bruxas. De qualquer forma, o horror e o suspense por vezes deram lugar a um humor além do necessário e um melodrama novelesco e incômodo. Entretanto, Sarah PaulsonEmma Roberts provaram uma versatilidade além do esperado e ainda serviram de base para uma incrível atuação de Cody FernBillie Lourd

4. MURDER HOUSE (2011)

A temporada que iniciou uma nova era dentro do gênero terror é, sem sombra de dúvida, perscrutada por uma ousadia própria de Murphy. Seus maneirismos são constantemente vistos na composição de cenas e na própria arquitetura das sequências, seja nos cortes bruscos, no excesso de câmera na mão e no uso de lentes grande-angular para fornecer uma perspectiva distorcida de um microcosmos à parte do mundo que conhecemos. Apesar da narrativa bem estruturada, a estética visual é estranha e desequilibrada em vários pontos, deixando-a levemente desbotada em comparação com as outras.

3. COVEN (2013)

A mitologia céltica e africana ganha uma nova roupagem com Coven, a qual se firma como uma das temporadas mais subestimadas por sua compreensão não ortodoxa de assuntos contemporâneos com pinceladas seculares. Trazendo temas como sororidade, traição e ambição para as telinhas, o terceiro ano de AHS cria personagens apaixonantes justamente por seus defeitos e por sua cegueira hierárquica frente àquilo que tudo representam – e dentro disso podemos citar a trindade real formada pelas incríveis interpretações de Lange, Angela BassettKathy Bates como arqui-inimigas históricas.

2. ROANOKE (2016)

Roanoke é um refresco para os olhos e para a alma. Resgatando e reinventando a decadência das estéticas do found footage e do mockumentary explorada exaustivamente pela indústria hollywoodiana, a narrativa em torno da família Miller e da colônia inglesa perdida que empresta o nome para o título, a temporada conversa diretamente com a ideia principal de Murphy quando este decidiu criar um macrocosmos do terror. Aqui, o que prevalece é a metalinguagem televisiva, entregando uma obra-prima contemporânea.

1. ASYLUM (2012)

Não é nenhuma surpresa que Asylum esteja em primeiro lugar nesta lista. A segunda temporada consegue unir presente e passado de uma forma incrível e inenarrável, tudo enquanto se aproveita da enervante atmosfera sombria do manicômio Briarcliff para trazer à tona temas pertinentes tanto para a época em que se passa – a década de 1950, pós II Guerra Mundial – quanto para a contemporaneidade. Paulson e Lily Rabe conseguem roubar a cena ao criarem um hibridismo de terror, sobrenatural e análise de gênero ao mesmo tempo em que são acompanhadas pelos tabus e pelos medos de cada uma das figuras que as cercam.

E aí? Concorda com nosso ranking? Não se esqueça de deixar seu comentário e confira a crítica completa de cada uma das temporadas aqui!

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Publicado por Thiago Nolla

Thiago Nolla faz um pouco de tudo: é ator, escritor, dançarino e faz audiovisual por ter uma paixão indescritível pela arte. É um inveterado fã de contos de fadas e histórias de suspense e tem como maiores inspirações a estética expressionista de Fritz Lang e a narrativa dinâmica de Aaron Sorkin. Um de seus maiores sonhos é interpretar o Gênio da Lâmpada de Aladdin no musical da Broadway.

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