logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | O Poderoso Chefinho

Guilherme Coral Guilherme Coral
In Catálogo, Cinema, Críticas•29 de março de 2017•6 Minutes

Um dos grandes e mais comuns receios de pais prestes a ter seu segundo filho é como o primogênito irá reagir à inevitável divisão da atenção com esse novo membro da família. Naturalmente que, quando o primeiro ainda é criança a situação se complica ainda mais, visto que não só ele precisa entender que o mundo não gira em torno de si, como começa a questionar sobre a origem dos bebês. O Poderoso Chefinho lida justamente com essas questões, trazendo mais uma leitura criativa sobre os diferentes aspectos de se ganhar um irmãozinho, algo que Cegonhas também trabalhara em 2016.

A história é narrada em off com um tom de flashback por Tim (com a voz adulta de Tobey Maguiree criança de Miles Bakshi) e nos conta sobre o grande acontecimento que mudou sua vida: quando seus pais tiveram outro filho. O protagonista nos conta que sua vida era perfeita, recebendo plena atenção de seus pais, que brincavam com ele constantemente, participando de suas grandes aventuras imaginárias. Evidente que ele enxergaria a chegada do bebê com relutância, especialmente por haver algo claramente estranho em relação a ele, que chega na casa de táxi, usando terno e com uma maleta. Tim precisa, então, se habituar à presença desse novo membro da família, enquanto descobre que ele conta com um plano envolvendo o trabalho de seus pais.

Um dos aspectos mais interessantes de O Poderoso Chefinho (péssimo título, já que o bebê é um empresário e não um gângster) é como a história pode não ser nada mais que parte da vívida imaginação do protagonista. De início presenciamos suas brincadeiras, com a animação em computação gráfica sendo substituída por uma mistura (ainda digital) de animação tradicional com a 3D, dando vida à sua explosão de criatividade, nos entregando as que certamente se configuram como as melhores sequências do longa-metragem. Isso, portanto, nos prepara para o que está por vir, dando a ideia de que toda a aventura e até mesmo o comportamento do pequeno irmão não passa da criativa percepção de Tim sobre a chegada do bebê. E, como deveria ser, em momento algum temos certeza desse fato, tornando a narrativa mais profunda.

Infelizmente, a profundidade de sua premissa morre no desenvolvimento do enredo, que assume um grande teor de previsibilidade. Somente de ouvir a sinopse do filme já sabemos de imediato um possível caminho que ele poderá seguir, claro, e chega a ser triste constatar que o roteiro se mantém exatamente nessa estrada, não nos entregando absolutamente nada de novo, à exceção de algumas gags envolvendo o comportamento do Boss Baby. A construção desse universo imaginário, no qual as crianças vem de uma fábrica, portanto, é desperdiçada, a favor da velha história que já cansamos de ver nos mais diversos filmes de inúmeros gêneros.

A animação em si também não nos oferece nada de novo, não representando nenhum grande avanço tecnológico, o que não chega a ser um defeito, apenas um fato. Afinal, a técnica já se aprimorou muito desde Toy Story (ou Cassiopeia) e, naturalmente, novos avanços se tornam cada vez mais difíceis, ainda que exista, sim, espaço para o crescimento, especialmente em relação à texturas líquidas. O trabalho dos animadores, portanto, cumpre seu papel aqui, transmitindo o grau de “fofura” necessário para que o público se encante com os bebês que vemos no longa, cuja inteligência nos remete imediatamente a Bebês Geniais.

O grande trunfo da obra é aquilo que já esperávamos: a voz de Alec Baldwin. Escalar o ator como dublador original do Boss Baby é simplesmente uma jogada magistral, garantindo o tom irônico perfeito em seus diálogos. O melhor é que Baldwin não tenta mascarar sua voz com um tom mais infantil e a emprega como ela é na realidade, o que certamente garante algumas boas risadas durante a obra. Infelizmente, o caminho previsível da trama diminui a ocorrência de ótimas situações como a da revelação sobre o bebê ser um empresário, sequência, a qual, é mostrada nos trailers. Dito isso, a narrativa assume um teor repetitivo, que rapidamente cansa o espectador.

O Poderoso Chefinho, portanto, é um daqueles clássicos exemplos de uma ótima e divertida premissa sendo transformada em um filme comum, que parece ter vindo direto de uma fábrica tamanha é a falta de ousadia do roteiro em inovar. Por mais que nos entregue alguns trechos bastante cômicos e outros que fazem um belo uso da criatividade de seu personagem principal, o filme acaba cansando, ganhando nada mais que apatia do espectador, que não mais consegue se envolver com a progressão do enredo. Uma verdadeira pena, já que Alec Baldwin como um mini-empresário usando fraldas, que cai no sono de vez em quando, contava com muito potencial.

O Poderoso Chefinho (Baby Boss, EUA – 2017)

Direção: Tom McGrath
Roteiro: Michael McCullers
Elenco (Voz) :  Alec Baldwin (Bebê), Lisa Kudrow (Mãe), Tobey Maguire (Velho Tim, Narrador), Jimmy Kimmel (Pai), Miles Christopher (Tim)
Gênero: Animação, Comédia, Família
Duração: 97 min

Mostrar menosContinuar lendo

Guilherme Coral

Refugiado de uma galáxia muito muito distante, caí neste planeta do setor 2814 por engano. Fui levado, graças à paixão por filmes ao ramo do Cinema e Audiovisual, onde atualmente me aventuro. Mas minha louca obsessão pelo entretenimento desta Terra não se limita à tela grande - literatura, séries, games são todos partes imprescindíveis do itinerário dessa longa viagem.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
Listas
5 Séries em destaque para ver na Netflix esta semana

5 Séries em destaque para ver na Netflix esta semana


by Patrícia Tiveron

Listas
As 3 melhores séries do Prime Video para maratonar este fim de semana

As 3 melhores séries do Prime Video para maratonar este fim de semana


by Patrícia Tiveron

Esportes
O leão rugiu no clássico: Vitória vence o Bahia por 2 a 1 e ganha fôlego contra o Z-4

O leão rugiu no clássico: Vitória vence o Bahia por 2 a 1 e ganha fôlego contra o Z-4


by Patrícia Tiveron

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}