Personagens com nomes e aparências inusitadas como “Bombardino Crocodilo” e “Ballerina Cappuccina”, acompanhados de músicas repetitivas e elementos visuais bizarros, tornaram-se uma febre entre as crianças nas plataformas TikTok e YouTube. Esses vídeos, frequentemente gerados por inteligência artificial, são parte de uma tendência conhecida como “brainrot” – termo que pode ser traduzido como “apodrecimento cerebral” – e têm despertado crescente preocupação em pais e especialistas sobre o impacto no desenvolvimento infantil.
O que é o “brainrot”? Entendendo a febre dos vídeos hipnóticos e bizarros
O fenômeno “brainrot” refere-se a conteúdos de consumo rápido, geralmente curtos, que se caracterizam pela falta de sentido aparente, repetição exaustiva de sons ou frases, e uma combinação de elementos visuais desconexos e, por vezes, perturbadores. Os personagens são frequentemente híbridos de humanos ou animais com objetos aleatórios, como frutas (Ananasini), xícaras (Ballerina Cappuccina) ou instrumentos musicais (Bombardino Crocodilo). Sons e bordões como “Brr Brr Patapim”, “Tung Tung Tung Sahur” e “Tralalero Tralala” viralizam rapidamente, fixando-se na mente das crianças.
Esses vídeos costumam surgir de forma orgânica e anônima, sem um criador ou propósito claro, e sua popularidade é impulsionada pela capacidade de prender a atenção do público infantil de maneira quase hipnótica. A facilidade e rapidez com que a inteligência artificial permite a criação desse tipo de material em massa é um dos fatores que contribuem para sua disseminação e levantam alertas.
Teorias sombrias e o alerta da Record TV: Mensagens subliminares e referências a Gaza?
Diante da natureza peculiar e do fascínio que esses vídeos exercem sobre as crianças, começaram a surgir especulações e teorias mais sombrias. Algumas delas sugerem que os vídeos poderiam ter o objetivo de inserir mensagens subliminares, onde a “bizarrice” e o ilógico são valorizados, potencialmente confundindo a percepção de realidade dos pequenos.
Recentemente, a Record TV repercutiu em seu jornalismo algumas dessas teorias, apontando que, embora os memes pareçam engraçados e tenham músicas cativantes, poderiam carregar mensagens problemáticas por trás, como a incitação à violência, xenofobia, racismo e até mesmo supostas referências codificadas aos bombardeios em Gaza. Segundo a reportagem, a origem de alguns desses memes seria a Itália.
Devemos nos preocupar? A discussão sobre o impacto do conteúdo gerado por IA
A questão central que se impõe é: até que ponto esses vídeos e memes são apenas uma forma de entretenimento passageiro e inofensivo, e a partir de que momento eles representam um risco real para as crianças? A ausência de um controle editorial claro sobre o conteúdo gerado por IA e a velocidade com que ele se espalha nas plataformas digitais são desafios significativos para pais e educadores.