João Guilherme Silva, de 21 anos, herdeiro do carisma e do nome de um dos maiores comunicadores do Brasil, Fausto Silva, abriu o jogo sobre os desafios que a fama impôs a seu pai e como ele próprio navega as águas da vida pública. Em uma conversa franca no podcast “Bagaceira Chique”, comandado por Luciana Gimenez, o jovem apresentador do “Programa do João” na Band também compartilhou um divertido percalço pessoal e suas visões sobre o cenário da comunicação atual.
O fardo da fama paterna: a reclusão de Faustão como aprendizado
Fausto Silva, aos 75 anos, construiu um legado de mais de três décadas à frente do “Domingão do Faustão”, um programa que se tornou uma instituição na televisão brasileira. Essa popularidade avassaladora, no entanto, teve um custo pessoal. Segundo João, lidar com o reconhecimento constante foi, por muito tempo, um grande desafio para o pai. “Para ele [Faustão], por muito tempo, foi muito difícil [ter que lidar com essa questão de ser uma pessoa famosa, de ser reconhecido]. Ele nunca foi muito de sair”, revelou o filho. Essa dificuldade em frequentar lugares públicos moldou uma postura mais reservada do veterano apresentador fora das telas, uma consequência direta de uma fama que o precede em qualquer ambiente.
A nova geração sob os holofotes: a filosofia de João Silva
Observando a experiência paterna, João Silva, que iniciou sua trajetória na TV ao lado de Faustão na Band antes de assumir seu próprio programa semanal, busca um equilíbrio diferente. “Eu não me importo com nada, eu faço tudo”, afirmou o jovem, contrastando com a postura mais reclusa do pai. Ele reconhece a necessidade de certas privações e cuidados: “Às vezes, você tem que se privar de algum lugar público para fazer uma coisa ou outra […] O que muda é você se preocupar um pouco de fazer coisas em público porque alguém pode tirar alguma foto ou algo desse tipo, só isso.” Apesar disso, garante: “De resto, não deixo de fazer (…). Não tô nem aí, vou fazendo o que gosto. Só tenho um pouco mais de cuidado.”
Essa abordagem mais despojada, contudo, não o isenta de imprevistos. João relembrou, entre risos, um episódio que ilustra bem sua filosofia de não se deixar abater. “Era aniversário do meu irmão e eu quebrei o dedão do pé. Fui jogar bola com amigos e ‘pum’, quebrei o dedo”, contou. Mesmo com muita dor e o pé inchado, ele não desmarcou um jantar romântico naquela mesma noite. “Juro, cara, eu fui ao jantar com o pé inchado. Tava de chinelo e meia, e toda hora eu ia no banheiro checar, sentia dor o tempo todo. Avisei ela e encerramos a noite. A situação não tava legal.” O encontro, infelizmente, não teve uma segunda chance. “Depois, não tive outra oportunidade com ela. Fui embora sozinho e no hospital tive que colocar aquelas botas e tal… Quebrei mesmo”, concluiu com bom humor.
Televisão e internet: a convergência na visão do jovem comunicador
Comandar o “Programa do João” na Band aos sábados permite a João Silva explorar diferentes facetas da comunicação. Ele enxerga um valor singular na televisão aberta: “A televisão aberta tem uma coisa incrível que é: você pode falar com pessoas de idades diferentes, falar com pessoas do Norte ao Sul… E tem a chancela também: se você viu na TV, você sabe que é verdade.” Para ele, mesmo com a força da internet, a TV mantém um status de credibilidade. “Aconteceu algo chocante, você pode até olhar na internet, mas a pessoa liga a TV pra ver. Uma coisa não exclui a outra.”
Em sua atração, que mistura entretenimento, música e entrevistas com uma linguagem jovem e dinâmica, João busca exatamente essa sinergia. “O que eu faço hoje no meu programa é unir os dois”, explicou, demonstrando uma visão contemporânea sobre o consumo de mídia e o papel do comunicador em um cenário multiplataforma.
