Com um carisma debochado, respostas ácidas e uma plateia que aplaude o caos, uma nova estrela surgiu nas redes sociais: Marisa Maiô. Ela é a apresentadora de um programa de auditório que, à primeira vista, parece saído da televisão dos anos 90, mas com um detalhe crucial: Marisa, seus convidados e todo o seu universo são criações de uma inteligência artificial generativa. O projeto, que já acumula milhões de visualizações, é a mais recente criação viral do ator e roteirista Raony Phillips.
e temos mais Maiô #ProgramaMarisaMaiô pic.twitter.com/1mAVCEvUH8
— Rao (@RaonyPhillips) June 5, 2025
O humor surreal e as respostas inesperadas do “Programa da Marisa”
O formato do programa de Marisa Maiô é uma paródia perfeita de um talk show clássico. Ela recebe convidados com dramas absurdos, conversa com repórteres e ouve “especialistas”, mas sempre com um tom sarcástico e respostas inesperadas que são o cerne do humor. Um dos momentos que viralizou exemplifica bem o tom: ao perguntar a uma médica o que fazer para acabar com as espinhas, a especialista de IA responde, com total seriedade: “É só parar de ter”. A reação da plateia, também gerada por IA, com gargalhadas e aplausos, completa a cena cômica e surreal.
Essa imprevisibilidade e o humor “quebrado”, típicos das criações de IA, são exatamente o que cativaram o público. No X (antigo Twitter) e no Instagram, os memes e recortes de Marisa Maiô se multiplicam, com usuários celebrando a nova “diva” da internet.
Raony Phillips: o criador por trás da máquina
Marisa Maiô é fruto da criatividade de Raony Phillips, um nome já conhecido por sua habilidade em usar ferramentas digitais para criar narrativas virais. Anos antes de Marisa, ele estourou com a websérie “Girls in The House”. Criada com o auxílio de modificações no jogo “The Sims”, a série que mostra o cotidiano de um grupo de bonecas de plástico tornou-se um fenômeno cult e demonstrou a capacidade de Raony de construir personagens e histórias cativantes com recursos inusitados.
Com Marisa Maiô, ele avança para uma nova fronteira tecnológica. O programa foi criado com o Veo 2, uma plataforma de geração de vídeos realistas do Google, antecessora do recém-lançado Veo 3. A ferramenta, parte do ecossistema Gemini, permite aos usuários criar vídeos curtos a partir de comandos de texto (prompts).
A tecnologia que dá vida a Marisa
O sucesso e a verossimilhança de Marisa Maiô se devem, em parte, à evolução da tecnologia de IA generativa. O Veo 3 já apresenta avanços notáveis em relação a modelos anteriores, com uma redução nas chamadas “alucinações de IA” – aqueles momentos em que a inteligência artificial cria imagens bizarras ou sem sentido. Há também uma melhoria visível na criação de partes do corpo humano, como mãos e rostos, o que confere mais credibilidade aos personagens.
Cada vídeo curto do programa é gerado a partir de prompts específicos criados por Raony, que funciona como o “diretor” e “roteirista” da inteligência artificial, guiando a criação das cenas e diálogos. O resultado é uma colaboração única entre a criatividade humana e a capacidade de processamento da máquina, resultando em um entretenimento que é, ao mesmo tempo, familiar e estranhamente novo. Marisa Maiô não é apenas um meme; ela é um vislumbre do futuro da criação de conteúdo.