O ator Johnny Depp, de 61 anos, fez uma nova e chocante revelação sobre sua infância conturbada, detalhando os abusos físicos que sofreu de sua mãe, Betty Sue. Em uma entrevista ao jornal britânico The Telegraph neste sábado (5), o astro de Hollywood não apenas descreveu a violência, mas, em uma reflexão paradoxal, afirmou ser grato pela experiência, pois ela o teria ensinado exatamente como não criar seus próprios filhos.
Na conversa, Depp, que é o caçula de quatro irmãos, descreveu a mãe, uma garçonete, como “violenta e imprevisível”. Ele lembrou como as agressões aconteciam. “Ela me batia com um pedaço de pau, um sapato, um cinzeiro, um telefone, não importava, cara”, detalhou o ator.
A lição de como “não criar filhos”
Apesar da dureza do relato, a conclusão de Depp sobre o trauma foi o que mais surpreendeu. “Mas eu agradeço a ela por isso”, declarou, para em seguida explicar seu raciocínio. “Ela me ensinou como não criar filhos. É só fazer exatamente o oposto do que ela fez.”
Essa lição, segundo ele, foi o que pautou sua própria jornada como pai. Depp pôde colocar o aprendizado em prática na criação de seus dois filhos, Lily-Rose Depp, de 26 anos, e Jack Depp, de 23, ambos frutos de seu longo relacionamento com a atriz e cantora francesa Vanessa Paradis, de quem se separou em 2012.
Uma relação complexa e contraditória
Esta não é a primeira vez que o astro de ‘Piratas do Caribe’ fala sobre o assunto. Em 2018, em uma entrevista à revista norte-americana Rolling Stone, ele já havia contado que a mãe também teve uma infância de abusos e desenvolveu um vício em drogas. Na mesma ocasião, descreveu o pai, o engenheiro John Depp, como “extremamente ausente”.
A relação de Depp com a mãe sempre foi complexa. Em 2016, logo após o funeral dela, ele chegou a fazer uma declaração ainda mais dura: “A minha mãe talvez tenha sido o pior ser-humano que conheci na minha vida”. A fala, no entanto, contrasta com o fato de que ele a levou como sua acompanhante em diversos eventos de Hollywood, inclusive na cerimônia do Oscar de 2004.
A nova declaração do ator adiciona mais uma camada de complexidade a essa história. Ao “agradecer” pela dor, ele parece ter encontrado uma forma de ressignificar o trauma, transformando as memórias de uma infância violenta em um guia para ser um pai melhor, quebrando um ciclo de abuso e buscando oferecer aos seus filhos a estabilidade e o carinho que ele mesmo não teve.