O cantor e compositor Gilberto Gil se pronunciou oficialmente sobre a morte de sua filha, a cantora Preta Gil, que faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, nos Estados Unidos. Em um comunicado divulgado em nome da família, o ícone da MPB confirmou a triste notícia e pediu privacidade e compreensão neste momento de luto.

“É com tristeza que informamos o falecimento de Preta Maria Gadelha Gil Moreira, em Nova Iorque, onde estamos neste momento cuidando dos procedimentos para sua repatriação ao Brasil”, inicia a nota. “Pedimos a compreensão de tantos queridos amigos, fãs e profissionais da imprensa enquanto atravessamos esse momento difícil em família. Assim que possível, divulgaremos informações sobre as despedidas”, conclui o comunicado.

Preta estava nos EUA para uma nova etapa de seu tratamento contra um câncer colorretal. Segundo sua assessoria, ela passou mal em uma ambulância a caminho do aeroporto, quando se preparava para retornar ao Brasil, foi levada de volta ao hospital, mas não resistiu.

Uma relação de amor, música e apoio

Gilberto Gil foi um dos maiores pilares de apoio para a filha durante os mais de dois anos de sua batalha contra o câncer. A conexão profunda entre os dois foi marcada por momentos públicos de grande emoção, que agora ganham o peso de uma despedida.

Em março deste ano, durante um show de sua turnê de despedida em Salvador, Gil se emocionou ao cantar “Drão”, canção que compôs para a mãe de Preta, Sandra Gadelha, em homenagem à filha, que assistia da plateia. No mês seguinte, em São Paulo, foi a vez de Preta subir ao palco de surpresa e cantar a mesma música para o pai, que não conseguiu conter as lágrimas. “Cantar essa música com você, pai, foi sentir na pele tudo o que vivemos: o amor, a música e a história que carregamos juntos”, escreveu ela sobre o momento.

“Cuidada pelo Brasil inteiro”

O apoio de Gil era incondicional, mas ele sempre reconheceu que a corrente de amor em torno da filha era imensa. “Estamos cuidando, embora ela seja cuidada pelo Brasil inteiro”, disse o cantor em uma entrevista no início do ano. “Ela tem o privilégio de ser querida por várias gerações, pelos mais novos, avós, pais”.

A última homenagem pública de Preta ao pai foi no aniversário de 83 anos de Gil, no final de junho. “Você é o meu tempo e o meu rei! Você me cura e me emociona, meu pai”, escreveu ela na ocasião. A troca de afeto constante entre os dois, sempre embalada pela música, é o retrato de uma relação de amor e admiração mútua que agora fica eternizada na memória da cultura brasileira.

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