O cinema mundial perdeu uma de suas últimas grandes estrelas da era de ouro. A atriz italiana Claudia Cardinale, ícone de beleza e talento que se tornou musa de mestres como Federico Fellini e Luchino Visconti, morreu nesta terça-feira (23), aos 87 anos. A agência de notícias italiana Ansa confirmou que ela faleceu em sua casa em Paris, na França, ao lado de seus filhos.

Com uma carreira que abrange mais de 100 filmes, Cardinale se consolidou como um dos rostos mais emblemáticos do cinema europeu dos anos 60 e 70, deixando um legado de performances inesquecíveis e uma imagem de força e independência.

Uma carreira com os maiores mestres do cinema

A filmografia de Claudia Cardinale é um verdadeiro tesouro do cinema do século XX. Ela foi a estrela de algumas das obras-primas mais importantes de seu tempo. Para o diretor Federico Fellini, ela foi a personificação da mulher ideal no clássico Oito e Meio (1963). Para Luchino Visconti, ela foi a estonteante Angélica em O Leopardo (1963). E para Sergio Leone, ela foi a inesquecível Jill McBain no épico do western spaghetti Era uma Vez no Oeste (1968).

Além dos mestres italianos, ela também brilhou em Hollywood, atuando em filmes como A Pantera Cor-de-Rosa (1963) e contracenando com os maiores astros da época, como Burt Lancaster, Henry Fonda e Alain Delon.

‘O legado de uma mulher livre e inspirada’

Além de seu talento inegável, Claudia Cardinale se tornou um símbolo de sua época. Em um comunicado, seu agente resumiu o impacto de sua persona: “Ela deixa-nos o legado de uma mulher livre e inspirada, tanto na sua trajetória como mulher, quanto como artista”. Sua voz rouca e seu espírito independente a diferenciavam de outras divas, criando uma imagem de autenticidade e força.

Da Tunísia para o estrelato mundial

Nascida na Tunísia em 15 de abril de 1938 como Claude Joséphine Rose Cardinale, de pais italianos, sua beleza a levou a vencer um concurso que lhe deu uma viagem ao Festival de Veneza. Lá, ela foi descoberta por produtores e, em pouco tempo, se tornou uma das maiores estrelas da Itália e do mundo.

Ao longo de sua carreira, ela foi amplamente premiada, recebendo os mais importantes prêmios do cinema italiano, como três troféus David di Donatello e três Nastri d’argento. Em 1993, ela foi homenageada no Festival de Veneza com um Leão de Ouro pela conjunto de sua obra, um reconhecimento à sua imensa contribuição para a sétima arte.

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