A lendária estrela de Arquivo X, Gillian Anderson, se manifestou sobre uma das polêmicas mais quentes e futuristas de Hollywood: o surgimento de “atrizes” geradas por Inteligência Artificial, como a recém-criada Tilly Norwood. Em uma nova entrevista, a atriz, que está prestes a estrear o filme Tron: Ares — cuja trama mergulha justamente na temática da IA —, expressou seus sentimentos mistos sobre o assunto, pedindo por um debate sério sobre “regulamentações e proteção”.

Com uma postura pragmática, Anderson se disse “empolgada” com o potencial da tecnologia para o bem, mas “nervosa” com a falta de limites, e brincou que, se os atores humanos se tornarem obsoletos, ela simplesmente “encontrará outra coisa para fazer”.

‘Empolgada’ com a ciência, ‘nervosa’ com a falta de regras

Em entrevista ao site Metro, Gillian Anderson achou irônico que a polêmica da atriz de IA tenha explodido justamente no lançamento de seu novo filme. “Está totalmente presente na atualidade — todas as questões discutidas neste filme e suas possíveis consequências”, refletiu.

Ela apresentou uma visão equilibrada, reconhecendo os dois lados da moeda. “Estou empolgada com o que a IA já fez e continua fazendo nos campos da ciência e da medicina”, explicou. “Mas também fico nervosa com isso, especialmente em relação à segurança, e espero que, em algum momento, os adultos dessa conversa passem a discutir seriamente sobre regulamentações e proteção.”

‘Espero que ainda haja desejo por seres humanos’

Questionada diretamente sobre a existência de Tilly Norwood, a “atriz” de IA que já está sendo agenciada em Hollywood, Anderson foi sincera. “Eu ainda não vi nenhuma imagem da Tilly, então não posso realmente comentar”, admitiu.

“Só posso esperar e imaginar que ainda haverá desejo por seres humanos como atores. E, se не houver… então eu encontrarei outra coisa para fazer!”, brincou a atriz, com resignação.

A polêmica de Tilly Norwood e a revolta do sindicato de atores

A “atriz” Tilly Norwood foi desenvolvida pela empresa Xicoia e seu surgimento gerou revolta em Hollywood. O SAG-AFTRA, sindicato dos atores norte-americanos, emitiu uma nota dura sobre o caso.

“Para deixar claro, ‘Tilly Norwood’ não é uma atriz, é uma personagem gerada por um programa de computador alimentado com base no trabalho de inúmeros artistas profissionais — sem permissão ou remuneração”, declarou o sindicato, que defende que “a criatividade é, e deve permanecer, centrada no ser humano”.

Os criadores de Tilly, por outro lado, a defendem como uma “nova ferramenta, um novo pincel”, comparando-a à animação ou ao CGI, e pedem que a tecnologia seja acolhida no mundo artístico.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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