Marc-Alexis Côté, o executivo que por quase duas décadas esteve à frente da franquia Assassin’s Creed, veio a público para contradizer a versão da Ubisoft sobre sua saída da empresa. Em uma declaração contundente em seu LinkedIn, ele afirmou que não pediu demissão, mas que foi “convidado a se afastar” pela gestão da companhia.

A declaração expõe uma divergência na narrativa dos fatos. Um e-mail interno da Ubisoft, enviado aos funcionários no início da semana, dava a entender que Côté havia optado por deixar a empresa após recusar um cargo de liderança na nova estrutura.

‘A verdade é simples: eu não fiz essa escolha’

Na publicação, Côté se dirigiu diretamente aos colegas e fãs que expressaram surpresa com sua “decisão” de deixar a franquia. “A verdade é simples: eu não fiz essa escolha. A Ubisoft decidiu transferir a liderança da franquia Assassin’s Creed para alguém mais próximo de sua nova estrutura organizacional”, escreveu o veterano da indústria.

Ele confirmou que uma outra posição lhe foi oferecida, mas que era um cargo inferior. “Uma posição diferente foi mencionada, mas não carregava o mesmo escopo, mandato ou continuidade com o trabalho que me foi confiado nos últimos anos.”

A versão da Ubisoft e a nova estrutura da empresa

A fala de Côté contradiz diretamente o comunicado interno enviado pelos co-CEOs da Vantage Studios, a nova subsidiária da Ubisoft (parcialmente detida pela Tencent) que agora supervisionará a franquia. No e-mail, eles afirmavam estar “decepcionados” com a decisão de Côté de sair e que ele “decidiu procurar seu próximo capítulo em outro lugar”.

A reestruturação e a criação da Vantage Studios parecem ser o pivô da mudança. Com a nova subsidiária no comando, a Ubisoft optou por realocar a liderança da franquia, efetivamente removendo Côté de seu posto.

‘Eu não abandonei o navio’, diz o ‘capitão’ de Assassin’s Creed

O executivo encerrou sua declaração com uma poderosa metáfora, reforçando seu compromisso com a equipe e a franquia até o último momento.

“Eu me via como o capitão do navio Assassin’s Creed, alguém que só sai quando todas as almas a bordo estão seguras. E foi exatamente o que fiz enquanto pude”, escreveu. “Mas também devo às minhas equipes, passadas e presentes, dizer isto claramente – eu не abandonei o navio. Fiquei no meu posto até que a Ubisoft me pediu para me afastar.”

Apesar do tom firme, ele afirmou não guardar ressentimentos, mas sentiu a necessidade de esclarecer os fatos em respeito à sua trajetória e à sua equipe.

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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