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Crítica | Brinquedo Assassino - Desmontando o Filme

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•24 de outubro de 2017•10 Minutes

Um dos clássicos entre os milhares – sem exageros nessa conta – de filmes de terror lançados na década de 80, Brinquedo Assassino prevaleceu em uma indústria efervescente e que trazia à tona um novo cenário do cinema mundial. Esse texto tratará, fundamentalmente, do contexto cinematográfico e da participação dessa obra dentro dessa nova lógica do cinema.

CONTEXTO CINEMATOGRÁFICO – TRANSIÇÃO ENTRE 80’s e 90’s

Marco definitivo do terror dos anos 80, Brinquedo Assassino viria a findar com chave de ouro sua década como representante de maior alcance de seu gênero. Sua posterior categorização e sucesso, principalmente na segunda parte dos anos 90, o tornaram um filme único, traçando através de sua própria obra – bem como de suas próprias limitações – algo que viria a definir uma das marcas que mais caracterizaram o cinema de terror do seu tempo.

Nem Mesmo o Terror Foge à Estética Cinematográfica dos Anos 80

O filme retrata, tanto na imagem quanto na narrativa, o cenário clássico do cinema norte-americano de sua época. Filmes como A Garota de Rosa Shocking (1986) ou Esqueceram de Mim (1990) são ideais para se ter uma ideia do que falamos, principalmente na questão estética do filme. Não só o figurino dos atores como as formas de diálogos estabelecidos – em rompantes momentâneos e trocas rápidas entre as cenas – demonstram um cenário do cinema americano do qual certamente o terror, como gênero, não se isola.

Um dos gêneros de maior sucesso no cinema dos anos 80, os clássicos filmes de terror compreendem um infinito mar de questões dentro de seu próprio gênero. Popularizado nas décadas que se seguiram, o terror dessa época fora determinante para uma indústria que viria a sofrer uma queda brusca no fim dos anos 90. Considerado símbolo desses filmes, a subcategoria “trash” também viria a definir e representar boa parte dessas produções.

Como representante de uma categoria que lançou centenas de filmes, incluindo várias sequências, o terror alienante deu ao cinema mundial, entre outros títulos, Sexta Feira 13 (1980), Evil Dead (1981) e filmes como Poltergeist – O Fenômeno (1982), escrito e produzido pelo todo poderoso Steven Spielberg ou A Hora do Pesadelo (1984) de Wes Craven.

Os filmes dessa década são reconhecidos hoje por um abandono, quase total, a uma proposta de cinema em que fosse presente uma lógica narrativa ou mesmo uma história bem desenvolvida. Embora essa crítica não possa ser reduzida somente aos filmes de terror, afinal os filmes de ação, o cargo chefe da indústria cinematográfica da década, também não fizessem nenhuma questão de desenvolver uma história concisa, fora no terror que essa lógica teria maior impacto em sua idealização como gênero.

Seja gênero ou subcategoria, o “trash” fora caracterizado assim por uma abrupta modificação na forma de se fazer o terror, tanto nos anos 80, quanto na década de 90, já com um traço mais sutil. Isso porque o terror passava a dinamizar menos e dialogar com outros gêneros que surgiam com força, algo que fica bem explicito com as comédias adolescentes Abracadabra (1993), As Bruxas de Salém (1996) ou Pânico (1996) – sendo esse último um dos principais símbolos de sua geração.

A Perda, O Abandono e o Ocasionalismo

Dirigido por Tom Holland, que já havia sido responsável por A Hora do Espanto (1985) dentro do gênero de terror, Chucky se inicia com aquela velha aura sombria, quase noir, dos filmes americanos da década de 80. Mas apesar de uma atmosfera bem high class, seu protagonista é personificado na figura um tanto caricata e insegura de Charles Lee Ray, dando um ar de vilão atrapalhado, bem próximo ao que se veria dois anos depois do lançamento de Boneco Assassino (1988) em Esqueceram de Mim (1990) nos personagens de Joe Pesci e Daniel Stern. Mas as coisas se perdem bastante na narrativa logo no inicio da história, quando Ray se torna o boneco assassino, em uma transição mal ambientada e que, ao que tudo indica, fora não só corpórea como também identitária.

A Transição Entre o Medo e a Segurança: Dois Estremos Mal Contextualizados

Embora estejamos falando de uma época do cinema onde os recursos gráficos e recortes indiscriminados nos filmes se faziam presentes como regra, a contextualização – por mais banal que pudesse ser – da transição de personalidade do seu protagonista transformou o filme a ponto de se perder a lógica, o sentido da trama. E coloco esse ponto como negativo, pois embora outros filmes do mesmo gênero abandonem qualquer interesse em fazer sentido, em Chucky certamente há uma tentativa que se perde no decorrer do filme.

Claro que um boneco não conseguiria transitar entre expressões faciais variadas – embora, de forma um tanto deprimente quanto bizarra, o filme tente fazer isso – com conotações de medo, confiança ou qualquer outro sentimento possível de ser visto em um semblante de um humano. Mas toda essa ideia é utilizada para reforçar a confiança transmitida através dos atos e diálogos do protagonista, que sofre uma abrupta fratura, tendo o sentido da sua noção de imortalidade atuado para constituir um dos fatores mais importantes da personalidade que viria a se formar.

A noção de que não seria punido transforma o receoso e mortal Charles Lee Ray não só em um boneco, mas em outro ser, dotado de confiança sem igual e intensificando ainda mais a aura aterrorizante do personagem. É claro que esse novo Ray é fruto de algum tipo de magia ancestral que o torna escravo de seu propósito como Chucky, e outro mar sem fim de questões poderiam influenciar a sua nova personalidade, mas há uma distância enorme entre suas contrapartes envolvidas na trama, sem dúvida alguma.

O fato é que a história que gira em torno de Ray se inicia e se finda no início da narrativa, pois essa falha em resgatar a predominância do personagem em seu enredo. E embora haja uma tentativa que acaba por complementar sua história, essa não destrincha o real significado da existência de Chucky, contestada nitidamente pelo semblante do próprio mentor de Ray, incrédulo com sua própria idealização.

Há muito pouco que amarre a história, que trabalha a relação de Chucky com Andy na primeira metade da trama, abandonando-a em seguida, sem uma contextualização convincente – e falhando, da mesma forma, ao tentar recriar o ar de suspense na trama. Essa falha de abordagem se dá também pela trama ter perdido muito tempo com o mistério de ser ou não o boneco assassino real, partindo desse questionamento para tornar-se o principal responsável pelos aterradores acontecimentos.

E essa própria noção se perde pelo diálogo estabelecido inicialmente trabalhar com Andy como a única figura alternativa possível por tal responsabilidade, tendo a própria trama desacreditado essa possibilidade em uma das dezenas de tropeções narrativos nos próprios pés. Nesse sentido Andy inicia como protagonista e, momentos depois, é totalmente excluído, bem como sua própria participação na história, que acaba trazendo de volta o personagem somente em seus momentos finais.

Falha total como trama, Chucky resiste com sua excessiva banalidade junto ao simbolismo de seu próprio personagem, o boneco assassino, que embora bem utilizado em ocasiões pontuais da história, destaca-se como elemento principal, mesmo não tendo seu potencial desenvolvido. Esse parêntese criativo limita e, ao mesmo tempo, torna o filme um ícone de seu próprio gênero.

Texto escrito por João Sampaio.

Brinquedo Assassino (Child’s Play, EUA – 1988)

Direção: Tom Holland
Roteiro: Don Mancini, John Lafia, Tom Holland
Elenco: Catherine Hicks, Chris Sarandon, Alex Vincent, Jack Colvin, Neil Giuntoli
Gênero: Terror, Thriller
Duração: 127 min

Redação Bastidores

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