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Crítica | Shazam! - O lado divertido da DC

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•26 de março de 2019•9 Minutes

Que montanha russa maluca e imprevisível tem sido o universo da DC nos cinemas. Começando de forma soturna e pseudo-filosófica com a visão do cineasta Zack Snyder em O Homem de Aço e Batman vs Superman: A Origem da Justiça, o chamado DCEU se viu dandos curvas para caminhos com mais leveza, obtendo resultados agridoces com Esquadrão Suicida e Liga da Justiça, mas também acertos genuínos e bem sucedidos financeiramente com os filmes solo de Mulher-Maravilha e Aquaman. 

O filme com Jason Momoa, inclusive, marca uma importante transição na gestão da DC na Warner Bros. Peter Safran, da New Line Cinema, passa a supervisionar alguns dos projetos da editora nos cinemas, apostando no talento de cineastas comprovados no terror; uma escola bem administrada por nomes como Sam Raimi, Peter Jackson e James Cameron, que iniciaram suas carreiras com o cinema de medo e evoluíram para tornarem-se visionários do cinema espetáculo. Deu certo com James Wan em Aquaman, e o raio acerta um ponto similar com David F. Sandberg e seu divertido Shazam!, que coloca a DC de vez no caminho da leveza. 

A trama nos apresenta ao garoto Billy Batson (Asher Angel), que passou sua infância fugindo de diferentes lares adotivos para procurar sua mãe biológica, de quem se perdeu há anos atrás. Enquanto se adapta à nova família ao lado de seu amigo Freddy (Jack Dylan Grazer), Billy é escolhido por um mago misterioso (Djimon Hounsou) que lhe confere seus poderes místicos, dando-lhe a forma super-heroica de Shazam (Zachary Levi). Curtindo seus poderes como todo garoto de 14 anos no corpo de um herói faria, ele precisa dominar suas habilidades para enfrentar o sinistro Doutor Sivana (Mark Strong). 

Diversão realmente parece ser a chave da nova fase da DC nos cinemas. Aquaman já deslumbrava por resgatar a épica aventura matinê, e agora o filme de David F. Sandberg parece voltar o olhar para produções mais saudosas do gênero de heróis, particularmente o Homem-Aranha de Sam Raimi e até mesmo o Superman de Richard Donner. Mais o que isso, Sandberg confirmou inúmeras vezes que Quero Ser Grande, comédia em que um garoto se transforma num adulto com as feições de Tom Hanks, confirmando outra das intenções do projeto: ser um filme que facilmente encontraríamos na Sessão da Tarde, e isso de forma alguma significa algo negativo, muito pelo contrário.

O roteiro de Henry Gayden é muito feliz e esperto em suas brincadeiras com o gênero de super-herói, principalmente por fazer do personagem de Freddy um aficcionado por outros personagens da DC, garantindo boas referências visuais e verbais. As sequências que envolvem Freddy e Billy tentando descobrir e testar os poderes de Shazam são verdadeiras pérolas, chegando a evocar até mesmo a metalinguagem satírica de Kick-Ass: Quebrando Tudo, ao passo em que clichês são abraçados e subvertidos para virarem boas piadas. É a diferença entre o humor de Shazam! com outras produções da Marvel Studios, por exemplo: o filme da DC é uma comédia assumida desde sua concepção, o que ajuda a não tornar a aparição de piadas e interjeições cômicas como meramente intensivas, caso de boa parte das obras da Casa das Ideias.

Porém o humor não é o ponto alto do filme, mas sim seu genuíno coração. As cenas com Billy e os diferentes personagens do núcleo da família adotiva são de uma leveza admirável, e garantem a construção de um ambiente seguro e de uma relação de personagens palpável, e que definitivamente se mostram valiosos durante sequências de ação no terceiro ato. Gayden só falha na subtrama envolvendo a busca de Billy por sua mãe, especialmente na resolução anticlimática que acaba empalidecendo diante da força da narrativa com os novos colegas do protagonista; ainda que tal linha seja um bom paralelo com o arco do antagonista Thaddeus Sivana.

Quando chegamos à direção, David F. Sandberg continua comprovando que cineastas de terror têm vozes valiosas em gêneros épicos. Ainda que Shazam! não se proponha a ser um filme grandioso como Aquaman, o diretor de Quando as Luzes se Apagam e Annabelle 2: A Criação do Mal se mostra imaginativo e dinâmico em sua forma de capturar a ação. O plano em que Shazam e Sivana voam juntos, com a câmera sempre centralizada nos dois, é um exemplo de como se tornar uma ação tão mundana em filmes de super-heróis algo novo e interessante do ponto de vista visual. Sandberg definitivamente não é dos melhores no quesito de efeitos CGI, como evidenciam os fracos coadjuvantes conhecidos como Sete Pecados Capitais (ainda que tragam um design fantástico), mas sabe como tornar o uso de poderes – e o maravilhamento destes – sempre estimulante.

Sandberg, assim como Wan e Raimi, ainda é bem eficiente em trazer seu passado do terror para o longa. Duas sequências envolvendo o Doutor Sivana são consideravelmente assustadoras na concepção visual das criaturas e os efeitos de seus poderes, e prólogo que narra a infância de Sivana – ainda que não exatamente assustador – impressiona por criar uma atmosfera que mescla fantasia com tensão, quase remetendo a um bom John Carpenter; Os Aventureiros do Bairro Proibido, em particular. O trabalho só torna-se um pouco mais desinteressante no terceiro ato, onde vemos que Sandberg só pode ser “tão grande” até certo ponto, mas nada que prejudique o resultado final.

Grande força de Shazam! reside também em seu perfeito elenco. Zachary Levi mastiga o cenário em uma performance explosivamente carismática como o herói titular, fazendo um paralelo certeiro com a performance de Asher Angel, que também mostra-se um jovem talentoso e capaz de lidar com diferentes emoções. Jack Dylan Grazer acaba ganhando um bom destaque por oferecer uma variação diferente desse tipo de personagem, alternando entre alívio cômico e figura complexa de forma admirável, enquanto Mark Strong demonstra imponente presença como o ameaçador Sivana – sendo eficaz em exibir as vulnerabilidades de sua figura inegavelmente trágica. 

Grace Fulton, Marta Milans, Cooper Andrews, Ian Chen, Jovan Armand e principalmente a pequena Faithe Herman também garantem ótimas cenas no núcleo da família adotiva, e mal posso esperar para ver aonde potenciais continuações poderiam levar esses personagens. Repetindo, a interação desses personagens talvez seja a arma secreta do filme.

Shazam! é uma aventura leve e descompromissada, sendo tão eficiente em sua proposta de fazer rir quanto em sua mensagem profunda e surpreendentemente emocional. Zachary Levi se revela uma força da natureza em uma performance cheia de carisma, enquanto David F. Sandberg recupera a emoção e senso de diversão que encontram-se cada vez mais raros no gênero. 

Shazam! (EUA, 2019)

Direção: David F. Sandberg
Roteiro: Henry Gayden, baseado nos personagens da DC
Elenco: Zachary Levi, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Mark Strong, Djimon Hounsou, Grace Fulton, Marta Milans, Cooper Andrews, Faithe Herman, Ian Chen, Jovan Armand, Natalia Safran
Gênero: Aventura, Comédia
Duração: 132 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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