Atriz relembra transformação para viver Camila em “Laços de Família” e diz que se viu com mais força e autenticidade ao perder os cabelos

Raspar a cabeça mudou sua relação com a própria imagem

Ao recordar a emblemática cena em que raspou os cabelos para viver Camila, jovem diagnosticada com leucemia na novela Laços de Família (2000), Carolina Dieckmann emocionou ao revelar que foi justamente naquele momento de vulnerabilidade que se sentiu bonita pela primeira vez. Em entrevista à revista Quem, a atriz refletiu sobre os padrões estéticos e contou como esse marco pessoal redefiniu sua autoestima.

“Quando fiquei careca, vi meu rosto de outro jeito. Achei ele mais forte, mais expressivo”, declarou. Para ela, a beleza que sempre foi atribuída à sua imagem — loira, de olhos claros, com nariz arrebitado — parecia rasa. “Achava uma beleza boba. Eu mesma tinha um certo preconceito com esse estereótipo. Quando perdi o cabelo, passei a me achar interessante”, afirmou.

Transformações físicas e julgamento público

Dieckmann ressaltou que encarar transformações físicas intensas para seus personagens — como a própria raspagem ou o emagrecimento recente — pode gerar grandes expectativas no público, o que frequentemente leva a críticas ou frustrações. Ainda assim, a atriz encara essas mudanças com tranquilidade: “As pessoas choravam quando me viam careca, se emocionavam. E eu descobri que beleza também pode vir da dor, da força”, refletiu.

A artista também comentou sobre os comentários que recebeu nas redes sociais após perder peso para um novo trabalho. Apesar da onda de críticas, ela garante que não se abala: “De verdade, não fico nem um pouco chateada. As pessoas não deveriam opinar sobre o corpo dos outros”, pontuou.

A paz interna acima das expectativas externas

Carolina ainda destacou que, para ela, o mais importante é estar em paz consigo mesma, independentemente da opinião alheia. “Acho que estou ótima. Quem tem que achar isso sou eu. Não dá para se deixar abalar por cada comentário”, concluiu.

A fala de Dieckmann reforça a necessidade de repensar os padrões impostos pela sociedade e o quanto uma transformação física, mesmo provocada por um papel, pode ser catalisadora de autoconhecimento e aceitação.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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