Preta Gil morreu a caminho do aeroporto para voltar ao Brasil, diz assessoria

Velório de Preta Gil será no Theatro Municipal do Rio, atendendo a um desejo da cantora

A despedida da cantora Preta Gil acontecerá em um dos palcos mais icônicos da cultura brasileira. O Governo do Estado do Rio de Janeiro confirmou que o velório da artista, que morreu neste domingo (20), aos 50 anos, será realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A escolha do local, segundo informações da imprensa, atende a um desejo expresso pela própria cantora.

A data e o horário da cerimônia, no entanto, ainda não foram definidos. A família aguarda a conclusão dos procedimentos de traslado do corpo de Preta, que faleceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde realizava um tratamento contra o câncer. O processo de repatriação envolve custos e uma burocracia que podem levar alguns dias.

Uma despedida em um palco icônico

A escolha do Theatro Municipal para o velório é um reconhecimento da importância de Preta Gil como uma grande figura da cultura nacional. O local, um dos mais nobres e tradicionais do Rio de Janeiro, historicamente recebe as despedidas de grandes personalidades das artes. O governador do Rio, Claudio Castro, além de disponibilizar o espaço, também se prontificou a reforçar a segurança no entorno do teatro, prevendo a grande comoção e o comparecimento de fãs que desejarão prestar uma última homenagem.

Luto oficial e o legado de "representatividade"

Em reconhecimento à contribuição da artista para a cultura do estado e do país, o Governo do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias pela morte de Preta Gil. Em nota, o governo a descreveu como um "símbolo de representatividade na cultura brasileira".

"A voz da artista ecoou em causas sociais importantes, sempre com autenticidade, deixando um legado de alegria e representatividade", diz um trecho do comunicado oficial.

A espera pela última homenagem

Enquanto a família cuida dos trâmites para trazer o corpo de Preta Gil de volta ao Brasil, amigos e a legião de fãs que a artista conquistou ao longo de mais de 20 anos de carreira aguardam as informações sobre o velório para a última despedida. A cerimônia no Theatro Municipal promete ser um momento de grande emoção, celebrando a vida de uma artista que, até em sua partida, reafirma seu lugar entre os grandes nomes da cultura brasileira.


Edu Guedes revela conversa sobre herança com a filha e celebra: não precisará de quimioterapia

Edu Guedes revela conversa sobre herança com a filha e celebra: não precisará de quimioterapia

O apresentador Edu Guedes, de 51 anos, deu uma entrevista emocionante ao programa Domingo Espetacular, da Record TV, na qual abriu o coração sobre os momentos que antecederam sua cirurgia para a retirada de um câncer no pâncreas. Ele revelou que teve "uma das conversas mais duras da vida" com a filha, Maria Eduarda, de 16 anos, sobre a herança da família. Na mesma conversa, o chef celebrou a ótima notícia que recebeu dos médicos: ele não precisará passar por quimioterapia ou radioterapia.

Recuperando-se em casa após a cirurgia de alta complexidade, Edu Guedes se emocionou ao relembrar o medo que sentiu antes do procedimento e o alívio que veio depois.

"Uma das conversas mais duras da minha vida"

O apresentador contou que, diante da gravidade da cirurgia, sentiu que precisava preparar a filha para a pior das hipóteses. "Foi uma das conversas mais duras da minha vida. Tive que explicar sobre os bens, as empresas e como conduzir a vida caso acontecesse algo", disse ele, descrevendo o peso de abordar um assunto tão delicado com a adolescente.

O sentimento de incerteza deu lugar a um alívio profundo assim que ele acordou da cirurgia. "Quando eu abri o olho depois de tudo, e voltei da cirurgia, fui me acalmando de uma série de coisas. Nessa hora você só sabe que saiu, mas você ainda não sabe como vai voltar", relembrou sobre a sensação de ter uma nova chance.

A boa notícia: sem quimioterapia ou radioterapia

A melhor notícia, no entanto, veio nos dias seguintes. Edu Guedes confirmou na entrevista as informações que já circulavam na imprensa: seu quadro é considerado em remissão, e ele não precisará de tratamentos complementares, como quimioterapia ou radioterapia.

"Edu Guedes terá de fazer algumas mudanças na sua rotina e dieta específica, mas não precisará de radioterapia nem quimioterapia", informou também sua assessoria de imprensa em comunicado. A recuperação agora envolverá apenas exames de acompanhamento a cada três meses e a prática de exercícios físicos. Os médicos, no entanto, ressaltam que a cura definitiva só é declarada após cinco anos sem a doença.

O diagnóstico de câncer no pâncreas de Edu foi uma descoberta inesperada, que ocorreu durante exames após uma cirurgia de emergência para a retirada de pedras nos rins. O relato corajoso e otimista do apresentador tem comovido o público, que segue enviando mensagens de apoio e carinho para sua plena recuperação.


Jimmy Hunt, ator mirim de 'Invasores de Marte' e 'Doze é Demais', morre aos 85 anos

Jimmy Hunt, ator mirim de 'Invasores de Marte' e 'Doze é Demais', morre aos 85 anos

Jimmy Hunt, o carismático ator mirim sardento que estrelou mais de 30 filmes na era de ouro de Hollywood, incluindo o clássico cult de ficção científica Invasores de Marte (1953) e a comédia familiar Doze é Demais (1950), morreu na última sexta-feira (18), aos 85 anos. A informação foi confirmada por sua nora, Alisa Hunt, ao The Hollywood Reporter. Ele faleceu em um hospital em Simi Valley, Califórnia, seis semanas após sofrer um ataque cardíaco.

Com uma carreira curta, mas extremamente prolífica, Hunt decidiu se aposentar da atuação aos 14 anos, no auge de sua fama, para viver uma vida normal.

Uma carreira prolífica na era de ouro de Hollywood

Nascido em Los Angeles em 1939, James "Jimmy" Hunt foi descoberto aos seis anos por um olheiro da MGM, que visitou sua turma da segunda série em uma escola a poucos quarteirões do estúdio. Seu primeiro papel foi em High Barbaree (1947). Sob contrato com a MGM, ele atuou em dezenas de filmes em um curto período, contracenando com algumas das maiores estrelas da época, que interpretaram seus pais nas telas, como Ronald Reagan, Claudette Colbert e Patricia Neal.

Ele estudou na famosa "Little Red Schoolhouse" da MGM, onde teve como colegas de classe outras estrelas mirins, como Roddy McDowall e Elizabeth Taylor. Seus papéis mais marcantes foram como um dos 12 filhos da família Gilbreth em Doze é Demais e, principalmente, como o garoto David MacLean em Invasores de Marte, filme no qual ele testemunha a chegada de um disco voador em seu quintal.

O peso do profissionalismo e a decisão de se aposentar

Apesar do sucesso, a pressão da indústria pesou sobre o jovem ator. Em entrevistas posteriores, Hunt revelou por que decidiu abandonar a carreira tão cedo. "Quanto mais velho eu ficava, mais sério eu me tornava em relação a acertar uma cena na primeira tomada", disse ele. "Atores adultos faziam piadas quando erravam suas falas. Crianças simplesmente se sentiam idiotas quando a culpa era delas. Então, atuar se tornou cada vez mais difícil para mim."

Aos 14 anos, ele tomou uma decisão incomum para uma estrela de sua magnitude: "Decidi que preferia praticar esportes no ensino médio a fazer filmes, então me aposentei", explicou.

A vida após Hollywood

Após deixar a carreira de ator, Jimmy Hunt viveu uma vida plena e diversificada. Ele cursou a faculdade, serviu por três anos no Exército dos EUA, onde trabalhou como decifrador de códigos, e mais tarde se tornou gerente de vendas em uma empresa de suprimentos industriais.

Ele fez um único e breve retorno às telas em 1986, com uma participação especial no remake de Invasores de Marte, dirigido por Tobe Hooper. No filme, ele interpreta um chefe de polícia que, ao chegar perto do local da invasão, diz a icônica frase: "Não venho aqui há 40 anos".

Hunt deixa sua esposa há mais de 60 anos, Roswitha, a quem conheceu enquanto servia no Exército na Alemanha, além de dois filhos, uma irmã, nove netos e seis bisnetos. Sua história é a de um astro mirim que escolheu seu próprio caminho, trocando o glamour de Hollywood por uma vida tranquila, mas sem nunca deixar de ser lembrado com carinho pelos fãs do cinema clássico.


Seis anos antes de exibir Bianca Censori no Grammy, Kanye West criticava a ex, Kim Kardashian, por look revelador

50 Cent volta a atacar Kanye West e Bianca Censori por roupas da arquiteta

O rapper 50 Cent usou suas redes sociais para disparar mais um ataque ácido contra seu rival de longa data, Kanye West (Ye), e a esposa dele, a arquiteta Bianca Censori. Em uma nova publicação, o autor do hit "In da Club" compartilhou uma foto em que o casal aparece com looks contrastantes — ele totalmente coberto e ela seminua — e usou uma legenda vulgar para zombar dos dois, comparando Kanye a um cafetão.

A foto em questão foi tirada em Nova York no final de junho e mostra Ye com um moletom largo da Umbro, enquanto Bianca caminha atrás dele vestindo apenas um sutiã e uma calcinha fio-dental. Na legenda, 50 Cent escreveu: "P*rra, a calçada é para o 'Pimpin' [cafetão, em gíria]. Agora você vai lá na rua e marca um encontro", em uma clara insinuação de que Kanye estaria explorando a imagem da esposa.

A rivalidade e o estopim do julgamento de P. Diddy

Este não é um ataque isolado. A rivalidade entre 50 Cent e Kanye West, que já dura quase duas décadas, foi reacesa no mês passado, após Ye comparecer ao julgamento de Sean "P. Diddy" Combs, em um gesto visto como apoio ao produtor acusado de tráfico sexual. 50 Cent, que tem sido um crítico ferrenho de Diddy, não gostou da atitude de Kanye.

Horas após a aparição de Ye no tribunal, 50 Cent postou imagens geradas por IA de si mesmo com uma roupa branca semelhante à do rival e escreveu: "Estamos usando branco em homenagem aos malucos. Droga, Ye, você deveria ter trazido sua esposa safada com aquela roupa do Grammy!", referindo-se a um vestido transparente usado por Bianca na premiação.

A polêmica fashion de Bianca Censori

Desde que se casou com Kanye West, Bianca Censori se tornou uma figura constante nos tabloides por seus looks extremamente reveladores e, por vezes, bizarros. A especulação geral é de que o próprio rapper é quem desenha e escolhe as roupas da esposa, usando-a como uma espécie de "musa" para suas experimentações de moda.

O post de 50 Cent gerou uma avalanche de comentários. Enquanto alguns acharam a legenda "hilária", muitos outros criticaram a dinâmica do casal. "Ele completamente vestido enquanto ela está completamente nua nunca me cai bem", escreveu um usuário, em um comentário que resume a percepção de muitos sobre a relação.

Apesar de Kanye ter "confirmado" uma separação meses atrás, ele e Bianca continuam a ser vistos juntos publicamente, alimentando a confusão sobre o status do relacionamento e as polêmicas que o cercam. Enquanto os rappers trocam farpas, é Bianca quem frequentemente se torna o alvo principal dos comentários depreciativos na internet.


Gwyneth Paltrow chamou homens de 'canalhas traidores' após fim com Ben Affleck, diz biografia

Gwyneth Paltrow chamou homens de 'canalhas traidores' após fim com Ben Affleck, diz biografia

Uma nova biografia sobre a atriz Gwyneth Paltrow, vencedora do Oscar, está trazendo à tona detalhes de seu conturbado relacionamento com o ator Ben Affleck no final dos anos 90. A obra, intitulada ‘Gwyneth: The Biography’, revela que o término deixou a atriz com uma profunda desconfiança em relação aos homens, a ponto de ela desabafar na época, dizendo: "Eu amo os homens, embora eles sejam canalhas traidores e mentirosos".

O livro, escrito por Amy Odell, explora a relação que começou em 1997, logo após o fim do noivado de Paltrow com Brad Pitt, e que durou, entre idas e vindas, até outubro de 2000. Durante o romance, os dois contracenaram juntos nos filmes Shakespeare Apaixonado (1998) — que rendeu o Oscar de Melhor Atriz a Gwyneth — e Mais que o Acaso (2000).

O romance e os "impulsos autodestrutivos" de Affleck

Segundo trechos da biografia, compartilhados pelo site CheatSheet, o relacionamento foi marcado pelos problemas pessoais que Ben Affleck enfrentava na época. "Affleck estava lutando contra o alcoolismo e um vício em jogos de azar na época em que conheceu Gwyneth, que se sentiu atraída pela sua inteligência", diz a obra.

O livro relata ainda que os amigos da atriz tinham ressalvas quanto ao namoro, pois sentiam que ele "nem sempre correspondia ao carinho dela". Em alguns momentos, ele "parecia mais interessado em jogar videogame com os amigos do que estar com Gwyneth".

A biografia sugere que a "química física" do casal não foi suficiente para superar os "impulsos autodestrutivos" de Affleck, que, segundo o livro, "podem até ter incluído traição", o que teria sido o estopim para o fim definitivo da relação.

A desconfiança e o desabafo

Foi após esse término conturbado que Paltrow teria feito a dura declaração sobre os homens serem "canalhas traidores e mentirosos", uma fala que, segundo a biógrafa, expôs os traumas e a desconfiança que o relacionamento deixou na atriz.

Após o romance com Affleck, Gwyneth Paltrow se casou com o músico Chris Martin, vocalista do Coldplay, em 2003, com quem teve dois filhos. Eles se separaram em 2016. Desde 2018, ela é casada com o produtor Brad Falchuk. Ben Affleck, por sua vez, foi casado com a atriz Jennifer Garner, com quem teve três filhos, e, mais recentemente, com a cantora Jennifer Lopez. A nova biografia oferece um vislumbre dos bastidores de um dos casais mais famosos de Hollywood no final do século XX e das cicatrizes que a relação deixou em uma de suas maiores estrelas.


Carolina Dieckmann revela ter passado os últimos 4 dias com Preta Gil em NY: 'O maior presente'

Carolina Dieckmann revela ter passado os últimos 4 dias com Preta Gil em NY: 'O maior presente'

A atriz Carolina Dieckmann, uma das melhores amigas de Preta Gil, publicou uma despedida devastadora para a cantora, que morreu neste domingo (20), aos 50 anos. Em um texto emocionante, a atriz revelou que, ao saber da piora no estado de saúde da amiga, viajou para Nova York e passou os últimos quatro dias de vida ao lado dela. "Estar tão perto, com você... Foi o maior presente do mundo", escreveu.

A homenagem foi escrita enquanto Carolina estava no aeroporto, se preparando para voltar ao Brasil. "Eu não sei o que dizer... Estou sozinha no aeroporto, indo embora sem você", iniciou a atriz, em um relato que comoveu a internet. "Nossa conexão me chamou... E eu vim. Eu ainda tô aqui, Preta. Eu vim, eu vim".

"Vou morrer de saudade, mas vou viver com você aqui dentro"

Em seu desabafo, Carolina exaltou a força da amiga em sua luta contra o câncer e falou sobre a dor da perda. "Descansa, meu amor. Como você lutou...", escreveu. "Vai ser muito difícil, mas é uma benção o tempo que tivemos... E nosso amor é muito maior. Vou morrer de saudade; mas vou viver com você aqui, dentro!!!".

Ela finalizou a homenagem com o que considera o maior legado deixado por Preta Gil. "Amores, obrigada pelas mensagens. Digam 'eu te amo' a quem vocês amam... Essa é a lição. Esse é o legado. Isso é @pretagil".

Uma amizade que era "casa"

A morte de Preta Gil aconteceu em uma data de grande simbolismo: 20 de julho, o Dia do Amigo. Mais cedo, antes da notícia do falecimento, Carolina Dieckmann já havia publicado uma homenagem à amiga pela data. Em um post com uma foto das duas abraçadas, ela descreveu a profundidade da amizade.

"A amizade em uma imagem... você vê duas pessoas, mas na verdade é uma casa, e eu moro aqui", escreveu a atriz. "Preta é meu colo e quem também é a dona do meu. Preta é a tradução mais bonita disso; e a nossa irmandade é transbordamento. Juntas, hoje muito, e sempre, sempre, até além. Te amo".

A corrente de amor dos amigos

Outro amigo inseparável de Preta, o apresentador Gominho, também usou a data para se declarar. "Ela não é só minha amiga. Ela é minha mãe, irmã, família e inspiração pra toda uma vida! Viver com @pretagil é andar com um clarão de luz que ilumina o mundo!", escreveu.

As homenagens do círculo de amigos mais próximo da cantora pintam o retrato de uma mulher amada, que viveu cercada de afeto até seus últimos momentos. A atitude de Carolina Dieckmann, de largar tudo para estar ao lado da amiga em seus últimos dias, é a prova final de uma amizade que, como ela mesma disse, era uma casa.


Mãe de Preta Gil, Sandra Gadelha vive a dor de perder o segundo filho

Mãe de Preta Gil, Sandra Gadelha vive a dor de perder o segundo filho

Em meio à imensa comoção nacional pela morte da cantora Preta Gil, neste domingo (20), uma outra camada de dor e tragédia familiar vem à tona: a de sua mãe, Sandra Gadelha. Conhecida como a musa inspiradora da canção "Drão", de Gilberto Gil, Sandra agora enfrenta a dor inimaginável de enterrar um filho pela segunda vez, 35 anos após a morte de seu primogênito, Pedro Gil.

Preta faleceu aos 50 anos, após uma longa e corajosa batalha contra um câncer no intestino. A perda se soma a uma ferida que nunca se fechou na vida de Sandra.

A dor que se repete

A primeira grande tragédia na vida de Sandra Gadelha aconteceu em 1990. Seu filho mais velho, Pedro Gadelha Gil Moreira, um talentoso baterista, morreu aos 19 anos em um trágico acidente de carro no Rio de Janeiro. A perda devastou a família e marcou para sempre a vida de seus pais e irmãs.

Agora, 35 anos depois, a história se repete de uma forma diferente, mas com a mesma dor avassaladora. Com a partida de Preta, Sandra se despede de mais uma de seus três filhos com Gilberto Gil.

A "Drão" de Gilberto Gil

Sandra Gadelha, ou "Drão", como foi imortalizada na canção do ex-marido, foi uma figura central na vida de Gilberto Gil e no movimento tropicalista. Eles se casaram em 1969 e, juntos, tiveram Pedro, Preta e Maria. Foi ao lado dela que Gil viveu o exílio em Londres, durante a ditadura militar no Brasil. A separação do casal, em 1980, inspirou Gil a compor uma das mais belas e melancólicas canções da MPB, "Drão".

Sua ligação com a Tropicália era ainda mais profunda: Sandra é irmã de Dedé Gadelha, que foi a primeira esposa de Caetano Veloso.

O sonho da cura como "maior presente"

A relação entre Preta e a mãe era de imensa cumplicidade e amor, algo que a cantora sempre fez questão de exaltar. Em suas redes sociais, as homenagens a "Drão" eram constantes. No aniversário da mãe em 2023, já em meio à sua luta contra o câncer, Preta escreveu um texto que, hoje, soa ainda mais comovente.

"Minha mãe, hoje é seu aniversário e sei que seu maior presente está prestes a acontecer, que é minha cura!", escreveu a cantora na ocasião, cheia de esperança. "Eu estou aqui firme, cheia de esperança e sei que te darei esse presente! Te amo, meu amor! Você é tudo pra mim", declarou.

A promessa, infelizmente, não pôde ser cumprida. Agora, em meio ao luto, Sandra Gadelha se despede da filha amada, cercada pelo carinho da família e pela solidariedade de um país que também chora a partida de Preta Gil.


Gilberto Gil se pronuncia sobre a morte da filha, Preta Gil, e pede

Gilberto Gil se pronuncia sobre a morte da filha, Preta Gil, e pede "compreensão"

O cantor e compositor Gilberto Gil se pronunciou oficialmente sobre a morte de sua filha, a cantora Preta Gil, que faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, nos Estados Unidos. Em um comunicado divulgado em nome da família, o ícone da MPB confirmou a triste notícia e pediu privacidade e compreensão neste momento de luto.

"É com tristeza que informamos o falecimento de Preta Maria Gadelha Gil Moreira, em Nova Iorque, onde estamos neste momento cuidando dos procedimentos para sua repatriação ao Brasil", inicia a nota. "Pedimos a compreensão de tantos queridos amigos, fãs e profissionais da imprensa enquanto atravessamos esse momento difícil em família. Assim que possível, divulgaremos informações sobre as despedidas", conclui o comunicado.

Preta estava nos EUA para uma nova etapa de seu tratamento contra um câncer colorretal. Segundo sua assessoria, ela passou mal em uma ambulância a caminho do aeroporto, quando se preparava para retornar ao Brasil, foi levada de volta ao hospital, mas não resistiu.

Uma relação de amor, música e apoio

Gilberto Gil foi um dos maiores pilares de apoio para a filha durante os mais de dois anos de sua batalha contra o câncer. A conexão profunda entre os dois foi marcada por momentos públicos de grande emoção, que agora ganham o peso de uma despedida.

Em março deste ano, durante um show de sua turnê de despedida em Salvador, Gil se emocionou ao cantar "Drão", canção que compôs para a mãe de Preta, Sandra Gadelha, em homenagem à filha, que assistia da plateia. No mês seguinte, em São Paulo, foi a vez de Preta subir ao palco de surpresa e cantar a mesma música para o pai, que não conseguiu conter as lágrimas. "Cantar essa música com você, pai, foi sentir na pele tudo o que vivemos: o amor, a música e a história que carregamos juntos", escreveu ela sobre o momento.

"Cuidada pelo Brasil inteiro"

O apoio de Gil era incondicional, mas ele sempre reconheceu que a corrente de amor em torno da filha era imensa. "Estamos cuidando, embora ela seja cuidada pelo Brasil inteiro", disse o cantor em uma entrevista no início do ano. "Ela tem o privilégio de ser querida por várias gerações, pelos mais novos, avós, pais".

A última homenagem pública de Preta ao pai foi no aniversário de 83 anos de Gil, no final de junho. "Você é o meu tempo e o meu rei! Você me cura e me emociona, meu pai", escreveu ela na ocasião. A troca de afeto constante entre os dois, sempre embalada pela música, é o retrato de uma relação de amor e admiração mútua que agora fica eternizada na memória da cultura brasileira.


Preta Gil passa por cirurgia para retirada de tumores e segue estável na UTI

Preta Gil, além da música, foi a mente por trás de agência de Pabllo Vittar e Luísa Sonza

O Brasil se despede de Preta Gil, a cantora da alegria e do Carnaval, mas também chora a perda de uma das mentes mais criativas e visionárias do mercado de comunicação. A artista, que faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, não brilhou apenas nos palcos; ela foi também a força motriz por trás da criação da Mynd, hoje uma das maiores agências de marketing de influência e gestão de imagem do país, responsável por cuidar da carreira de gigantes como Pabllo Vittar e Luísa Sonza.

Muito antes de se tornar uma empresária de sucesso, Preta já demonstrava seu talento para os negócios e a comunicação. Sua carreira, na verdade, começou nos bastidores, bem longe dos microfones.

O começo como produtora e publicitária

Antes de se lançar como cantora, aos 29 anos, Preta Gil atuou como produtora e publicitária. No final dos anos 90 e início dos 2000, ela foi responsável pela produção de videoclipes de grandes nomes da música pop da época, como Angélica e os grupos É o Tchan e KLB, mostrando desde cedo sua afinidade com a criação de imagem e a indústria do entretenimento.

A visão que criou a Mynd

Foi essa experiência, aliada à sua própria vivência como artista, que a levou a identificar um "gap" no mercado. Em uma reunião com sua futura sócia, Fátima Pissarra, Preta teve a ideia de criar uma agência que conectasse de forma mais autêntica os novos talentos da internet com as grandes marcas. Ela percebeu que as empresas não sabiam em quem investir e que os artistas precisavam de uma gestão de carreira mais completa.

Assim nasceu a Mynd, em 2017. Focada em diversidade desde sua concepção — um pilar da vida e da militância de Preta —, a agência teve como primeira cliente a cantora Pabllo Vittar, uma aposta que se provou um sucesso estrondoso. De lá para cá, a empresa cresceu de forma exponencial, agenciando dezenas de outros artistas e influenciadores de peso, como Pequena Lo, Zaynara e Luísa Sonza.

A empresa chegou a se envolver em uma polêmica por sua relação comercial com perfis de fofoca. Na época, Preta sempre fez questão de esclarecer que a agência apenas vendia publicidade para essas páginas, sem ter qualquer gerência sobre o conteúdo editorial publicado por elas.

O legado de Preta Gil como empreendedora é um reflexo de sua personalidade: inovador, inclusivo e corajoso. Ela não apenas construiu uma carreira de sucesso para si, mas abriu portas e criou uma estrutura que ajudou a profissionalizar e a consolidar a carreira de toda uma nova geração de estrelas da cultura pop brasileira.


Preta Gil: relembre a trajetória de luta da artista contra o preconceito

Preta Gil: relembre a trajetória de luta da artista contra o preconceito

A morte de Preta Gil neste domingo (20), aos 50 anos, deixa um vazio que transcende a música e o Carnaval. A cantora, uma das figuras mais carismáticas e autênticas do Brasil, foi também uma das vozes mais potentes de sua geração na luta contra o preconceito. Mulher, negra, gorda e bissexual, ela usou sua plataforma para amplificar debates urgentes e se tornou um símbolo de coragem, resistência e liberdade para milhões de pessoas.

Ao longo de mais de 20 anos de carreira, Preta transformou sua própria existência em um ato político, enfrentando de cabeça erguida o racismo, o machismo e a gordofobia, e inspirando outras mulheres a fazerem o mesmo.

"Racismo é crime": a luta antirracista

Preta Gil nunca se calou diante do racismo. Em 2016, quando foi alvo de ataques racistas em suas redes sociais, com ofensas como "macaca", sua reação foi imediata e exemplar. Em uma época em que muitos artistas ainda hesitavam em expor o preconceito, ela não apenas denunciou publicamente, como prestou queixa na delegacia e incentivou outras vítimas a buscarem seus direitos. "Se as pessoas не entendem que isso é um absurdo na sua educação, que entendam pela lei e pela Justiça", disse na ocasião.

Ela também falou abertamente sobre seu próprio processo de letramento racial, de se entender como mulher preta e de como isso a fortaleceu. "Renasci disso tudo mais preta do que nunca", afirmou em 2020. Com a mesma firmeza, ela sempre cobrou a responsabilidade da branquitude no combate ao preconceito: "Nós [negros] não inventamos o racismo, foram os brancos. Eles têm que ser os grandes responsáveis por romper e acabar com isso".

O corpo livre e a quebra de padrões

Preta foi uma pioneira do movimento de positividade corporal no Brasil. Em um meio artístico que idolatrava a magreza, ela celebrou suas curvas e seu corpo com orgulho, usando sua influência para promover a diversidade. Em uma colaboração com a C&A para uma coleção de moda praia, por exemplo, fez questão de incluir tamanhos maiores. "Só eu não basto, quero que outras venham comigo, quero incluir", disse à Vogue em 2021. "Quando ouço mulheres me dizendo que botaram um biquíni por minha causa, [...] isso é libertador, porque sinto que compensa cada crítica com gordofobia que eu recebo."

"Preta, gorda, bissexual e livre"

Sua militância sempre foi interseccional, abraçando todas as suas identidades. "Eu sou preta, eu sou gorda, eu sou mulher, eu sou bissexual, eu sou livre. Eu estou aqui com muito orgulho de ser quem eu sou", declarou em 2020.

Essa força se manifestou até em um dos momentos mais difíceis de sua vida. Ao se separar do ex-marido em 2023, enquanto lutava contra o câncer, ela rechaçou a ideia machista de que precisava de um homem para cuidá-la. "Meu instinto de sobrevivência me fez querer me separar, [...] porque não estava me fazendo bem. É machista achar que preciso ficar casada para ser cuidada. Por que o marido é mais importante que a mãe, o pai, a irmã, o amigo?", questionou na época.

A trajetória de Preta Gil foi uma aula de coerência e coragem. Sua voz, que cantava a alegria e o amor, foi a mesma que denunciou a injustiça e defendeu a liberdade. Seu maior legado, talvez, seja o de ter vivido, até o fim, exatamente como era. E isso, por si só, foi uma revolução.