logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | Assunto de Família - A união pelo comum

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•13 de outubro de 2018•5 Minutes
Crítica | Assunto de Família - A união pelo comum
Reprodução
Crítica | Assunto de Família - A união pelo comum
Reprodução

*Este filme foi visto durante a 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Se o título em português do novo filme de Hirozaku Kore-eda, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, esconde a característica marcante dos personagens do longa (a tradução mais próxima do original seria “família de ladrões”), é, ao mesmo tempo, um resumo objetivo da obsessão temática do diretor. Ao longo de sua filmografia, Kore-eda vem cultivando um interesse particular pelas mudanças que um evento específico provoca na vida de seus personagens. E, realmente, talvez seja a família, como elemento de vivência, o núcleo em que os gestos cotidianos se revelam com mais evidência. E é, definitivamente, o espaço de conforto de Kore-eda – apesar de ele tentar alternar suas produções com filmes que fujam dessa temática (Air Doll, O Terceiro Assassinato).

Em Assunto de Família, Kore-eda deixa claro que sabe trabalhar com diversos personagens, com formações absolutamente diferentes, uni-los de forma tão intimista e sensível quanto em Depois da Tempestade, um de seus últimos filmes. Interessa ao diretor, à maneira que interessava Yasujiro Ozu, sua grande referência, ver o que permanece das relações tradicionais em um espaço, por assim dizer, caótico.

O longa se concentra em uma família de pessoas deslocadas de suas origens – um casal de adultos (Lily Franky e Sakura Andô), uma jovem adulta (Mayu Matsuoka), um garoto pré-adolescente (Jyo Kairi) e uma menina (Miyu Sasaki) – que se unem pelo elemento comum do abandono ou da fuga para morarem juntos na casa de uma velha senhora (Hatsue Shibata) na periferia de uma metrópole. O ambiente bagunçado e apertado remonta estruturalmente tanto à casa da vó, à casa dos pais, como a uma comunidade estudantil (cada um levando sua vida, mas aprendendo juntos a conviver e compartilhar experiências) e nos deixa muito mais próximos da investigação que a obra de Kore-eda faz sobre seu país e seu cinema.

Nesse mesmo ambiente-personagem acompanhamos a construção de uma certa sacralidade no íntimo daquelas relações, minimalistas de tão fragmentadas (um jantar, uma noite de ano-novo, uma transa num dia chuvoso…). A partir dessa junção de pequenos momentos que parecem deslocados e das transformações das personagens (de suas passagens de pessoas que vivem juntas para posições familiares, das adaptações e sacrifícios que tais mudanças significam), assim como é estratégia de outros de seus filmes, Kore-eda cria as expectativas para melhorar seu ápice dramático.

O apego criado à família é subvertido no terceiro ato, a partir de um gesto desestabilizador que permite a entrada de um mundo exterior (a sociedade, as Leis) e desconstrói as imagens que temos até então. Por um lado, a cena na praia (mais belo e melancólico momento do filme) deixava clara a intensidade daquelas relações em um ambiente análogo à intimidade cotidiana. Enquanto isso, depois que a característica criminosa dos protagonistas vem à tona, todo um universo de informação e luzes (a atenção do mundo material contra o fluxo contemplativo, taciturno e tímido, que sobrevive apesar do capital) arrebenta a aparência daqueles laços.

Nesse gesto, Kore-eda exibe toda a potência dos seus afetos, ainda que, particularmente, pareça cair em uma certa inabilidade de lidar com climaxes. Depois de mostrar a outra face das personagens frente ao choque do mundo exterior, o filme se arrasta por conclusões incompletas, até deixar evidente que se importou em colocar em pauta cada transformação de cada personagem – o que nem sempre é bom para o roteiro, visto que beira algumas armadilhas, de dramas pouco potentes.

Kore-eda repercute o espírito de Ozu, à sua técnica, com uma misè en scene rigorosa, com a câmera sempre na altura dos personagens, nivelando-os ao espectador, em uma mesma base humana, espirituosa – que só precisa arriscar-se mais para não trombar em empecilhos morais que pouco acrescentam à proposta.

Assunto de Família (万引き家族, Japão – 2018)

Direção: Hirozaku Kore-eda
Roteiro: Hirozaku Kore-eda
Elenco: Lily Franky, Sakura Andô, Mayu Matsuoka, Jyo Kairi, Miyu Sasaki e Hatsue Shibata
Gênero: Drama
Duração: 121 min.

Mostrar menosContinuar lendo

Redação Bastidores

Perfil oficial da redação do site.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
Listas
5 Séries em destaque para ver na Netflix esta semana

5 Séries em destaque para ver na Netflix esta semana


by Patrícia Tiveron

Listas
As 3 melhores séries do Prime Video para maratonar este fim de semana

As 3 melhores séries do Prime Video para maratonar este fim de semana


by Patrícia Tiveron

Esportes
O leão rugiu no clássico: Vitória vence o Bahia por 2 a 1 e ganha fôlego contra o Z-4

O leão rugiu no clássico: Vitória vence o Bahia por 2 a 1 e ganha fôlego contra o Z-4


by Patrícia Tiveron

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}