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Crítica | Ford vs Ferrari - O Preço da Vitória

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•16 de novembro de 2019•7 Minutes

O amor pela velocidade, pelos carros e pela adrenalina, esse é o mote de Ford vs Ferrari (James Mangold) que recria de forma brilhante como a dupla Ken Miles e Carroll Shelby conseguiram criar um carro que pudesse fazer frente a Ferrari e então vencer a escuderia italiana em uma das corridas mais fascinantes e célebres do automobilismo: as 24 Horas de Le Mans.

Filmes com essa temática, geralmente, precisam de algo a mais para poder segurar o telespectador, até porque fazer uma produção em que o tempo todo os personagens fiquem apenas correndo se tornaria algo entediante, além de se tornar apenas um simulacro de uma corrida verdadeira, e esse não é o foco do roteiro. Um caminho simples escolhido pelo longa Rush: No Limite da Emoção (Ron Howard), que conta a história da rixa entre os pilotos James Hunt com Niki Lauda, foi justamente o de criar um embate entre os dois protagonistas, as desavenças entre si, a relação com os carros. Foi exatamente esse o caminho percorrido pelos roteiristas Jez Butterworth, John-Henry Butterworth e Jason Keller em Ford vs Ferrari.

Uma história simples, a de dois homens, Ken Miles (Christian Bale) e Carroll Shelby (Matt Damon), que decidem comprar a ideia de Henry Ford II e criar um carro que  corra de igual a igual nas pistas contra uma Ferrari, algo inimaginável na época. Tinha tudo para ser uma trama arrastada e sem muitas alternativas de roteiro, mas o que se vê em tela é totalmente o contrário. O filme empolga, encontra saídas rápidas para situações que não pareciam dar em nada. A verdade é que a produção é charmosa, assim como uma corrida tem que ser, há os seus momentos de diálogos profundos, apresentando os personagens com os seus dramas familiares e pessoais, e as suas relações quase que pessoais com os carros, tanto por parte de Ken Miles quanto pelo lado de Carroll Shelby. 

Ken Miles tem uma paixão incondicional por carros, o trata como se fosse uma pessoa, o conhece melhor que um parente, e o controla da melhor forma possível. Essa combinação, atrelada com a vontade de vencer e deixar seu nome na história, é o principal elemento da narrativa. O personagem é tão bem desenvolvido que chega a um momento que o telespectador se encontra torcendo para que Miles vença a corrida, tamanha a genialidade do piloto durante a prova. O roteiro ajuda bastante ao tratar com decência os possíveis “inimigos” da Ford, no caso, a Ferrari, que na verdade são apenas rivais de pista, como a cena final de Enzo Ferrari brindando deixa a entender. A Ferrari é tratada com a grandeza que tem que ser, uma escuderia do tamanho dela, o que na realidade só torna o embate de Ken Miles e sua luta ainda muito mais impactante durante o filme.

Essa motivação particular do piloto é algo que ajuda bastante a transcorrer a narrativa para a frente. Caso não fosse isso, ou simplesmente se omitisse de apresentar o lado da Ferrari, a trama se tornaria mais fria e monótona. Apresentar o lado rival é uma grande artimanha encontrada pelo roteiro, dar uma cara para a rivalidade é sempre importante em filmes de corrida, até porque dentro do carro pilotado há um motorista que sabe o que fazer com a máquina.

Christian Bale entrega outra grande performance em uma atuação emocionante de um homem que tem como meta ser perfeito ao alcançar seu objetivo, isso sem demonstrar arrogância ou forçar na interpretação. Bale tem experiência neste tipo de personagem simples e humilde, já havia feito algo parecido em O Operário (2004) e tira de letra o protagonista que é simplesmente a alma do filme. Já Matt Damon é mais contido, até porque seu personagem não ajuda muito. Interpreta uma espécie de playboy sem alma, e quando parece que vai fazer algo de relevante acaba ficando a sombra do personagem de Bale. 

Muito da trama bem amarrada se deve ao roteiro, mas também a bela direção de James Mangold, que é um exímio contador de histórias, a se lembrar de seus trabalhos  como diretor em Logan e Johnny & June. Graças ao seu comando à frente do projeto decisões como a de tornar o carro como um personagem secundário e até mesmo o de deixar a prova em si como se fosse uma tarefa impossível de ser completada e um objetivo humanamente improvável, todos esses fatores são bem elaborados pelo diretor que com sua batuta apenas direciona toda a narrativa para seu grande desfecho.

Ford vs Ferrari não é apenas uma fascinante história de superação entre um homem que conseguiu construir uma máquina capaz de ultrapassar os limites impostos para os carros Fords na época, mas foi também a história de um homem que aprendeu a domar seus instintos e como forma de conciliar sentimentos e sua genialidade. Claro que algumas coisas podem ter sido romantizadas no longa para dar maiores doses de emoção para o público. No fundo isso pouco importa, pois o resultado final é o que fica, e o que é entregue ao telespectador é um longa sobre paixão e quebra dos limites bastante agradável.

Ford vs Ferrari (Ford v Ferrari, EUA, 2019)

Direção: James Mangold
Roteiro: Jez Butterworth, John-Henry Butterworth, Jason Keller
Elenco: Christian Bale, Matt Damon, Jon Bernthal, Roberta Sparta, Caitriona Balfe, Noah Jupe, Josh Lucas, Tracy Letts, Remo Girone
Gênero: Ação, Biografia, Drama
Duração: 152 min.

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Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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