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Crítica | Ghost in the Shell 2: Innocence (Repost)

Daniel Tanan Daniel Tanan
In Catálogo, Cinema, Críticas•1 de abril de 2017•10 Minutes

Depois do estrondoso sucesso que foi o primeiro filme de 1995, Ghost in the Shell se tornou uma franquia. Com uma série animada em 2002 e logo uma continuação direta ao primeiro sucesso começou a ser feita. Mamoru Oshii foi incumbido de continuar sua obra prima e em 2004 é lançado Ghost in the Shell 2: Innocence.

Ghost in the Shell é uma das minhas franquias favoritas de anime. Toda a temática cyberpunk da série me fascina. As questões do pós-humano estão mais relevantes hoje do que nunca, a tecnologia faz parte da nossa vida e as vezes a nossa vida faz parte da tecnologia, como por exemplo, o celular, não conseguimos mais viver sem ele, pensamos nele o tempo inteiro, é quase como ser um ciborgue. Apesar de eu não concordar 100% com a radicalidade da ideia do pós humano, é inegável que ela produz ótimas obras de ficção científica e, como estamos cada vez mais dependentes da tecnologia, a franquia continua sendo relevante até os dias de hoje.

Foi inspirada por livros como Neuromancer de 1984 e filmes como Blade Runner de 1985 e Akira de 1988 e posteriormente acabou inspirando várias outras obras do gênero como o filme Cidade das Sombras e a extremamente popular trilogia Matrix, dos irmãos Wachowski, sendo uma franquia de extrema importância dentro da cultura pop.

Oshii estava ciente que fazer um filme a altura do clássico de 1995 seria uma tarefa muito difícil e, por isso, decidiu ir por uma abordagem um pouco diferente. O filme é uma adaptação livre de um dos capítulos do mangá original de Masamune Shirow, “Robot Rondo” O orçamento era maior, então investiram em uma nova tecnologia, o CGI. 

O visual é belíssimo, tem um equilíbrio quase perfeito entre as tecnologias mais tradicionais de animação e as digitais. O filme teve uma ótima recepção, recebeu o prêmio de Melhor Filme de Ficção Científica no Nihon SF Taisho Awards e foi a primeira animação japonesa a ser indicada pra a Palma de Ouro em Cannes.

Inspirado pelos filmes de Jean Luc Godard, Oshii optou por fazer um filme cheio de citações, entre elas frases de Nikolai Vasilevich Gogol, Ryoku Saitou, Descartes, Confucio e muitos outros. Todas essas citações podem complicar a narrativa para o espectador, mas ela requer um pouco mais de atenção, cada frase do diálogo aqui é importante para o total entendimento do filme.

O filme se passa dois anos após os acontecimentos do primeiro e somos informados por um letreiro que a major Motoko Kusanagi continua desaparecida. O herói da vez é o Batou que precisa, ao lado de seu novo parceiro, Togusa, investigar um caso em que alguns robôs sexuais (não por acaso muito parecidos com a boneca de Hans Belmer) fabricadas pela empresa Locus Solus (referência ao romance de Raymond Roussel) se voltaram contra os seus mestres, matando-os.

O filme estabelece desde o inicio que Batou ainda não superou o desaparecimento da major que está em algum lugar da net (que, aliás, é vasta e infinita) sendo impossível de ser rastreada. Reparem que a maior parte do filme é escura e lembrem-se da cena em que a Motoko sumiu no  primeiro filme, o sol está se pondo, por isso nesse filme, para o Batou, sempre é noite.

Assim, um dos temas aqui é o luto. Isso é reforçado por recursos visuais como a boneca que Batou tem pendurada no retrovisor de seu carro, a senha para destrancar o carro, 2501 (número que originalmente era a identificação do mestre dos fantoches), e também pela sua relutância em falar quando a mencionam, o próprio corpo de criança da major aparece em uma das cenas e pode passar despercebido.

Uma das cenas mais importantes é quando Batou e Togusa vão investigar os robôs a polícia local e se encontram com uma mulher chamada Haraway (referência a Donna Haraway, que escreveu o manifesto ciborgue). Aqui recebemos as primeiras explicações sobre os problemas com os robôs, ela explica que os robôs tentam suicidar-se após matarem seus donos por terem quebrado a terceira lei da robótica do Isaac Asimov.

Após isso, o diálgo se aproxima muito do surreal Haraway e Batou começam  filosofar sobre como os robôs se sentem, citando Descartes, refletindo sobre as semelhanças de robôs com crianças, o porque dos humanos quererem fazer algo tão semelhante a eles e tudo mais. Todos esses diálogos são importantes para entender a mensagem  que Mamoru Oshii quer passar. Togusa, sendo o personagem mais humano da seção 9, tendo como única parte cibernética um implante no cérebro, é o que mais representa o espectador, enquanto Batou e Haraway divagam sobre a natureza dos robôs, ele solta um “Que diabos vocês estão falando?”

Oshii usa todas essas citações pois, segundo ele, elas ajudam o espectador a refletir sobre o tema, remodelando-as para o contexto do filme e não são somente “filosofia pretensiosa barata” como muitos acreditam, é realmente uma ótima sacada, tudo faz sentido, contanto que você esteja disposto a pensar um pouco sobre o filme.

O longa tem um ritmo um pouco mais lento que o do primeiro. Toda a primeira metade é uma investigação comum, com algumas poucas cenas de ação, mas há uma cena específica que é impressionante: quando Batou e Togusa invadem o covil da yakuza e Batou usa suas habilidades de ciborgue de elite para derrotar a máfia, em outra cena, Batou é hackeado e surpreendido por alguém em uma loja de conveniências, mas ele ouve um sussurro em seu “ghost” e é aí que ele fica sabendo que tem um “anjo da guarda” a seu lado.

Quando Batou e Togusa chegam em Etorofu, eles tem um dialogo sobre como um individuo e toda uma sociedade se assemelham, um individuo por si só é um conjunto de informações, seus genes e tudo mais que são passados de geração em geração, sociedade e cultura também não passam de um grande sistema de memória, logo depois temos a cena de uma parada oriental, exemplificando uma manifestação cultural passada de geração em geração, sendo uma alegoria ao diálogo que acabamos de presenciar.

Na sequência em que Batou e Togusa chegam na mansão do Kim há uma estranha cena em que os protagonistas se encontram presos em um labirinto neural – aqui acontece alguns dos diálogos mais interessantes do filme. Kim argumenta que os robôs são muito superiores aos humanos em sua natureza e que juntamente com os animais são as criaturas mais próximas de Deus. Na segunda “volta” pelo labirinto ele começa a argumentar sobre o medo que as pessoas sentem dos robôs e bonecos, é simplesmente porque eles (robôs e bonecos) simplesmente se parecem com humanos e que uma pessoa chamar a si mesma de humana é pura vaidade e começa a argumentar que não há muita diferença entre nós e eles.

Depois há uma bela cena de ação quando Batou invade o navio da Locus Solus e enfrenta as robôs, se reencontrando com a major que carregou parte do seu ghost em uma das bonecas, confirmando que ela realmente estava dando assistência a ele todo esse tempo pela net, os dois logo desvendam o segredo por trás das bonecas assassinas.

Ghost in the Shell 2: Innocence é visualmente bonito, tem ótimas sequencias de ação e pode ser considerado difícil, por suas constantes citações história que em um primeiro momento parece confusa. Mas é uma obra que realmente tenta fazer com que o espectador pense. Eu acredito que para total apreciação desse filme mais de uma assistida é necessária, é simplesmente um clássico da animação japonesa.

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Daniel Tanan

Uma Enciclopédia viva de Duna e outros assuntos nerds variados do cinema à animes.

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