logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | Godzilla II: Rei dos Monstros - Um espetáculo de tédio

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•28 de maio de 2019•7 Minutes

Hollywood sempre foi apaixonada por monstros destruindo cidades, mesmo que a cultura mais popular para esse tipo de história seja no Japão. Dessa forma, o Godzilla se tornou um dos grandes ícones do cinema oriental, e que o cinema americano sempre tentou replicar de diferentes forma; seja em obras como Cloverfield – Monstro, Independence Day, Círculo de Fogo e até as versões americanas envolvendo o grande lagarto radioativo.

A mais recente, dirigida por Gareth Edwards em 2014, conseguiu iniciar uma franquia ambiciosa para a Warner Bros e Legendary: um universo compartilhado de grandes monstros e kaiju, que foi complementado com Kong: A Ilha da Caveira e já prepara um vindouro confronto entre o gorila gigante e o lagarto radioativo, com Godzilla vs Kong já marcado para março de 2020. Antes da grande batalha, porém, a Warner lança Godzilla II: Rei dos Monstros, que continua os eventos do filme de 2014 enquanto tenta expandir seu universo. Infelizmente, a continuação tardia mostra que os produtores não aprenderam com os erros do antecessor, e Godzilla mais uma vez decepciona.

A trama se passa anos após a revelação de Godzilla para o mundo e a batalha climática de São Francisco, com mais criaturas – batizadas de Titãs – sendo descobertas pelo mundo através da empresa Monarca. Quando um grupo misterioso liderado por Jonah Alan (Charles Dance) sequestra a cientista Emma (Vera Farmiga) e sua filha Madison (Millie Bobby Brown), eles libertam o perigoso Rei Ghidorah, que deixa um rastro de destruição por onde passa e inspira outros Titãs a seguí-lo. Cabe a Godzilla lutar pelos humanos e assumir a dominância das espécies para deter Ghidorah.

O grande problema do Godzilla de 2014 era o tom. É um filme que se leva a sério demais e gasta muito tempo investindo em personagens sem carisma e que encontram-se presos em narrativas desinteressantes e que tiram o foco do monstro titular. Eu poderia usar exatamente essa mesma frase para definir os problemas de Rei dos Monstros, mas agora acrescentando que o trabalho de direção é ainda pior. O roteiro de Zach Shields e do diretor Michael Dougherty continua brincando com a ideia da relação entre homem e natureza e como Godzilla representa a força natural que traz equilíbrio ao planeta, agora brincando com noções religiosas com a chegada de Titãs como Ghidorah, Mothra e Rodan – que certamente vão agradar aos fãs mais saudosistas da Toho.

O esforço é mínimo e o resultado é ridículo. Nem vale a pena discorrer sobre os arcos envolvendo Emma, Madison e Mark (Kyle Chandler, o ex-marido isolado e idealista), que trazem reviravoltas estúpidas e motivações que parecem forçadas até mesmo para um filme que traz uma mariposa gigante como uma das heroínas – ninguém pediu por uma tese filosófica sobre a motivação ecológica de um kaiju, e nada no roteiro consegue aproveitar essa proposta absurda. São personagens demais e muitos arcos perdidos ali, e que acabam desperdiçando o bom elenco reunido, que é fadado a entregar falas ruins e piadas piores ainda, que incluem “Oh God! Zilla!”, comentários sobre o monstro titular estar “tunado” ou a irritante repetição de personagens gritando “Jesus” ou “Meu Deus!”. Preparem-se para um jogo de shot para tentar reunir todos os momentos em que isso acontece.

No quesito visual, pouco se salva. Michael Dougherty é até eficiente para criar algumas imagens icônicas, vide o nascimento de Mothra demarcado por suas asas brilhantes, o plano em que mostra Ghidorah no topo de um vulcão com um crucifixo em primeiro plano ou qualquer quadro que estabelece o início de uma luta entre Godzilla e seus oponentes. O problema é que quando a ação começa, Dougherty se deixa levar por uma bagunça visual incompreensível e sem empolgação – principalmente por sua câmera adotar a perspectiva dos personagens humanos, então quase sempre estamos vendo Godzilla lutar com algum monstro pelo interior de uma sala ou com uma janela entre a vista. Não ajuda também que a paleta de cores adotada pelo diretor de fotografia Lawrence Sher seja absurdamente escura e dessaturada, oferecendo dificuldade de enxergar o que acontece em cena mesmo na versão em 2D; eu nem quero imaginar como o será o pesadelo de assistir a esse filme com óculos 3D.

O trabalho dos efeitos visuais é competente, mas é estrategicamente escondido pela mise en scene de Dougherty. Todas as batalhas acontecem no meio de tempestades, furacões e muita, muita poeira voando, dificultando que o espectador perceba imperfeições. Na realidade, dificultando que o espectador enxergue qualquer coisa, e nem temos tantas sequências envolvendo duelos com as gigantescas criaturas.

Godzilla II: Rei dos Monstros é uma tremenda decepção para quem é fã de monstros gigantes batalhando. Assim como o fraco antecessor, o filme gasta tempo demais em personagens e subtramas movidas por clichês e motivações ridículas, e deixa a ação monstruosa em segundo plano, que também é prejudicada pela direção pedestre e confusa de Michael Dougherty.

Falem o que quiserem do Godzilla de 1998, mas pelo menos era divertido.

Godzilla II: Rei dos Monstros (Godzilla: King of the Monsters, EUA – 2019)

Direção: Michael Dougherty
Roteiro: Michael Dougherty e Zach Shields, baseado nos personagens da Toho Co
Elenco: Kyle Chandler, Vera Farmiga, Millie Bobby Brown, Charles Dance, Ken Watanabe, Sally Hawkins, O’Shea Jackson Jr., Bradley Whitford, Aisha Hinds, Thomas Middleditch
Gênero: Aventura
Duração: 131 min

Mostrar menosContinuar lendo

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
ListasGames
GTA 6 adiado para Maio de 2026: 5 Fatos oficiais sobre o jogo mais aguardado da história

GTA 6 adiado para Maio de 2026: 5 Fatos oficiais sobre o jogo mais aguardado da história


by Patrícia Tiveron

Esportes
Mirassol fere São Paulo com goleada e gol-relâmpago

Mirassol fere São Paulo com goleada e gol-relâmpago


by Patrícia Tiveron

Games
'Pokémon Legends: Z-A' confirma que Pokémon fazem cocô; veja a polêmica

Requisito ‘absurdo’ para o Shiny Charm em ‘Pokémon Legends: Z-A’ divide a comunidade

Requisito para o Shiny Charm em Pokémon Legends: Z-A exige 1000 vitórias e…


by Matheus Fragata

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}