logo
  • Início
  • Notícias
    • Viral
    • Cinema
    • Séries
    • Games
    • Quadrinhos
    • Famosos
    • Livros
    • Tecnologia
  • Críticas
    • Cinema
    • Games
    • TV
    • Quadrinhos
    • Livros
  • Artigos
  • Listas
  • Colunas
  • Search

Crítica | A Hora Mais Escura

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Catálogo, Cinema, Críticas•9 de julho de 2016•5 Minutes

Quando Osama Bin Laden foi declarado morto pelo governo dos EUA em 1 de Maio de 2011, eu estava na escola. Envolto em programas de informática e embebido pelo sono provocado pela aula das 7, foi um dos poucos momentos em minha vida que senti estar presenciando a História sendo feita – para bem, ou para mal. E mesmo condenando diversas práticas adotadas em parte dos EUA nessa questão, o ataque da Al-Qaeda em 11 de Setembro é um dos mais abomináveis e cruéis dos últimos tempos.

Mas deixando de lado minha visão política, A Hora Mais Escura faz um ótimo trabalho ao abordar esse tema tão controverso de forma corajosa e que não surja como uma propaganda pró EUA. Isso porque a diretora Kathryn Bigelow não é Michael Bay. A única mulher oscarizada no cargo (vitória adquirida com Guerra ao Terror, em 2010) oferece um tratamento quase documental, certamente fruto da experiência do roteirista Mark Boal como jornalista, e traz uma narrativa repleta de eventos e nomes; tendo início em 2003 e culminando na operação de 2011. E Bigelow felizmente não cai na alternativa de glorificar os soldados americanos e colocá-los caminhando em câmera lenta ao som de uma melodia patriota.

A primeira metade do filme é centrada na tortura. Práticas hediondas que a diretora retrata na mera função de comprovar sua existência na busca pelo terrorista – ao contrário das críticas que o filme sofreu, que o acusaram de glamourizá-la inapropriadamente – a diretora claramente as taxa como um “mal necessário” (ainda mais se levarmos em conta os minutos iniciais que trazem gravações do 11 de Setembro, em uma forma de aplicar o pensamento de que “os fins justificam os meios”) e de forma alguma as julga como positivas. Sua câmera é sempre inquieta e constante, causando um senso de tensão ao longo da projeção – mesmo que tenha escritórios da CIA e salas de reuniões como ambientes principais. E ainda que a montagem de William Goldenberg e Dylan Tichenor seja eficiente ao organizar todas as informações que levarão ao terrorista, é Jessica Chastain que carrega nas costas esse bloco inicial.

Interpretando a versão fictícia de uma agente real (mas cuja identidade é mantida em sigilo, já que esta ainda encontra-se em atividade), Chastain impressiona e provoca grande admiração por sua indestrutível persistência. Durona e não deixando sua beleza ficar à frente de sua integridade (“Eu sou a ‘motherfucker’ que achou a casa”, diz ela a seus superiores), a atriz demonstra bem o cansaço através dos olhos pesados e os cabelos bagunçados de Maya; mas que também jamais perde seu foco em completar sua tarefa (e sua insistência ao marcar um certo número de dias diariamente na janela de seu chefe é uma bela evidência de sua insatisfação).

E quando chega a “hora mais escura” que todos estavam esperando para ver, o filme se transforma. Tendo o roteiro modificado durante as filmagens (já que a produção começara em um período anterior à morte de Bin Laden), a mudança de ritmo é notável e gera uma melhora significativa ao filme. Mesmo que já saibamos o desfecho, a cena da invasão é de um nível cinematográfico excepcional graças à forte condução de Bigelow (que aposta na ausência de música e em momentos de violência gráfica e duvidosa) e a fotografia de Greig Fraser; cujo uso da escuridão e de visões noturnas chega a causar arrepios.

Não tenho dúvidas de que há muita ficção em A Hora Mais Escura. Mas mesmo que alguns fatos apresentados tragam uma veracidade questionável, funcionam eficientemente bem como peça de entretenimento e não do tipo que vangloria uma nação. Ao invés de comemorar euforicamente a morte de Osama Bin Laden, o filme traz de volta a questão Maquiavélica e ainda deixa no ar uma ainda mais complexa: ” e agora?” A reação ambígua de Maya, que com olhos lacrimejados e a noção de que havia concluído uma tarefa que lhe custara 12 anos de sua vida, é a prova de que o filme vai além de sua proposta.

Mostrar menosContinuar lendo

Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

Mais posts deste autor

Add comment

  • Prev
  • Next
Posts Relacionados
Viral
Militar indiano finge a própria morte para ver quem iria ao seu funeral

Militar indiano finge a própria morte para ver quem iria ao seu funeral


by Matheus Fragata

Sem classificação
Justus e Siebert acionam advogados após filha de 5 anos ser ameaçada por usar bolsa de R$ 14 mil

Professor universitário é condenado por ‘discurso de ódio’ contra filha de Roberto Justus


by Matheus Fragata

GamesCapaGamesCríticas
Review | Pokémon Legends: Z-A traz imperdível mecânica de batalha presa à vícios de design

Review | Pokémon Legends: Z-A traz imperdível mecânica de batalha presa à vícios de design


by Matheus Fragata

© 2025 Bastidores. All rights reserved
Bastidores
Política de cookies
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}