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Crítica | Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio - Detetives do sobrenatural

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•5 de junho de 2021•8 Minutes

No que diz respeito à última década de Hollywood, James Wan certamente foi um dos profissionais mais bem sucedidos no viés comercial (e até mesmo artístico, em alguns casos). Não só o cineasta australiano foi capaz de dirigir dois filmes de bilheteria bilionária para estúdios diferentes (sendo o único a fazê-lo até hoje), mas também seguiu desenvolvendo grandes universos para franquias de terror, caso de Sobrenatural e do megassucesso Invocação do Mal, uma das joias da coroa da New Line/Warner Bros.

Após seis filmes que retrataram dois casos reais do casal Ed e Lorraine Warren, uma trilogia de derivados sobre a boneca maligna Annabelle e um spin off sobre a Freira demoníaca, Wan resolve passar o bastão da terceira parte de sua “nave-mãe”, com Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio. Sai o australiano, entra o relativamente novato Michael Chaves, que até faz um trabalho competente, mas não consegue apagar a sensação de oportunidade perdida.

Baseando-se mais uma vez em um caso real investigado pelo agora falecido casal, a trama toma como base a história de Arne Johnson (Ruari O’Connor), que foi a primeira pessoa na história dos Estados Unidos a usar possessão demoníaca como justificativa para um homícidio, rendendo um dos casos judiciários mais documentados da década de 80. Em meio a esse furor midiático, entra o casal Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga), que tentam fornecer base ao argumento de Arnie ao investigar as ações de uma figura sinistra que assola a região.

Há uma clara tentativa de ruptura quando chegamos ao terceiro Invocação do Mal. Uma intenção louvável, afinal, já são 7 filmes em quase uma década de produção, e a ideia de termos mais uma história de casa mal assombrada para o casal resolver soaria repetitiva no casal. Assim, o roteirista David Leslie Johnson-McGoldrick troca aquele subgênero para se dedicar a uma variante inesperada, até por se tratar de um caso envolvendo o sistema judiciário: o de investigação criminal. 

Isso mesmo, agora os Warren são literalmente detetives do paranormal, faltando apenas um pastor alemão para se tornarem o novo Scooby Doo. É uma ideia interessante e que imediatamente traça paralelos com obras como O Silêncio dos Inocentes e Se7en – Os Sete Crimes Capitais (e Chaves constantemente emula o visual de David Fincher) e que, se descaracteriza completamente os personagens mais realistas dos dois anteriores, ao menos rende uma trama pulp que entretém durante sua duração rápida, e se diverte com momentos onde, brincando, Lorraine diz ter conhecido Elvis Presley “antes e depois” de sua morte.

Só é uma pena, e aqui temos uma questão de expectativa que pode ou não ser subjetiva, que Johnson-McGoldrick desvie tanto de sua proposta titular. O tal do caso “O Diabo Me Fez Fazer Isso”, que parecia vender um filme de tribunal soturno aos moldes do ótimo O Exorcismo de Emily Rose. Infelizmente, toda essa discussão potencialmente estimulante sobre ciência x religião acaba ficando bem longe do resultado final, que só se lembra do personagem de Arne Johnson para render algumas sequências de terror durante sua estadia na prisão – sendo meramente um joguete narrativo com motivações inexistentes, preferindo manter o foco no CSI Casal Warren durante a maior parte.

Novamente, isso não chega a ser um problema já que estamos investidos nesses personagens. Mas é algo que certamente é mais mérito das performances de Patrick Wilson e Vera Farmiga, que se mostram cada vez mais confortáveis ao espantar entidades malignas, entrar em outras dimensões e também compartilhar alguns momentos de real ternura entre Ed e Lorraine. O texto de Johnson-McGoldrick não traz muito de novo para a relação dos dois – além de uma subtrama envolvendo um ataque cardíaco de Ed – e também carece do investimento emocional genuíno que vimos (principalmente) em Invocação do Mal 2. Mas, repito, Wilson e Farmiga entregam muito além do que têm em mãos.

O que nos leva à grande incógnita da equação: o diretor Michael Chaves. Mais famoso por videoclipes e curtas-metragens, o cineasta foi apadrinhado por James Wan, que produziu  o terror irregular A Maldição da Chorona (que é, mas não é parte do universo de Invocação do Mal) e abocanhou a responsabilidade de comandar este importante novo filme. Chaves certamente tem um bom olho estético, já que consegue criar (junto do diretor de fotografa Michael Burgess) uma atmosfera visual diferente dos anteriores e que bebe bem de suas influências, rendendo até mesmo uma bela homenagem ao plano mais famoso de O Exorcista já em seus minutos iniciais.

Infelizmente, Chaves não tem a elegância e nem a paciência de James Wan na hora de estabelecer sua atmosfera de terror. Todas as cenas envolvendo esses elementos carecem de tensão ou pavor, dando espaço a sustos gratuitos e “cenas de ação” que não impactam ou geram desconforto como na dos anteriores, mesmo que Chaves tente inserir mais movimento e agressividade a seus movimentos de câmera e cortes rápidos. É certamente o filme mais tranquilo da saga toda, que apesar de não ser comprometido pela condução do diretor (Chaves é mais inspirado quando desenvolve as habilidades sensitivas de Lorraine), mas que certamente deixa a desejar pelo alto nível estabelecido pela marca da franquia.

Há uma sensação intangível de que Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio poderia ter sido muito melhor aproveitado com uma abordagem diferente. Graças ao trabalho dos sempre ótimos Patrick Wilson e Vera Farmiga, o resultado pende mais para o positivo, rendendo um thriller escapista pulp que não ofende, mas certamente precisa de uma curadoria melhor de James Wan.

Agora, vamos cogitar a ideia do casal Warren ter um cachorro falante…

Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (The Conjuring: The Devil Made Me Do It, EUA – 2021)

Direção: Michael Chaves
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Ruari O’Connor, Sarah Catherine Hook, Julian Hilliard, John Noble, Eugenie Bondurant, Shannon Kook, Ronnie Gene Blevins
Gênero: Terror
Duração: 111 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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