Gente rica faz coisas de gente rica em “Príncipes Perigosos”

“Príncipes Perigosos”, do diretor Humberto Hinojosa Ozcariz, chegou hoje (28) à Netflix e nos leva direto para o mundo luxuoso e insano de um grupo de jovens ricos e privilegiados. Sabe aquela galera que parece ter tudo? Pois é, aqui eles têm até o que não deveriam – a certeza de que estão acima da lei.

O filme começa nos mostrando festas espetaculares, roupas de grife e carros que custam mais do que uma casa. Mas por trás de todo esse glamour, há um lado sombrio que ninguém quer ver. Esses adolescentes, interpretados por Ximena Lamadrid, Renata Manterola, Fernando Cattori e Juan Pablo Fuentes Acevedo, estão brincando de serem donos do mundo. Eles usam o status para fugir das consequências de seus atos, que vão de pegadinhas cruéis a crimes realmente graves. E, claro, sempre quem paga o pato são as pessoas menos favorecidas.

Ximena Lamadrid, que já brilhou em “Quem Matou Sara?”, entrega uma atuação de dar calafrios. Ela consegue ser carismática e assustadora ao mesmo tempo, fazendo com que a gente não consiga tirar os olhos da tela. Renata Manterola também não fica para trás, trazendo uma intensidade que revela a vulnerabilidade escondida por trás do poder.

As interações entre esses personagens são uma montanha-russa emocional. Fernando Cattori adiciona um charme sinistro ao seu papel, enquanto Juan Pablo Fuentes Acevedo é perfeito ao mostrar que até os mais confiantes podem ter seus momentos de insegurança. Esse elenco principal é a alma do filme, nos fazendo refletir sobre a linha tênue entre culpa e impunidade, e como o dinheiro pode comprar até mesmo a consciência.

E aí vem a cereja do bolo: Alfonso Herrera. Para quem lembra dele lá dos tempos de “Rebelde”, ele cresceu – e muito! – como ator nos últimos anos. No papel do detetive que tenta colocar ordem no caos, Herrera traz um peso dramático que equilibra a trama. Seu personagem é a voz da razão em meio à loucura, e a gente sente cada gota da frustração e determinação que ele coloca na busca pela verdade. Ele, definitivamente, rouba a cena.

Pontos fortes

Humberto Hinojosa Ozcariz, o cérebro por trás das câmeras, nos entrega um filme que é tão bonito quanto perturbador. Ele consegue misturar cenas de luxo excessivo com momentos que mostram o lado mais cruel dos personagens. A direção de arte faz um trabalho impecável ao criar essa dualidade, e Hinojosa, conhecido por “Camino a Marte”, mais uma vez prova que sabe como montar um espetáculo visual.

Mas “Príncipes Perigosos” não é só um filme sobre jovens ricos fazendo o que bem entendem. O filme vai fundo nas consequências dessa vida de excessos, mostrando que, no final das contas, até os que parecem intocáveis podem sair arranhados. Quando as rachaduras começam a aparecer, é aí que o filme mostra sua verdadeira força, provando que o preço da impunidade pode ser bem mais alto do que se imagina.

A trilha sonora é outro ponto forte, misturando batidas eletrônicas com algo mais clássico. Ela cria o clima perfeito para acompanhar a descida desses personagens nesse buraco sem fundo de poder e corrupção. Você sente que algo está prestes a dar muito errado – e não consegue parar de assistir.

Resumindo, “Príncipes Perigosos” é aquele tipo de filme que te prende do começo ao fim. Se você curte histórias cheias de intriga, poder e aquela pitada de crítica social, esse aqui vai te fazer pensar – e muito – sobre até onde o dinheiro pode ir para garantir que os culpados saiam impunes.

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Luiz Henrique Oliveira

Nascido no interior de São Paulo, com passagens pelo Maze Blog, Cenapop, UOL, Hit Site e Bolavip Brasil, sempre escrevendo sobre entretenimento.

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