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Crítica | +Velozes +Furiosos

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•7 de abril de 2017•9 Minutes

Depois do sucesso de público do primeiro Velozes e Furiosos, era uma questão de tempo até que uma continuação fosse lançada. Com um intervalo de apenas dois anos, isto aconteceu: em 2003, chegava nas salas de cinema o esperado +Velozes +Furiosos. No entanto, para a surpresa de muitas pessoas, o diretor do primeiro filme, Rob Cohen, não estava mais no comando da sequência, e o astro em ascensão Vin Diesel havia sido substituído por outros atores. Mas, como nem todas as mudanças são ruins, o público resolveu dar um voto de confiança e conferir o resultado final. O único problema é que, no caso deste filme, essas alterações vieram a comprometer a qualidade do todo.

Contando também com uma nova dupla de roteiristas formada pelos até então estreantes em longas metragens Derek Haas e Michael Brandt (Gary Scott Thompson, o criador dos personagens e roteirista do primeiro filme, concebeu o argumento desta sequência ao lado dos dois nomes já mencionados), +Velozes +Furiosos encontra o personagem Brian (Paul Walker) vivendo de corridas de carro após os eventos mostrados no filme anterior. Porém, tudo muda quando, após ficar sob a custódia da polícia, ele precisa novamente se infiltrar na gangue de um contrabandista local, o perigoso Carter Verone (Cole Hauser), e garantir que este seja preso.

Com John Singleton na direção, +Velozes +Furiosos é um filme que, em parte, sofre pela falta de conexão entre o material e o cineasta responsável pelos bons Os Donos da Rua e Quatro Irmãos. Ao passo que Rob Cohen é um diretor acostumado com os filmes de ação, Singleton costuma transitar pelos dramas mais humanos. Talvez o estúdio e os produtores tenham trazido o diretor para tentar dar um pouco mais de realidade ou profundidade ao filme e os personagens, porém, como a obra continuou a ser uma diversão escapista, essa ausência de intimidade do cineasta com um conteúdo tão superficial acabou por se revelar em vários momentos da narrativa.

Para oferecer um exemplo disso, vejam, ainda na primeira cena do filme, enquanto os participantes de uma corrida esperam pela chegada de Brian, como o diretor preenche o momento com cenas risíveis e incrivelmente estereotipadas de personagens dançando, fazendo graça e bebendo. Além disso, num amadorismo injustificável, Singleton não percebe uma série de equívocos de continuação na decupagem da cena: percebam, por exemplo, como logo após um dos pilotos ficar ao lado de duas mulheres que estão, aparentemente, se esfregando no capô de um carro, ele já se encontra sozinho e apoiado no automóvel como se já estivesse lá há um bom tempo. Notem também como o diretor, ao lado dos montadores Bruce Cannon e Dallas Puett, repete um dos planos em que o personagem interpretado por Michael Ealy está falando com a namorada mesmo depois de ele já ter finalizado a conversa e ido para a frente do carro esperar pela chegada de Brian.

Presentes também em outros momentos da narrativa, esses erros de Singleton saltam aos olhos do espectador e deixam claro que a escolha do seu nome para comandar este filme foi um equívoco completo. Porém, ele não é o único culpado pelo fracasso do longa. Com uma trama que nunca engrena e cujo buraco (sim, este é o termo mais condizente) entre o primeiro e terceiro atos é preenchido com cenas sem propósito narrativo e tentativas fracassadas de transformar as suspeitas de Carter em momentos de intensidade dramática (para nos fazer visualizar a maldade do personagem, os roteiristas recorrem a uma cena hilária em que ele ameaça um sujeito com uma ratazana), o texto de Haas e Brandt gera em nós a constante impressão de que a dupla não sabe o que fazer para movimentar a narrativa.

No entanto, o maior erro que eles cometem é o de ter concebido, ao lado de Gary Scott Thompson, uma história em quase tudo idêntica à do primeiro filme. Embora haja um elemento novo (a amizade de Brian com o personagem interpretado por Tyrese Gibson – que, de tão mal trabalhada, nunca ganha vida ou faz com que nos importemos com a relação entre eles), a trama repete os mesmos tipos de conflito presentes no filme de 2001: há a desconfiança de Carter acerca da honestidade de Brian, tem o envolvimento romântico deste com uma nova mulher (interpretada por Eva Mendes) e novamente a incômoda situação de ser um infiltrado. Essa repetição de temas e conflitos dramáticos deixa claro que estamos assistindo a uma cópia do primeiro filme, porém, bem menos charmosa.

Já os atores, por sua vez, nos fazem lembrar constantemente de Vin Diesel, Michelle Rodriguez e Jordana Brewster. Encarnando personagens rasos e pobremente construídos, Cole Hauser, Eva Mendes e Tyrese Gibson não conseguem escapar da superficialidade de seus papéis e entregar atuações carismáticas e poderosas. Além disso, não há química entre eles. A relação de Brian com os três personagens nunca parece intensa ou real. A única performance que consegue se destacar é de Paul Walker, o que, levando-se em conta a familiaridade do ator com o personagem, não é algo que merece muitos louros.

Alguns outros destaques positivos são a fotografia saturada e ensolarada de Matthew F. Leonetti (que, ao emular o visual da série de televisão Miami Vice, traz ao filme uma prazerosa sensação de nostalgia) e o design de produção, cujo trabalho não só reforça a lógica empregada pela iluminação do diretor de fotografia como ressalta inteligentemente o pouco que existe de personalidade no caráter dos personagens (é interessante notar como, na já mencionada cena em que Carter ameaça um sujeito, a presença da cor vermelha e de objetos de alto valor indicam a violência daquele ambiente e a riqueza financeira do personagem, respectivamente.)

Infelizmente, esses méritos são raros e insuficientes para salvar o filme do desastre quase completo. Com efeitos digitais ruins (as cenas de corrida parecem jogos de videogame) e nem um pouco divertido (o que é um crime para este tipo de projeto), +Velozes +Furiosos foi um fracasso tão retumbante que o filme seguinte tentou fazer uma espécie de reboot da franquia, com outros personagens e diferentes locações. Assistindo ao filme de John Singleton, é difícil imaginar que daqui sairia uma saga milionária. Porém, foi somente quando o estúdio aprendeu com os próprio erros e investiu novamente na atmosfera do primeiro filme (trazendo, inclusive, os atores de volta) que a franquia retomou o caminho certo (o que, convenhamos, não é grande coisa também).

+Velozes +Furiosos (2 Fast 2 Furious, EUA – 2003)

Direção: John Singleton
Roteiro: Derek Haas e Michael Brandt (a partir de uma história concebida pelos dois ao lado de Gary Scott Thompson, o criador dos personagens)
Elenco: Paul Walker, Tyrese Gibson, Eva Mendes, Cole Hauser, Ludacris, Michael Ealy, Thom Barry,
Gênero: Ação
Duração: 107 minutos

https://www.youtube.com/watch?v=SlaeKcmalGU&ab_channel=FastFamily

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