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Crítica | Vidro - M. Night Shyamalan completa seu estudo sobre o mito do super-herói

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•9 de janeiro de 2019•9 Minutes

Muitos quilômetros foram percorridos desde que M. Night Shyamalan estourou como um dos grandes nomes do século passado com O Sexto Sentido, sendo chamado de “O novo Spielberg” pela Newsweek de 2002, na época de Sinais. O diretor que foi comparado também com Alfred Hitchcock passou por uma das fases mais negativas que um cineasta de Hollywood já enfrentou, enfrentando críticas ferozes aos péssimos A Dama na Água, Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra.

Assim como Michael Myers e outras franquias de terror modernas, Shyamalan encontrou sua reinvenção na Blumhouse, com o renomado produtor Jason Blum, que levou Shyamalan para um caminho mais modesto com A Visita e Fragmentado, dois filmes que acabaram sendo seus melhores resultados com a crítica em anos. Com a bola de volta ao jogo, Shyamalan une sua nova nova fase com um de seus melhores filmes, Corpo Fechado, trazendo a inesperada continuação Vidro, que também serve de sequência para Fragmentado. Felizmente, Shyamalan ainda não voltou a seus dias sombrios.

A trama começa algumas semanas após Fragmentado, com o psicopata Kevin e sua Horda (James McAvoy) continuando a cometer sequestros para oferecer à Fera, a personalidade bestial do sujeito. Paralelamente, o vigilante David Dunn (Bruce Willis) procura pelo sujeito enquanto se torna um mito pela cidade. Quando os dois são presos e internados em uma instituição psiquiátrica, a dupla se reúne com o maquiavélico Sr. Vidro (Samuel L. Jackson), que arquiteta um plano que envolve Kevin e David.

Estudo sobre heróis

Por muitos anos M. Night Shyamalan brincou com a ideia de uma continuação para Corpo Fechado, um filme que trazia uma visão muito particular e original sobre super-heróis, algo um pouco a frente de seu tempo. Em uma época em que filmes do gênero são responsáveis pela maior fonte de renda de Hollywood e praticamente todo o imaginário popular, o impacto de Vidro é mais forte do que o primeiro filme em 2000, e é um alívio ver que Shyamalan mantém a mesma inteligência e visão para explorar o gênero de quadrinhos, com o novo filme sendo uma digna continuação de Corpo Fechado – ao mesmo tempo em que é eficiente ao trazer de volta os temas de Fragmentado, em um ótimo equilíbrio de tons e narrativa.

Shyamalan nunca foi um roteirista sutil ou discreto, sendo fácil reconhecer sua escrita robusta e a retórica um tanto “mecanizada” em alguns momentos, e tais elementos se mostram fortes durante os longos monólogos e linhas de exposição do longa. A personagem de Sarah Paulson é uma máquina de diálogos excessivos e nada naturais, mas que trazem ótimas ideias e reflexões sobre a obsessão da indústria cultural por quadrinhos e super-heróis, sendo divertido ver como – da mesma forma que no filme de 2000 – revistas em quadrinhos ainda são tratadas com louvor, neste filme sendo ainda mais populares do que os próprios filmes hollywoodianos que tanto inspiram. Em diversos momentos o Vidro de Samuel L. Jackson literalmente fala os pontos de história e virada em voz alta, deixando claro que a proposta de Vidro não é ser um filme de super-herói, mas sim um estudo sobre histórias em quadrinhos e super-humanos.

A proposta de Vidro é quase como um Vingadores, onde temos o crossover de outros filmes no mesmo universo cinematográfico, mas fãs de blockbusters podem se decepcionar, já que Shyamalan não aumenta a escala ou os riscos. A trama permanece intimista e sem grandes invenções visuais, que se traduzem na direção do diretor: quase todos os enquadramentos são frontais e resolvem-se em planos médios ou closes, sem tempo para variação ou detalhes. Isso se reflete bastante nas cenas de ação do filme, que trazem esse mesmo intimismo, com o confronto entre Fera e David sendo captado através de câmeras acopladas nos dois personagens, que lutam através de uma coreografia simplificada e pouco elaborada – algo que surge como sequência sensata para o confronto igualmente simplificado de Corpo Fechado.

Em aspectos técnicos, vale destacar que Shyamalan segue com sua equipe mais modesta. Trazendo todos os envolvidos com Fragmentado de volta. A fotografia de Mike Gioulakis segue brincando com sombras e tons sombrios para trazer um toque apropriado de terror a uma história de super-heróis, enquanto a montagem da dupla Luke Ciarrocchi e Blu Murray confere velocidade e ritmo para a trama – repare na inteligência da montagem paralela na cena em que Paulson entrevista Willis, McAvoy e Jackson de forma quase “simultânea”. Mas o grande charme fica com a excepcional trilha sonora de West Dylan Thordson, que mistura as cordas arrepiantes do tema de Kevin com a orquestra mais intimista de Corpo Fechado, que agora ganha também acordes mais urgentes e inquietos graças ao uso de um relógio, aproximando-se de um estilo similar ao de Hans Zimmer.

24 personalidades encontram uma mente brilhante

Um dos grandes atrativos de combinar Corpo Fechado com Fragmentado é ter o magnífico elenco de ambos os filmes interagindo juntos. Com uma das melhores performances da década no filme de 2017, James McAvoy retorna igualmente inspirado e sobrenatural ao viver Kevin e todas as suas 24 personalidades, e Shyamalan explora ainda mais o potencial do ator ao apostar em planos sem cortes onde vemos diferentes entidades assumirem “a luz” de Kevin, dando espaço para que McAvoy literalmente se despedace em frente à câmera. Sua dinâmica também funciona com ar mais calmo e hipnotizante de Samuel L. Jackson como Elijah Price, que sempre se movimenta e fala como se estivéssemos diante do homem mais inteligente do mundo, e é divertido ver como Jackson olha para a Fera com grande admiração, e até aceita o pedido ridículo de uma das personalidades de Kevin para dançar abruptamente.

Infelizmente, Bruce Willis não tem a mesma sorte, e acaba empalidecendo diante desses dois monstros. Porém, não é culpa do ator, visto que o roteiro não dá muito o que fazer a David Dunn, que é resumido a um vigilante que luta para fazer o certo, sem conflito ou desenvolvimento, e com tempo de cena consideravelmente mais reduzido do que os colegas. Só foi interessante ver Willis com a velha capa de chuva do original, além de vê-lo contracenando com Spencer Treat Clark, já crescido após seu papel como o filho do personagem em 2000. 

Legado respeitado

Vidro é uma conclusão satisfatória para a inusitada trilogia iniciada por M. Night Shyamalan em seu ápice. É um filme mais preocupado na análise do super-herói e seus arcos de história do que um longa agitado e cheio de ação, o que pode irritar os fãs mais casuais de filmes de quadrinhos, mas que certamente vai agradar os aficionados por esse tipo de história.

Vidro (Glass, EUA – 2019)

Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
Elenco: James McAvoy, Samuel L. Jackson, Bruce Willis, Sarah Paulson, Anya Taylor-Joy, Spencer Treat Clark, Charlayne Woodard
Gênero: Drama, Suspense
Duração: 132 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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