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Crítica | Vingança a Sangue-Frio - O melhor filme de ação de Liam Neeson

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•13 de março de 2019•7 Minutes

Liam Neeson reinventou sua carreira para se tornar um astro de ação de meia idade com o primeiro Busca Implacável, e mais de uma década depois, o conceito de ver o ator saindo na porrada continua rendendo. Ainda que Neeson tenha feito alguns filmes piores (Busca Implacável 3) do que outros (A Perseguição), sempre foi divertido ver o carisma do ator nesse gênero, e felizmente surgiu o projeto que combina uma boa história e estilo com o talento do ator: Vingança a Sangue-Frio, que é de longe a melhor produção de “brucutu” envolvendo o ator.

O filme é um remake do longa norueguês O Cidadão do Ano, e começa quando o filho de Nels Coxman (Neeson) é morto após um incidente envolvendo tráfico de drogas. Partindo para conseguir vingança com as próprias mãos, Coxman acaba iniciando uma guerra entre as facções criminosas de Kehoe, uma região gelada do Colorado, visando encontrar o responsável pelo assassinato de seu filho.

Por mais que o trailer, pôster e todo o conceito de Liam Neeson saindo para vingança remetam a outros títulos de ação do ator, Vingança a Sangue-Frio é algo mais especial. Se o eficiente Noite Sem Fim era uma versão mais pipoca e descontraída de Fogo Contra Fogo, este filme acaba tendo muito em comum com Fargo: Uma Comédia de Erros (e as paisagens geladas definitivamente remetem à obra-prima dos irmãos Coen) e filmes de Quentin Tarantino, simplesmente por ter um foco maior em humor negro, discussões de personagem e pouca ação propriamente dita; com direito até a uma violência mais cartunesca e exagerada, abrindo mão de perseguições de carro ou lutas corporais muito elaboradas.

Refilmando seu próprio filme de 2014, o cineasta norueguês Hans Petter Moland parte para fazer um filme sobre uma região e seus habitantes, tanto que o roteiro abandona o ponto de vista de Coxman diversas vezes para dar espaço a um núcleo divertidíssimo: o vilão principal e seus capangas. Diversos personagens menores ganham destaque momentaneamente em diálogos engraçados e que lhes conferem personalidade, e também oferecem certo peso quando todos acabam ficando na trilha de destruição deixada pelo protagonista de Neeson – e também pelo confronto criminal, que traz uma família criminosa de nativos-americanos. A grande cereja no topo do bolo é Tom Bateman, que vive o chefão histérico e mimado da facção americana com um carisma explosivo, e também se torna detestável com muito humor.

Esse balanço da tragédia com o humor negro se manifesta de forma mais interessante quando Moland assume um recurso visual divertido: sempre que algum dos personagens morre, a tela escurece e temos um epitáfio com o nome da vítima e seus dados; além de diferenças sutis nos símbolos para representar diferentes crenças e religiões de cada um deles. Tal recurso é usado com sabedoria durante o grande climax do filme, que traz um tiroteio insano, e Moland mantém isso até os créditos finais, onde os nomes aparecem em “ordem de desaparecimento” na trama.

O grande demérito do roteiro fica com o apagado núcleo de uma policial interpretada por Emmy Rossum, que certamente foi envisionada pelo roteiro de Frank Baldwin para ser a Frances McDormand da história. Suas cenas são curtas e não se destacam em meio aos outros núcleos narrativos, nunca dando a impressão de que Nels está mesmo sendo caçado pela polícia. Apenas preenchem espaço, deixando a entender que havia mais material com Rossum no roteiro, e provavelmente ficou na geladeira da ilha de edição.

Visualmente, a fotografia de Philip Øgaard faz um ótimo trabalho ao retratar a natureza opressora e desoladora de Kehoe, pegando emprestado elementos do trabalho de Roger Deakins em Fargo, mas também mantendo um olhar “europeu” para paisagens americanas e canadenses. A cena do funeral do filho de Coxman é um bom exemplo dessa criação de atmosfera, e também para retratar o modo de vida desse universo, onde vemos todos os membros usando ternos e roupas sociais pretos, mas também grandes casacos de pêlo para suportar a pesada nevasca durante a noite; garantindo um filtro azul muito eficiente.

Infelizmente, o filme acabou marcado pelas declarações infelizes de Liam Neeson em uma entrevista de divulgação, onde o ator foi injustamente acusado de racismo. Como performance, temos mais um bom trabalho do ator, que além de garantir o já conhecida persona de “herói durão”, garante momentos complexos e que beiram o nonsense, como quando começa a gargalhar após se cansar de lutar com um dos bandidos no meio de uma estrada de neve. É um momento que define perfeitamente o tipo de filme que estamos assistindo.

Vingança a Sangue-Frio é o melhor filme da fase “brucutu” de Liam Neeson, justamente por apostar em uma trama criminal que abraça o humor negro de forma inspirada, invalidando a necessidade de cenas de ação. É uma pena que, dada a polêmica envolvendo Neeson, esta pode ser a última obra do gênero protagonizada pelo ator. Se for caso, definitivamente foi uma fase encerrada com chave de ouro.

Vingança a Sangue-Frio (Cold Pursuit, EUA – 2019)

Direção: Hans Petter Moland
Roteiro: Frank Baldwin, baseado no roteiro de Kim Fupz Aakeson
Elenco: Liam Neeson, Tom Bateman, Laura Dern, Emmy Rossum, William Forsythe, Julia Jones, Domenick Lombardozzi, Raoul Trujillo, Benjamin Hollingsworth, Tom Jackson
Gênero: Ação
Duração: 118 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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